O sábado chega e Rúbens, depois de tomar o seu café da manhã, decide ir até o prédio onde a sua empresa estava localizada, quando chega pergunta ao porteiro se alguém catava papelão aos sábados, ele responde que não, somente de segunda a sexta. Rubens agradece e vai embora, com uma certa frustração, ele gostaria de encontrar aquela jovem novamente, mas teria que esperar até a segunda feita. Quando chega em casa fica na piscina, gostava de ficar ali sozinho, as vezes colocava uma música, mas geralmente era ele e o silêncio. No domingo ele sai cedo para correr, disso ele não abria mão, a não ser quando estava chovendo, os seus domingos eram bem parecidos com os sábados, nada de muito diferente acontecia.
Enquanto isso, Laura no sábado lavou a sua roupa, colocou na corda, arrumou a sua casa, e fez uma macarronada para o almoço, antes tinha ido ao mercado comprar os ingredientes para fazer pizza, para elas lancharem a noite.
Eduarda a chamou para saírem a noite, mas Laura explicou que pretendia fazer pizza para elas lancharem a noite, e que já tinha até mesmo comprado os ingredientes. Depois de saber disso, Eduarda resolveu também ficar em casa e elas aproveitam a noite de sábado, assistindo filmes e comendo pizza, e no domingo Laura aproveitou o tempo livre para estudar.
Na segunda feira quando Laura estava se vestindo para o trabalho, ela pensa em seu príncipe, será que ela o viria de novo? Ela se pergunta com um sorriso. Já pronta, ela pega o seu carrinho e segue para mais uma noite de trabalho. Antes de chegar em frente ao prédio onde está localizado a empresa de Rubens, ela passa em outros lugares, sem se preocupar se encontraria ou não o seu príncipe, pois, com certeza ele nem olharia mais para ela.
Mas para surpresa de Laura, quando ela estaciona o seu carrinho ao lado da lixeira, lá estava ele. Quando ela o vê sente o coração disparar, ele estava com as mãos no bolso e quando ele a vê, ele vai até ela e a surpreende com um...
– Boa Noite!
– Boa Noite – Ela responde tímida
– Hoje não tem ninguém para implicar com você – Ele fala sem saber muito o que dizer.
– É verdade — Ela.sorri tímida — Me desculpe Senhor, mas não vou poder te dar muita atenção, porque senão eu atraso o meu serviço e chego muito tarde em casa.
– Até que horas você costuma trabalhar? – Ele pergunta curioso
– Quando consigo terminar cedo, isso é, quando consigo encher todo o meu carrinho, eu chego por volta das duas da manhã em casa.
– O que!!!??? Você anda sozinha até esse horário? – Ela ri com a expressão de desespero dele.
– Eu estou acostumada, trabalho desde os meus 12 anos, antes eu trabalhava com o meu pai. Mas depois que ele faleceu, tive que enfrentar sozinha.
– E a sua mãe?
– Ela faleceu quando eu tinha 7 anos – Ela suspira – Desculpa Senhor, mas preciso trabalhar – Ela volta a pegar e a amarrar os papelões.
– Você gostaria de trabalhar em outra coisa?
– Me desculpe não lhe dar atenção – Ela responde sem olhar para ele – Depois que a minha mãe morreu, o meu pai me tirou da escola, e eu fiquei uns 5 anos sem estudar, por isso não tenho nem mesmo o ensino médio, estou terminando agora. Por causa disso só encontro trabalhos que pagam muito pouco, e preciso ganhar o suficiente para me manter.
– Você não tem mais ninguém?
– Infelizmente não. Tenho alguns tios que moram no sul, mas também tem uma vida difícil.
– Eu não vou te atrapalhar, mas vou deixar o meu cartão com você. Tenho uma proposta de trabalho a te fazer, acredito que possa te interessar – Ela para o que está fazendo e olha para ele séria.
– Olha Senhor, se for proposta indecente, já adianto que não me interessa.
– Não se preocupe, não é nada disso que possa estar pensando. É um trabalho que eu acredito que você seja capaz de fazer, se tiver interesse em saber qual o trabalho é só me ligar – Ele lhe entrega o seu cartão particular – Eu posso saber o seu nome?
– Laura – Ela o olha pensativa antes de responder.
– Eu já vou Laura, bom trabalho. — Antes de sair ele resolve acrescentar — Boa noite pra você, e tenha cuidado nessas ruas – Ela apenas sorri sem mostrar os dentes, acha engraçado a preocupação dele.
Quando ele se afasta, ela olha o cartão, Castro Publicidade e Marketing Presidente Rúbens Castro
'Hum, Rúbens, ele é mesmo o chefe, que chique, e que chefe' Ela pensa sorrindo, guardando o cartão no bolso da calça, voltando ao trabalho, já tinha perdido muito tempo.
Antes disso.
Assim que chega à empresa pela manhã, Rúbens chama Alan em sua sala.
– Achei a garota para a campanha — Fala animado.
– Você encontrou a garota do shopping?
– Sim, ela mesma. Um rosto que com certeza ninguém ainda viu em nenhum outro comercial.
– Quem é ela? Pegou o contato dela?
– Na verdade, é uma aposta, pois acredito que ela só conhece artista pela TV, mas eu tenho certeza que ela fará sucesso.
– Mas me diz, onde ela trabalha?
– Catando papelão
– O que? Você quer contratar uma catadora de lixo para uma campanha publicitária?
– Não olhe para a profissão dela, você tem que vê-la, ninguém vai dizer que ela catava papelão, e não é lixo é papelão.
– Papelão para mim é lixo. Mas a questão não é essa, o cliente pode não querer.
– Mas ele não vai saber quem é ela, será apenas uma aposta nova que a agência fará, como tantas outras que eu já fiz.
– Não sei Rubens, mas você nunca apostou em uma catadora de lixo. – Alan pensa um pouco – Mas se você acredita que vai dar certo, eu também acredito, afinal chegou até aqui descobrindo tesouros.
– Ela é uma grande aposta, e fará sucesso. Ela é linda, tem um olhar penetrante, tem tudo para uma campanha de cosmético. Pele, cabelo e beleza.
– Você parece estar encantado com a catadora de lixo – Alan fala rindo
– Ela não cata lixo, e sim papelão, eu já disse, e ela não é moradora de rua, ela trabalha catando papelão para se sustentar, é um trabalho digno como qualquer um outro, e o meu interesse é apenas proficional, como sempre foi com as minhas descobertas, lembre-se disso.
– Mas você já conversou com ela?
– Vou estar com ela hoje, mas como ela estará trabalhando, irei marcar um horário com ela.
Eles conversam mais um pouco e logo Alan volta para sua baia. Rúbens conta as horas para encontrar com a garota, de cabelos longos e olhos verdes esmeralda.
Quando ele chega na portaria ela ainda não tinha chegado, quase meia hora depois ela chega, ele a vê chegando e o seu coração bate descompassado, ele fica imaginando a vida difícil que ela tem, mas ela não demonstra estar triste, o seu carrinho já tem bastante papelão, e assim que ela para com o seu carrinho ao lado da lixeira, ele se aproxima. Ele a cumprimenta com um boa noite e ela responde, mas não lhe dá muito atenção. Ele puxa assunto, mas percebe que ela não irá parar o seu trabalho para conversar com ele. Quando ele questiona o seu horário de trabalho, fica apavorado ao saber, que aquela garota, que parece ser tão frágil, chega em casa depois das duas da manhã, ela anda sozinha e desprotegida catando papelão, ele descobre que ela é sozinha, pois os seus pais são falecidos e os parentes que ela tem também tem vida difícil. Tão jovem e sozinha, o seus estudos estão atrasados, mas pelo menos ela está estudando, sua vida não é nada fácil, mas ele percebe que ela não parece ser uma pessoa triste. Ele tem vontade de saber mais sobre ela, e espera que ela ligue para ele, será uma boa oportunidade para ela deixar de se expor a noite sozinha.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 58
Comments
Maria Aparecida
que vida difícil coitada
2025-02-25
0
Alessandra Bizarelli
perigoso pra ele...tadinha
2025-02-02
1
Edinalva Batista
um trabalho digno
2024-12-06
0