CAP. 7 - NA CASA ALUGADA

O dia estava ensolarado, quando Bia chegou com o motorista contratado por Edu. Ela havia recebido alta e após se despedir, emocionada dos funcionários do hospital,  especialmente da enfermeira Sofia que era um doce de pessoa, agora chegava a mais uma etapa da sua estranha e nova vida.

Avistou a casa que era belíssima.

Mais uma vez tentou lembrar daquele lugar, mas novamente não lembrava de nada.

(Imagem meramente ilustrativa da Internet. )

Enquanto pensava na sua própria situação, 

uma moça de aproximadamente 50 anos, veio ao seu encontro,  enquanto descia do carro.

— Bom dia, senhora Bia! É um prazer recebê-la. O meu nome é Rita.

— Oi, Rita! Bom dia! Nada de senhora. Só Bia, por favor!

— Tá bom, Bia! Venha!

Despediram-se do motorista e subiram os degraus que davam acesso à casa.

Ao entrar, admirava o lugar. Tudo era decorado com bom gosto.

— Fique a vontade, Bia! O Senhor Colins pediu para avisar que ele precisou viajar, mas que  chegará em dois dias.

— Tudo bem, Rita, sem problema.

— Olhe, ele alugou essa casa por uns dois meses e fui contratada para tomar conta dela e de você, caso precise. Ali atrás tem uma piscina, e é claro, pode usar à vontade. O senhor Colins disse que precisa se distrair bastante para que as suas memórias possam voltar.

— Ele é muito gentil, Rita! — Bia começou a sentir o coração acelerar ao lembrar dele e tentou disfarçar com um sorriso.

— Ah, ele deixou um cartão para tudo o que precisar... Comprei algumas peças de roupa a pedido dele, mas acredito que errei na medida. — Rita falou, meio constrangida.

— Se você quiser posso chamar os representantes das lojas aqui e você poderá escolher o que quiser...

— Bem Rita, como não lembro de nada, não tenho alternativa a não ser aceitar, mas assim que eu lembrar quem sou, quero devolver o dinheiro que usarei.

— Ah, senhora, aceite como se fosse um presente. Ele é rico, não vai fazer falta.

— Nada disso. Não quero incomodar.

Rita ficou pensativa, depois disse:

— Ok, seja como quiser. O seu quarto fica no andar de cima. Venha conhecer.

As duas subiram. Rita, sem parar de falar ia mostrando os cômodos. Depois de uma sala de estar menor, havia um escritório, logo em seguida, duas suites.

— Casal doido! Os antigos moradores eram casados, mas dormiam em quartos separados! Absurdo! Veja, esse é o seu quarto.

Bia viu que entre as suites havia uma porta entre elas.

— Eu não disse? — Rita apontou a porta.

Bia, sem querer, lembrou-se dos braços fortes acariciando-a no hospital. Sentiu-se estremecer, enquanto percorria o olhar pela porta. Apenas uma porta a separaria de Edu!

— Obrigada, Rita! Essa casa é muito bonita! E este quarto é muito confortável.

— Eh! também acho. Olha, fique à vontade, Bia! Vou ocupar-me agora, mas se precisar não fique acanhada, pode me chamar!

— Claro! Obrigada, Rita!

— Me diga, posso chamar o pessoal para você escolher as coisas?

— Ahn... Combina para amanhã. Quero só descansar um pouco.

— Tá bom, Bia. Vou providenciar então. Até mais.

No dia seguinte, Bia recebeu representantes de algumas lojas da cidade. Pôde escolher roupas, calçado, bolsas, maquiagens. Com ajuda de Rita, escolheu também algumas ‘lingeries’ e roupas de banho.

Sobre esses últimos itens, sentiu-se meio estranha. Ficava assim quando lembrava de Edu. O que estava acontecendo com ela? Será que era normal sentir-se atraída por ele?

Depois que todos saíram, resolveu tomar banho de piscina. Ficou um bom tempo naquela área.  À medida que as horas passavam, ficara ansiosa. Não sabia como seria sua reação quando tivesse que se encontrar com Edu novamente.

Após o jantar, vestiu um pijama bem comportado e foi assistir TV na saleta. Cansada, adormeceu no sofá.

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Bia acordou às 8:00h da manhã. Não sabia como dormira tanto e nem como chegara à sua própria cama. Tomou banho. Arrumou-se e desceu para a cozinha. Rita estava lá,  cantarolando.

— Oi, Bia! O Sr. Colins já chegou. Você estava dormindo na sala ontem, então pedi que ele a levasse para seu quarto. Menina, você dorme feito pedra, hein?

— Verdade, Rita! — Bia sorriu timidamente.

Sutilmente, percorreu o olhar procurando por Edu.

Rita percebera a sua inquietação. Esclareceu onde ele estava.

— Ele está na piscina. Não quer se juntar a ele enquanto termino de preparar o café?

— Não... Eu o aguardo. Vou subir um pouco então.

Bia ia subir, mas curiosa, resolveu olhar pela janela da sala de estar, o homem que dava braçadas vigorosas na piscina.

Fascinada, observou cada centímetro dele. O corpo bem definido e uma sunga preta que era de tirar o fôlego. 

Passou a língua pelos lábios secos e segurou com força a cortina, enquanto ele, de costas saía da piscina. Decididamente se sentia atraída por ele.

De repente, como se percebesse estar sendo observado, Edu se virou e deu de cara com ela observando-o. Com o susto de ter sido surpreendida, ela se afastou e correu para seu quarto.

Estava trêmula. "Ó céus, que loucura!"

Momentos depois Rita veio.

— Bia, o café está pronto e o Sr. Colins quer que você se junte a ele.

Vermelha de vergonha, cumprimentou-o rapidamente e sentou-se frente a ele. Ficaram assim em silêncio. Ele estava com uma camiseta regata e um short que deixava à vista as suas pernas bem definidas.

— Como você está se sentindo,  Bia?

Ela demorou um pouco para responder e sem encará-lo, falou:

— Estou bem. Quero agradecer pela sua hospitalidade. 

— Rita cuidou bem de você?

— Sim, ela é maravilhosa...Estou me sentindo bem acolhida, mas...

Ela emudeceu. Edu a olhava intensamente:

— Mas... Continue, não precisa se sentir constrangida.

— Eu não entendo por que está me ajudando... De onde eu o conheço? Isso para mim, é tão estranho... Por favor, fale o que sabe a meu respeito.

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