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Seu captor gemeu quando ele o chutou.

— Conseguimos um lutador, rapazes — disse outra voz da van. Outro par de mãos o agarrou. A escuridão o engoliu. Aiden lembrou que ele podia gritar. Ele abriu a boca, mas nenhum som saiu. Alguém colocou uma toalha molhada em sua boca. Ele sentiu o gosto de produtos químicos. Clorofórmio?

Oh Deus. Esses shifters não pareciam ser da cidade. Eles eram os monstros que viviam na Montanha dos Assassinatos sobre os quais os pais alertavam seus filhos. Alguns moradores da cidade não achavam que eram reais, mas Aiden os viu algumas vezes, como o cowboy que roubou um beijo dele. Freqüentemente, esses shifters não pareciam perigosos para Aiden porque eles queriam ser deixados sozinhos.

Ele tinha a sensação de que esses maníacos eram diferentes.

Aiden caiu nos braços de seu captor. Ele foi jogado sobre um dos assentos como uma boneca mole, sua visão oscilando. Aiden lutou para permanecer consciente, apavorado com os dois rostos feios olhando para ele, olhando para ele como se ele fosse carne de graça. Sua bexiga parecia desconfortavelmente cheia. Eles não precisavam de cordas, não quando seu corpo estava desligando por conta própria.

 — O que você está planejando fazer comigo? —  A língua de Aiden parecia presa no céu da boca, mas ele conseguiu cuspir as palavras lentamente.

Os dois shifters olharam um para o outro, sorrindo. Aiden podia ver as cicatrizes, as marcas de garras  em seus rostos. Seu estômago estava enjoado. Esses dois bastardos eram duas, três vezes seu tamanho, quase tão grandes quanto o Cowboy que o rejeitou mais cedo esta noite. Apenas uma grande diferença. Perto daquele cowboy, ele se sentia seguro. Ele sabia que aquele shifter não o machucaria, mas esses caras? Eles eram diferentes.

Um dos idiotas deu um tapa na coxa dele.

— Nosso novo Alfa quer animar nosso bando com alguns novos brinquedos. —  O toque do shifter parecia repulsivo quando ele moveu sua mão para cima, logo abaixo da camisa de Aiden. Ele não confiou no olhar do bastardo. Ele se contorceu, tentou se afastar, mas seu corpo se recusou a obedecer aos seus comandos.

Isso só lhe valeu um soco na cara.

Choque e dor rasgaram seu crânio. Aiden nunca havia sido atingido antes. Isso doeu como o inferno. Ele mordeu o lábio, recusando-se a dar a esses psicopatas o prazer de ouvi-lo sofrer. Aiden fechou os olhos enquanto sua mente fechava completamente. Talvez tudo isso tenha sido apenas um sonho ruim. Quando ele acordasse, ele estaria de volta em seu apartamento solitário e em sua própria cama.

Provavelmente era isso.

* * * *

Alguém jogou água gelada no rosto de Aiden, acordando-o abruptamente. Aiden engasgou, sentando-se e olhando selvagemente ao redor. O lado de seu rosto doeu. Ele a tocou com o coração apertado. A contusão se formando lá era real. Então, tudo o que aconteceu com ele - não foi um pesadelo.

— Você finalmente acordou, —  alguém disse secamente.

Essa voz soou vagamente familiar.

Aiden olhou para cima, piscando. Ele reconheceu o homem de cabelos dourados e lustroso. Joe Harris, ex-valentão e jogador de futebol, era o último rosto que esperava ver. Eles foram para a escola juntos. Aiden tentou o seu melhor para esquecer aqueles anos infernais, mas para Joe, eles foram provavelmente os melhores anos de sua vida.

 — Você está horrível — disse Joe.  — Aqui, tome uma bebida.

Joe tirou um frasco de dentro da jaqueta. Aiden olhou para ele com desconfiança. Parte dele se perguntou se isso era algum tipo de brincadeira cruel pregada por Joe e seus amigos. Não pode ser. O ensino médio fora há muito tempo e Joe parecia machucado e sujo também.

Joe soltou uma risada seca.

— Vamos lá, cara. Pegue. Veja onde estamos.

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