Conhecendo todos da família

Que situação embaraçosa. Aquele homem lindo me olhando e a minha afilhada ignorando ele, o padrinho que pelo que eu entendi, cuida dela como um pai. Mas que culpa eu tenho dela ter se apegado a mim tão rapidamente? Nenhuma!

_ Vem Dulce, o que aconteceu, eu demorei foi isso? Falou Arthur com a menina. Achei que eu era a única pessoa boba que fazia perguntas que uma criança não pode responder, mas eu não sou, eu ri da situação e ele percebeu. Fiquei envergonhada, mas fui salva com a chegada de um senhor bonito, que com certeza era o pai de Arthur, por causa da beleza que com certeza, nesta família é hereditária.

_ Nossa, quem é essa moça bonita com a minha netinha no colo. Falou e e eu logo fui gostando dele. Lógico que gostei, ele me chamou de moça bonita.

_ Boa noite, eu sou a Natalia. Resolvi me apresentar.

Ah, a amiga da Carla. Falou, e eu fiquei surpresa, ele também já tinha ouvido falar de mim. Eu sou Cesar, marido da Ceci e pai do Arthur. Falou se aproximando e me abraçando mesmo com a Dulce no colo, diferentemente do Arthur que só disse boa noite. “Aprenda com seu pai” pensei olhando para ele.

_ O jantar está servido. Avisou Neide. Eu estava morrendo de fome e meu estômago gostou de saber dessa informação.

_ Vamos para a mesa. Convidou Cecília e Neide tentou pegar Dulce para que eu pudesse jantar, mas ela também se recusou a ir com a Neide. "Meu deus o que está acontecendo com essa menina?" Me perguntava.

_ Ela tem aquela cadeira alta que serve para comer? Perguntei e Cecília disse que sim e foi buscar. Consegui colocar Dulce na cadeira e deixei ela sentada ao meu lado durante o jantar e ela ficou quietinha enquanto eu comia, e como ela estava olhando, acabei dando alguns legumes para ela comer. Arthur me olhou como se tivesse dando algum veneno para a menina. Olhava para a mãe como se pedisse para Cecilia me repreender.

_ Que bom que ela está comendo os legumes, só a mãe conseguia fazer ela experimentar com facilidade outros alimentos. Falou Cecília feliz e Arthur ficou meio que contrariado. Ri internamente da sua reação.

Eu estava me sentindo bem ao lado deles, Cecília e Cesar formam um casal lindo e dava para perceber o quanto eles se amavam pela forma que olhavam quando conversam, Arthur é lindo, mas ainda não consegui decifrar nada da sua personalidade, e ele continua me analisando, já estou ficando com vergonha dos seus olhares sobre mim. Neide era muito gentil e atenciosa, trabalhava na casa mas era tratada como se fosse da família, jantava à mesa conosco, e a comida era maravilhosa, tenho que falar dela. Acho que todos perceberam que um dos pecados capitais que eu cometo é o da gula. Quando percebi, já estava repetindo pela segunda vez. Juro que foi sem querer.

Uma coisa que observei, foi que depois do jantar e com a presença de todos na sala de estar, Dulce ficou mais calma e foi no colo de todos. Agora, ela está cochilando nos braços de César, o que me fez perceber que já é tarde e o cansaço me alcançava cada vez mais, que até bocejei alto. Senti vergonha na hora. Ia me despedir mas…

_ Mãe, a Dulce já está com sono, já vou para casa. Falou Arthur antes que eu falasse que eu estava indo embora.

_ Já falei que deveria voltar a morar aqui, pelo menos até se adaptar a rotina da Dulce. Falou Cecília, mas Arthur aparentemente não concordava com ela.

_ Melhor assim mãe, vou me adaptar o mais rápido possível continuando no meu apartamento. Disse pegando a Dulce do colo de César. Aproveitei que ele estava pensando em ir embora, para também partir.

_ Eu também já estou indo embora, já está tarde. Falei me levantando para sair.

_ Arthur, você poderia dar uma carona para a Natália, sei que ela está sem carro. Falou Cecilia e eu senti que meu rosto ficou vermelho de vergonha, não era a minha intenção conseguir uma carona com o Arthur.

_ Não precisa, eu não quero incomodar. Falei na hora, mas Cecília insistiu na ideia.

_ Não é incômodo, não é Arthur? Falou Cecília olhando de forma intimidadora para o filho.

_ Não será um incômodo, eu a levo. Disse sem empolgação.

_ Não quero te tirar do seu caminho, tem a Dulce…

Já está decidido, ele vai te levar. Falou Cecília encerrando a conversa. Filha, me passa o seu contato. Disse com o celular na mão, e eu sorri quando ela me chamou de filha. Estou apaixonada por essa mulher. Passei meu contato e fomos em direção ao carro do Arthur, um modelo bonito de SUV, com bancos de couro, gostei. Talvez compre um assim para mim. Cecilia e César se despediram de mim com um abraço caloroso enquanto Arthur colocava Dulce na cadeirinha. Ele se despediu dos pais e saímos. Passei o endereço para ele que se concentrou em dirigir, me ignorando. Então seguimos em silêncio. Não sei em que momento aconteceu, mas eu acabei sendo vencida pelo cansaço e dormi. Acordei com ele me chamando em frente ao edifício onde estava morando. Droga! passando vergonha logo no primeiro dia que o conheci.