20. Fuga desenfreada do palácio

Aziz estava disposto a deixar a estrangeira ir embora. Já havia satisfazido seus desejos. Da mesma forma em que também, para ele, a moça tinha perdido parte do seu encanto.

Aziz não queria causar aborrecimentos à futura mãe do mais novo herdeiro. Sendo assim, evitou ir aos aposentos de Bella para avisar-lhe que estava livre.

Concluída a solenidade fúnebre de Ahmed Nabih, o Sheik e a princesa Malika trataram de anunciar a chegada do futuro herdeiro.

Todos os nobres súditos, os filhos e as demais mulheres do monarca se reuniram em pomposa festa para celebrar a grande novidade.

A festança durou mais de um dia.

Enquanto isso, Bella achava-se solitária em seu quarto.

A agitação e o som alto da música que ecoavam pelo palácio - mesmo que abafados, dava-lhe a impressão de que todo o reino comemorava algo importante.

Deixada de escanteio por todos a sua volta, Bella sentiu-se ainda mais insegura quanto ao seu destino.

Pensou em pegar todos os presentes dados por Aziz e ir embora. Mas para onde? E para fazer o quê? Bella não via nenhuma grande motivação para abandonar sua gaiola de luxo. O melhor era tornar-se a melhor amante do Sheik já tivera, e viver de seus "favores" até quando ele se cansasse.

A comemoração no palacete parecia que não tinha hora para acabar. Bella continuava perdida em meio ao seu pessimismo. Tudo e todos pareciam transbordar alegria e prosperidade, menos ela.

A mulher já ia começar a chorar, coisa que raramente fazia, foi quando uma criatura esbelta cheia de luz e serenidade entrou nos seus aposentos e fez com que tudo à sua volta brilhasse.

Bella: Oh, Jamal! Você voltou pra me salvar!

Correu para abraçá-lo, mas acabou pulando em seus braços.

Bella: Que medo que tive que estivesse morto. Mas ainda bem que está aqui para me libertar.

Jamal: Também tive medo de nunca tê-la em meus braços, e de não poder sentir o gosto dos seus lábios novamente.

Bella e Jamal fizeram amor sem nem se importar que poderiam ser surpreendidos outra vez pelo Sheik.

Após se amarem e se trocarem, o homem apressou a mulher para que pegasse suas coisas e fugissem do palácio. Bella, porém, queria levar malas e malas com os pertences.

Jamal: O que pensa que está fazendo? Não podemos levar todas essas coisas… Apenas o básico.

Bella: Eu não posso deixar todas essas coisas de enorme valor para trás.

Jamal: Impossível, Bella! Leve apenas o básico e nada mais.

Muito contrariada, Bella pegou uma sacola de mão e pôs dentro dela peças de roupas e alguns objetos higiênicos. Entretanto, sem que o amante percebesse, também pegou todas as joias que Aziz havia lhe dado.

Jamal conhecia perfeitamente todos os labirintos e caminhos secretos da residência real do monarca árabe. Daí então tomou a mão da amada e seguiu na direção de uma passagem subterrânea que culminava na área externa.

Assim que saíram da monumental construção, caminharam cerca de quinze minutos, até que Jamal parou numa esquina e montou numa motocicleta que se encontrava ali estacionada.

Ordenou que Bella montasse na garupa. Sem nunca antes ter subido num veículo de duas rodas, a mulher sentou-se no veículo toda desajeitada.

Jamal acelerou a motocicleta e voou por uma parte pouco movimentada da cidade.

Mesmo desconfortável na garupa da moto do amado, Bella sentiu um frenesi inexplicável. Estaria sonhando? não, não estava. Agarrou-se então à cintura de Jamal e apoiou o queixo em seu ombro. A adrenalina que corria em suas veias era alucinante.

Bella não sabia o que aconteceria depois daquilo, entretanto estava amando a sensação de estar fugindo.

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