Trabalhamos na colheita da uva a semana toda e estamos fazendo o melhor na produção do vinho. Colhemos as melhores uvas da região, a Cabernet Sauvignon e começamos a cultivar uvas brancas para fabricação de espumantes. Na sexta-feira a noite e durante todo sábado trabalhamos no mercado de rua, uma feira onde turistas de todo o país vem conhecer nossos vinhos e queijos.
Eu e meus irmãos revezamos na feira, vendemos o queijo que minha mãe faz , um dos melhores da região. Somos felizes com a vida que levamos, não precisamos mais do que isso.
Rosa trabalha nos finais de semana com o pai no Empório, de vez em quando ela vem pra onde estou. Vejo os olhares de Caio pra ela, que não dá a mínima pra ele. E olha que ele é lindo, alto, pele clara, cabelos pretos nos ombros, seus olhos pretos o faz ficar mais atraente, as turistas babam no seu porte físico.
Ita é muito bonito também, ele só é um pouco mais baixo e o cabelo é liso e curto. Esse é um moleque, não quer compromisso com ninguém, está feliz pegando uma e outra.
Toda semana é a mesma coisa, só descansamos no domingo, quando não tem algum evento especial na cidade.
Estou na banca vendendo queijos e meus irmãos na calçada vendendo vinhos, vejo um grupo de rapazes, cinco com o filho do tal fazendeiro, o Senhor Otávio. Chegam em dois carros esportivos fazendo muito barulho, falando alto e rindo. Olham as moças trabalhando e se engraçam como se eles fossem a última garrafa d'água no deserto. Vejo Rosa se derretendo e babando nos riquinhos da cidade. Tento chamar sua atenção mas nem olha pra mim.
Caio já está queimado de ciúmes, já nem presta atenção nas vendas. Assim foi durante muito tempo, depois Rosa saiu e disse que ia tomar um banho para voltar.
Procuro Ita para irmos embora e o vejo agarrado a uma turista.
_ Você vai agora ou vai ficar?
_ Podem ir! Vou depois, estou na outra caminhonete.
Ele adora aparecer, já vem na caminhonete mais nova para pegar as tontas de plantão.
Rosa não voltou, deu a hora de irmos e começamos a juntar as coisas e colocar na picape. Quatro dos rapazes se aproximam e começam a puxar assunto dos vinhos, vejo que o filho do Sr. Otávio não tira os olhos de mim. Ele é muito bonito, parece um príncipe, tem um físico escultural, seus cabelos são pretos com um corte moderno, pelas suas roupas percebe-se que tem status. Como não ligo para isso não dou confiança. Sinto que estão nos atrasando com essa conversa. Já estou cansada e louca para ir para casa.
Caio é muito educado e gosta de conversar, dá toda atenção e eu começo a ficar inquieta. Ele percebe e entra na picape.
Andamos poucos metros saindo da vila.
_Caio! Aquela não é a bicicleta da rosa?
_ Sim! E o carro dos rapazes?
_ Sim!
Ouvimos um grito de socorro, descemos correndo e Caio abre a porta do carro e Rosa está sendo violentada por um dos rapazes. Caio pega o infeliz pelo braço e lhe golpeia várias vezes com socos e chutes desfigurando a cara dele, eu grito por socorro e vejo Rosa desfalecendo toda ensanguentada, para um outro carro e são os rapazes, nisso chega mais gente. Eles separam Caio de cima do rapaz. Pegamos Rosa e levamos as pressas para o hospital. Ligo para os meus pais e peço ajuda. Caio está com as mãos machucadas.
_ Você tem que sair daqui!
Fugir do flagrante, eles virão atrás de você.
_ Eu não vou fugir! Ele que é o criminoso.
_ Não! Eles são poderosos, vão te colocar atrás das grades por agressão e você quase matou aquele desgraçado. Você precisa sair daqui. Vai! Papai já está chegando. Vai!!!
_ Eu te mando notícias, você vai me falando como ela está.
Pego todo dinheiro das vendas de hoje e entrego pra ele que vai embora .
Estou muito agitada, preocupada com minha amiga. Não demora muito meus pais chegam com os pais de Rosa, Sr Malaquias está inconformado, Dona Eva está desesperada. Meus pais tentam ajudar.
A polícia chega, foram chamados pela direção do hospital. Ela está em estado muito grave e não podemos vê-la.
Eu estou tentando me controlar, tentando manter a calma. De repente vejo os rapazes entrando e o agressor numa maca desacordado.
_ Onde está seu irmão? Fala onde está aquele covarde? Se acontecer alguma coisa com meu primo eu acabo com ele.
_ Sério? Você acaba? Quero ver! Porquê se seu primo sair dessa ele vai passar o resto da vida dele atrás das grades sendo mulher dos presos, isso eu te garanto.
Encaro o rapaz que me olha com sangue nos olhos, não diferente de mim. Que não suportava esse riquinho e agora o odeio.
_ Serena! O que está acontecendo aqui?
Meu pai pergunta alterado, quando o hospital inteiro ouve nossa discussão.
_ Já resolvi, pai! Agora é com a polícia.
Meu pai arregala os olhos, parece ter medo do filho do Sr. Otávio.
_ Venha Serena! Chega de confusão, os pais de sua amiga precisam de você.
Saio dando as costas aquele cretino. As horas não passam quando precisamos de notícias. já deram calmante para os pais dela. São momentos difíceis, a polícia já tomou meu depoimento e dos rapazes, só falta o da Rosa e do Caio. Liguei pra um amigo advogado aqui na cidade, ele orientou que ele tem que se apresentar em vinte e quatro horas. Se o rapaz que foi agredido não tiver complicações ele responderá em liberdade.
A noite será pequena por tanta espera o pior é ficar toda hora dando de cara com esse playboy.
Estou atenta, para saber se o infeliz não morreu, não quero que meu irmão pague por um crime que não cometeu.
Minha mãe me abraça, me confortando, estou em ponto de explodir. Só espero que justiça seja feita.
Rosa é levada para o quarto, onde eu estou com os pais dela, Está dopada não deve acordar hoje. Já conversei com Caio que vai se apresentar amanhã, já está tudo no jeito para ele não ser prejudicado.
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Atualizado até capítulo 96
Comments
Marinalva Souza
tô lendo pela segunda vez amei essa história 😄
2024-10-08
2
(◍•ᴗ•◍) ミ💖 ꜍M꜉꜍i꜉꜍r꜉꜍a꜉꜍s꜉꜍a꜉
A HISTÓRIA PARECE SER BOA, VOU CONTINUAR LENDO
2024-07-20
6
Mary Regi
eu tou gostando dessa historia parece linda
2024-07-18
0