Capítulo 13

Sofia passou o dia em casa, trocou de roupa e não quis sair mais, ela ficou olhando as marcas em seu pescoço e sentia raiva e medo. Ela não saiu e não sentiu ânimo para isso.

Marco também passou o dia na empresa, Sofia não saia de seus pensamentos, os olhos dela cheios de lágrimas, fazia ele lembrar coisas do passado. Ele se odeia por está repetindo o que sempre presenciou em toda a sua infância.

Ele passa o dia todo irado, não queria sentir esse sentimento. Não sabe sentir isso, nunca sentiu, sempre gostou de tudo no seu devido lugar, e a Sofia entrou na sua vida e estava bagunçando tudo em muito pouco tempo, tanto na vida dele, quanto na sua mente.

Ele pensou que seria somente um negócio para unir poder, ter uma esposa para gerar herdeiros e só, mas o casamento mal tinha começado e ele já se via louco, sua cabeça estava confusa, nada estava no lugar e isso deixava ele ainda com mais raiva.

Marco passou o dia assim, em meio a esses pensamentos, não conseguiu trabalhar direito. Quando voltou para casa já era tarde novamente. Quando entra, a casa estava silenciosa, antes de subir para o quarto ele vai até a cozinha beber uma água.

Enquanto segura o copo com a água, ele pensa o que fez hoje com Sofia, e não sabe explicar por que isso dói nele e se sente o pior dos homens, sendo que não se importaria com isso se fosse outra pessoa, mas com ela é diferente. Por que? Por que?ele se questiona.

Ele não sabe como reagir a isso, então bate com tudo a mão que segurava o copo na bancada da cozinha fazendo o copo quebrar em sua mão e fazer vários pequenos cortes.

Sofia também estava indo beber água, ela chegou e parou na porta, olhou para a mão dele sangrando com um olhar inexpressivo, que ele não soube identificar. Ela olha e sai sem falar nada. Marco se sentia culpado, mas sabia que merecia qualquer desprezo vindo dela.

Ele joga os restos do copo fora e coloca a mão embaixo da água. Quando estava de cabeça baixa olhando para a mão, Sofia entra novamente com uma caixa de primeiros socorros.

Ele levanta a cabeça e olha surpreso, ela se aproxima dele em silêncio, abre a caixa pega uma gaze e segura a mão dele e começa a limpar os cortes.

— Marco: Por que está fazendo isso depois do que fiz com você?

— Sofia: O monstro aqui é você e não eu.

Marco engole seco e sua consciência pesa, ele fica em silêncio e observa ela e o cuidado dela, antes de se casar ele imaginou que ela seria uma pirralha mimada, uma criança pela idade. Mas ele não a ver assim, pelo contrário, ele estava vendo uma mulher em sua frente, forte com garra, capaz de enfrentar ele, que poucos tem coragem de enfrentar e quem enfrenta não fica vivo para contar história.

— Marco: Quero pedir desculpa por hoje, eu não sou um homem tão mal assim como parece.

— Sofia: Acabei.

Sofia tinha limpado e feito um curativo, ela fecha a caixa e estava prestes a sair ignorando o que ele falou, mas Marco a puxa pelo braço. Ele puxa fazendo seus corpos ficarem colados, eles se olham intensamente e em silêncio, uma de suas mãos vai até o rosto dela acariciando.