Um Baile

A semana passa super rápido e enfim chega sábado, dia de curtir e descansar. Graças a Deus a Lydia não perturbou mais e Kelly não quis sair muito de casa, então posso deduzir que ela não estaria se envolvendo com aquele projeto de traficante, espero que ela fique bem longe dele.

Tudo ia bem até que escuto batidas na minha porta, vou abri-la e dou de cara com nada mais, nada menos que o senhor dono do morro, ele entra já derrubando a coisas no chão e Kelly aparece assustada na sala.

- Eiii para com isso!- Grito e ele vem em minha direção e segura o meu pescoço.

- Quem você pensa que é para falar assim comigo?- Ele olha para o cara que estava ao seu lado e fala- Essa daqui não tem medo da morte!

- Eu não sei o que eu fiz, mas podemos resolver na conversa.

- Agora você quer resolver na conversa? Mas não pensou assim quando bateu na minha fiel.

- Como assim, que fiel? Não bati em ninguém não!

- Oh lá a mina quer paga de doida.- Fala agressivo e solta um sorriso irônico.

- Eu mesma não, nunca negaria, sou uma pessoa racional, odeio confusão.

- A fiel dele é a Lydia, Helena!- Fala Kelly.

- AAAAAhhhhh aquele projeto de Barbie sem educação, eu não bati nela.

- Como assim tio, eu vi ela toda roxa.

- Sério, juro pela minha mãe que está no céu!

Nesse momento nossos olhares se cruzam e posso sentir um frio em minha barriga, na real não sei se é pelo medo de morrer ou pela beleza ludibriante dele.

- Oh fica ligada ai! Dessa vez eu deixo passar, mas na próxima já sabe- ele pega o dedo e passa no pescoço em sinal de morte.

Logo em seguida ele me joga no chão e sair quebrando mais coisas, Kelly corre em minha direção para ver se estou bem.

- Pode ficar tranqüila, eu tô bem.

- Eu disse!

- Relaxa, vamos só seguir em frente.

Depois disso voltamos para as nossas vidas e fingimos que nada aconteceu, toda vez que cruzávamos com eles na rua mudávamos de caminho e assim seguia, nessa brincadeirinha passaram-se dois meses e minhas provas começaram.

Todos estamos apreensivos, pois já é caro tirando notas boas imagina tendo que pagar matérias, apesar de todo nervosismo é icônica as caras das meninas a minha frente, estamos reunidos no pátio da faculdade, logo após as primeiras provas.

- Amiga do céu! Que derrota de prova- Fala Amel, angustiada.

- A minha também foi um fiasco, parece que nada do que estudei caiu!

- Eu posso dizer que as minhas foram razoáveis, na média.

- Falou a CDF- Fala Lucas, chegando, como sempre.

- Que cheiro horrível é esse?- Fala Kelly fazendo cara de nojo.

- Que cheiro? Não estou sentindo nada!- A respondo.

- Apois você deve estar com o nariz congestionado! Vocês estão sentindo?- Pergunta ela para Amel e Lucas.

- Não!

- Não!

- Eu não to maluca!- Se levanta e sai procurando pelo cheiro até que para próximo ao Lucas e seu lanche.

-Lucas é o seu lanche! - Põe a mão na boca e sai correndo para o banheiro.

- Gente! Será que está estragado?- Fala Lucas preocupado.

- Me deixa sentir- Diz Amel- Não, pra mim ta normal, se vacilar eu como viu.

Ele solta uma gargalhada e eu me aproximo para cheirar também - É realmente Lucas o cheiro está bom.

- Ela deve tá com algum distúrbio. - Fala Lucas.

- Acho melhor ir vermos como ela está!- Exclama Amel.

- Vamos logo!- Falo preocupada.

Seguimos para o banheiro, Lucas ficou nos esperando do lado de fora e assim que entramos, damos de cara com Kelly lavando o rosto.

- Ta bem? – Falo me aproximando dela.

-Acho que comi alguma coisa estragada.

- O  que exatamente você está sentindo?- Indago-a.

- Só uma agonia na barriga e vontade de vomitar.

- Deve ser alguma infecção intestinal, caso você não melhore, passamos na farmácia.

- Meninas melhor a gente ir, está ficando tarde e podemos acabar perdendo o busão.

Ainda bem que hoje é sexta e largamos cedo, durante o caminho as meninas parecem super empolgadas, pois tá rolando baile hoje e elas estão querendo ir e me obrigar a ir junto, Kelly nem insisti porque sabe que não gosto, mas Amel é super insistente e não desisti facilmente.

-Vamos amiga, por favor! Eu prometo para tu que vai ser legal.

- Pensa assim Lena, será um date com os seus amigos, nós três iremos e não é a mesma coisa sem você. - Fala Lucas, dando ênfase a fala de Amélia.

- Meus únicos e maravilhosos amigos á vida é muito curta para gastá-la nessas festinhas sem sentido.

- Amiga tu fala isso porque nunca foi, é gosta de julgar sem conhecer as coisas.- Reclama Lucas

- Realmente maninha, como futura psicóloga tem que parar com isso.

- RRarra muito engraçada a senhorita.

- Amiga pensa que vai ser uma oportunidade de analisar e estudar o comportamento dos seres que você julga serem fúteis.

- Ta ta me convenceram, mas se eu não sentir conforto irei embora.

- AAAhhhh eu não acredito.

- Nem eu!

- Amiga, tenho uns vestidos babados, que irão ficar muito lindos no seu corpo.

- Ah nem vem com aqueles todos decotados, tenho princípios!

- Tão vovoxinha- Fala Amel e todos caem na gargalhada e eu a repreendo.

- Amel!!

- Tenho uns da minha avó se você quiser.

- Procura tua paz garota- Reclamo fingindo ter me ofendido.

- Relaxa migles, te deixarei gata, mas sem mostrar nada.

- Assim espero!

Fomos conversando o caminho todo até que chegamos no morro, vamos todos para a minha casa se arrumar lá e depois partimos para o baile e que por sinal está lotado, já posso sentir o arrependimento batendo e a vontade de voltar começa a me dominar.

Mas Amel me conhece como a palma de suas mãos e só com um olhar ela entendi.

-Ah não, a senhora não irá voltar, já está aqui. – Faço uma cara de triste e coloco um biquinho em meus lábios- Nem adianta fazer essa cara, vem.

Ela segura em meu braço e sai me puxando até a parte em que está todo mundo dançando, alguns meninos se aproximam e começam a dar em cima de nós, fico desconfortável e decido ir comprar bebidas, eu bebo? Não, mas hoje preciso disso para continuar essa noite e ao que parece será bem longa.

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