Rosa dormiu a noite toda; estava sedada e está acordando agora. Os médicos pediram para sairmos do quarto, ouço gritos desesperados ela está em surto, meu corpo arrepia e começo a chorar.
O príncipe da uva levanta assustado e me encara com pavor.
_ Está ouvindo? Espero que esteja! Porque meu ódio por vocês só aumenta. Ele destruiu a vida de uma menina linda! Ele acabou com essa família. Eu te aconselho a levá-lo para bem longe daqui, porque o povo dessa cidade vai terminar o serviço que meu irmão começou.
Ele está assustado com minha prepotência. más não consigo me segurar. Abraço dona Eva que chora desesperada, eles não mereciam passar por isso.
Depois de muito tempo ela acalmou, sr. Malaquias não quis entrar no quarto, está sem coragem. Eu e dona Eva entramos, ela nos viu e começou a gritar novamente, custamos acalmá-la. Agora está dormindo, vai ser um longo processo até ela voltar ao normal, se um dia voltar.
Caio deu o depoimento e foi para casa, tem que esperar até o infeliz cicatrizar o nariz quebrado, duas costelas e um testículo.
Foi muito pouco pelo que ele merecia.
Depois de cinco dias ela sai do hospital e volta para casa. sua vida é chorar e olhar para o vazio. Não fala uma só palavra. Estou surtando com isso, ela precisa reagir eu preciso da minha amiga de volta.
Seu pai ainda não a viu, ele foge o tempo todo, quase não fica casa, tem bebido muito. Meu pai tem cuidado dele. Dona Eva é a força dessa família, está de pé por um milagre, cuida da casa, da filha, do marido e do comércio.
O brilho daquela família apagou -se, a casa está escura, as janelas não abrem, nem as cortinas. Tudo fechado como se o mau fosse entrar por alguma fresta.
Vou na sua casa todos os dias depois do serviço. A ajudo com o banho, vejo que ainda tem muitas marcas roxas pelo seu corpo, que parece estar anestesiado.
Ela não está conseguindo comer, coloco colher por colher em sua boca. Amaldiçoo esse cretino a cada dor que ela sente, a cada lágrima que ela derrama, a cada suspiro de angústia que ela dá. Tenho vontade de quebrar a cara dele e espero que algo seja feito.
Os dias tem sido muito difíceis, más tento ser forte.
Estamos novamente preparando para almoçar na vinha, quando vejo sr. Otávio e seu filho novamente conversando com meu pai de dentro de uma caminhonete de luxo. Não suporto mais ver essa situação, meu pai precisa explicar o que esse povo quer, está incomodando muito. Não somos mais crianças e se tem alguma coisa acontecendo que seja ele a falar com a gente.
Juntamos para almoçar na nossa mesa improvisada na vinha, ouço comentários maldosos de Carlos. Meu sangue ferve, pego meu prato e saio de perto, tem pessoas que não merecem nem respostas.
Ele insinua que Rosa foi culpada, que ela foi atrás e que a vítima foi o pobre rapaz rico. Ele está pedindo pra levar um murro na cara, como a situação já não está boa prefiro não discutir
Estou juntando os vasilhames e vejo o tal príncipe me olhando. Finjo não ver, não quero brigar e muito menos me chatear.
_ Boa tarde Serena!
_ O que tem de bom?
_ Não precisa falar assim, só quero saber se sua amiga melhorou?
_ O que você acha?
_ Difícil conversar com você! Está sempre armada, não consegui responder uma simples pergunta sem explodir.
_ Eu não tenho que te tratar bem, eu nem te conheço. Com licença!
Falo passando por ele e colocando as coisas na picape.
_ Eu me chamo Heitor! Agora você já me conhece.
Olho com pouco-caso, entro no carro e o deixo plantado na estrada.
Não me interessa quem ele é, muito menos saber seu nome. Quero distância desse cara.
Chego em casa batendo tudo, estou muito nervosa, preciso procurar relaxar, mas a situação da minha amiga não me deixa voltar a ser o que eu era.
Sento na escada de entrada de casa e choro muito, chego a gritar de nervoso, coloco todos meus fantasmas para fora, respiro fundo, corro para o meu quarto, tomo um banho, visto uma roupa leve e vou para vila, tenho que cuidar da minha amiga.
Chego na sua casa e estão todos procurando por ela, estão desesperados ela saiu e ninguém a viu.
Pego o carro e saio nas estradas de acesso à vila, vejo uma blusa de frio jogada na estrada. Saio do carro e começo a chamar seu nome, ela não responde. Entro em desespero e começo a correr por entre o vinhedo. Avisto ao longe ela andando por entre a vinha, sinto meu coração aliviar.
Ela está perdida em sua dor, não há tento parar, só a sigo e a deixo caminhar até cansar. Quando suas pernas começam a falhar a coloco no carro e a levo de volta para casa. A ajudo tomar um banho e te dou sua sopa.
Não podemos mais deixá-la sozinha, está ficando perigoso.
Volto tarde pra casa, no caminho noto que estou sendo seguida. Olho pelo retrovisor e vejo a caminhonete do Heitor se aproximar, ela é mais potente e mais rápida, ele me fecha e eu paro de uma vez. Saio do carro vendendo azeite aos canecos.
_ O que você pensa que está fazendo?
Ele não me responde, desce do carro com brutalidade e vem em minha direção e me pega pelo cabelo e me beija a força. Me solto dos seu braços e espalmo minha mão no seu rosto, ele sente o peso de minha mão e passa sua mão sobre os vergões dos meus dedos.
_ Você não devia ter feito isso! Não se bate na cara de um homem!
_ Você nunca mais encosta em mim! Não se toca em uma mulher sem seu consentimento.
E se você se aproximar de mim outra vez eu passo em cima de você.
Entro no meu carro e saio às pressas, não entendi porque ele me beijou.
O que ele pensa que sou? É um cretino realmente. Minha raiva só aumenta.
Chego em casa vejo que todos estão deitados. Vou no quarto do Caio que está muito preocupado com Rosa, conto como a encontrei hoje e que se ela não melhorar vamos ter que procurar ajuda de um profissional.
Ele concorda comigo e chora abraçado a mim. É de partir o coração, eles não merecem passar por isso.
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Atualizado até capítulo 96
Comments
Keila Mar
triste pela Rosa, mas infelizmente ela não tem nenhum sentimento pelo Caio, espero que dê uma chance pra ele.
2024-07-24
3
Keila Mar
concordo nenhuma mulher merece passar por isso
2024-07-24
0
Delania Pontes
tenho nojo de homens covardes
2024-07-17
1