Guerra de vinho?

— Primo? — Luna pergunta confusa com a situação.

— Você não sabia? E como voltou com ele? — Ravi já sabia que coisa boa ela não tinha aprontado

— Estava fugindo da impressa. Ele era o único lá. Então pedi ajuda — Ela falou envergonhada

— Mais sorte que juízo. Podia ser um sequestrador. — Ele fala colocando a mão na testa e depois encarando ela.

— Foi mal. Eu tava só surfando. Encontrei com sua mãe, era isso ou eu ia acabar presa por matar a rainha. — Ela disse olhando para os pés

— Toma! Veste isso e vai se trocar. Depois desce para gente comer alguma coisa — Ele falou entregando a blusa que usava. Luna tinha esquecido que estava apenas de biquíni.

— Obrigada. — Ela virou para Enzo — Valeu

Vestiu a camisa de Rabi, subiu para o quarto. Era estranho sentir o cheiro dele tão perto. Uma sensação estranha causava nela. Ela tirou logo a camisa assim que entrou no quarto. Foi direto para o banheiro, tomou um banho bem demorado. Parece que o resto do dia não vai ser tão doce.

Saiu do banheiro, enrolada numa toalha, me olhou no espelho. E penso o que estou fazendo aqui? Que roupa se usa para ficar de boa no Palácio? Eu só com aqui de visita antes, não sei o que vestir para diária. O peste do Ravi tem que me ajudar. Ele tem que servir para alguma coisa nessa vida.

Luna:. "Preciso da sua ajuda. Venha aqui"

Ravi:. "Se vira"

Luna:." Vou descer de lingerie estão"

Ravi:." Estou subindo"

Alguém bate na porta.

— Pode entrar — Eu grito, quando ele entra trava o olhar em mim

— Porque você está de toalha? Tava falando sério? Meu Deus! Não terei mais paz na minha vida — Ele falou colocando as mãos na cabeça

— Quanto drama. Eu só queria saber o que vestir. É estranho morar em um palácio. Que roupas usa diariamente? — Perguntei

— Você foi amaldiçoada. Terá que você sempre como uma boneca, toda arrumada. Pelo menos, da porta para fora. — Ele falou sério

— Nem fudendo — Eu fosse chocada

— Que princesa culta e educada essa minha – Ele falou rindo.

— Não enche! — Eu estava irritada

— Por hoje, desça parecendo gente. Os meus pais, os seus e o de Enzo vão jantar aqui, acredito que a senhora esqueceu — Ravi falou se aproximando da porta.

— Ah sim! A minha mãe comprou um vestido horrível para o dia de hoje — Ela disse fazendo careta.

— Não vai usar então? — Ele perguntou curioso. Ele nunca entendeu bem as ações dela. Não tinham um padrão, parecia que ela usava um botão aleatório para decidir tudo.

— Irei usar. Mesmo odiando com a minha alma. Já já eu desço — Ela disse e ele virou-se e saiu.

Ela foi até o closet e pegou o vestido caríssimo que a mãe comprou. Ela ainda estava pagando. Deve pagar por anos. Foi quase um financiamento. Luna não entendia o motivo dela querer tanto mostrar um status que todos já sabiam que eles não tinham. Mesmo ela odiando aquele vestido, a razão dele e o preço que ele teve. O sentimentos e carinho que a mãe dela teve para escolher, comprar. E quando sua mãe vai ter que abrir mão até pagar, faz com que ela tenha certa que deve usar.

— Eu definitivamente, não combino com esse vestido. — Ela falou se olhando no espelho.

Ela desce, respirando fundo para não voltar e trocar o vestido por um shortinho e uma top. Era o sonho dela sair daquela roupa de boneca. Fazia ela se sentir ainda mais sufocada nessa casa.

— Agora eu entendi o motivo de você não gostar. A senhora está linda! Contudo parece fora do lugar. Uma pessoa diferente. — Ravi diz pegando a sua mão no fim da escada. Ele costumava seguir todos os protocolos.

— Se era pare ser um elogio, não foi. Me sinto uma boneca. Espero que acabe logo. — Ela falou olhando para suas mãos

— Vou dar um jeito de fugir. — Ele falou e ela até parou de andar.

– Ravi? Fugindo? O mundo vai cair. Você é todo certinho. Nunca quis nem pisar fora da linha — Ela diz chocada

— Quis dizer apenas sair mais cedo, assim que permitido. Não irei fazer nada de errado. Sem drama — Ele falou irritado.

— Me sinto sufocada — Ela disse baixo

— Eu sei. Me desculpa — Ele falou antes de entrar na sala de jantar com ela

— Finalmente vocês estão aqui. Pensei que vocês dois tinha fugido — O Rei, Henrique, pai do Ravi falou.

— Minha filha, você está tão linda — Daiana, mãe de Luna dizia — parece uma linda boneca.

— Sim, sinto-me uma boneca. — Ela disse sorrindo

— Vamos nos sentar? — Ravi falou olhando para Luna que concordo com a cabeça. Ele puxou a cadeira e ela sentou. Logo ele sentou do seu lado.

O jantar começou, estavam todos comendo e conversando. Só os dois noivos é que estavam calados.

— Bem, estamos aqui hoje para oficializar esse noivado. Hoje, a Luna é oficialmente noiva e nora da família. E em alguns dias, será seu casamento e coroação. Estou muito feliz por hoje. Que Deus abençoe vocês dois. — O rei levanta a taça e todos brindam

Ravi tira uma caixa do seu blazer. Abre e tira um solitário, com uma pedra amarela, em formato de sol. Enorme.

— Eu não sou bom com palavras. Espero que você não me enlouqueça diariamente. Pelos menos seja um dia sim e um dia não — Ele falou sorrindo e colocou o anel nela, ela buscou o outro anel na caixa. Tinha uma lua e ela sorriu.

— Tentarei o meu melhor para não te deixar em um hospício. E prometo deixar a sua vida muito agitada — Ela disse rindo colocando a aliança nele.

— Então, um brinde a esse noivado e votos um pouco um tanto peculiares — O Rei disse erguendo a taça e todos acompanharam

A porta se abriu. Uma morena, alta, com um vestido minúsculo e embalado a vácuo entra com tudo.

— Acho que cheguei na hora certa — Ela disse sorrindo olhando para Ravi — Alguém pode me trazer uma taça também?

Ela se aproximou e ficou ao meu lado. Todos estavam em silêncio da entrada dramática dela. E Luna não fazia ideia quem era ela. O garçom trouxe a sua taça e o rei voltou de onde parou.

— Um brinde aos nossos lindos noivos — Ele falou erguendo a taça e todos o seguiram.

A morena ao lado da Luna, acabou virando todo o vinho no vestido branco que Luna odiava, mas que tinha um valor sentimental (e monetário) altíssimo para ela.

— OH! Me desculpe. Eu compro outro. Um melhor. Esse é horrível. Foi da coleção passada. — Ela Disse sorrindo

— Não preciso. — Luna fala derramando todo o vinho da sua taça na cabeça da garota. — Se me derem licença. Tenho que me retirar. Já derramei vinho no vestido, seria péssimo derramar sangue também.

Luna sai com tudo pela porta. Ravi vai atrás dela. Pelo menos ele não precisou arrumar uma fuga, Luna fez isso por ele. E de uma forma triunfante.

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