17. Embate entre o sheik traiçoeiro e o magnata atraiçoado

Para agitar ainda mais as coisas em terras árabes, chega o magnata para confrontar o Sheik sobre o paradeiro da sua esposa.

Mesmo proibido pela polícia de sair do país, Ahmed Nabih conseguiu despistar as autoridades, alugando um jatinho em outra província. Chegou ao oriente no início da tarde.

Ahmed conhecia bem a cidade turística do "amigo" Sheik, e assim que aterrissou em solo árabe, alugou um táxi e pediu que o taxista o deixasse nas proximidades da sede administrativa do emirado.

Ahmed já era um rosto conhecido do gabinete do Sheik, sendo que dias antes havia se reunido naquele mesmo local com o monarca. Liberaram sua entrada. No entanto, não sabiam se o Sheik Aziz compareceria aquela tarde ao trabalho.

O magnata ansiava pela chegada do falso amigo. E se acaso o mesmo não aparecesse no gabinete, daria um jeito de entrar no palácio, custe o que custasse.

Por "sorte", pouco menos de uma hora Aziz apareceu para despachar alguns documentos.

Ao ver Ahmed na recepção, o Sheik sentiu-se fortemente incomodado, mas não deixou que o compatriota notasse.

Aziz: Salamaleico, Ahmed!

Ahmed: Maleico salam!

Aziz: Mas de volta ao meu emirado tão rápido!? … Já sei! Sentiu saudades do verdadeiro tratamento de rei que teve.

Ahmed Nabih se manteve calado. O Sheik então convidou o magnata para que o acompanhasse à sua sala.

Isolados dentro do gabinete, o magnata foi direto ao assunto, expondo a motivação de ter voltado tão cedo às terras do poderoso árabe.

Ahmed: Onde está minha mulher, Bella, Aziz?

Aziz: Ora! Isso é jeito de iniciar um diálogo entre irmãos de coração, meu caro!

Ahmed: Não tente mudar o rumo da conversa! Sei que foi você que raptou minha esposa… Pois a desejou desde o primeiro instante que botou os olhos nela.

Aziz: Mas por que eu faria uma coisa tão cruel como essa, com alguém que é um irmão pra mim? … Quando posso ter a mulher que eu desejar a qualquer momento.

Ahmed: Sei muito bem disso Aziz, assim como também sei que já foi capaz de atos baixos para satisfazer seus instintos animalescos.

O monarca sentiu-se exatamente ofendido com as palavras do magnata.

Aziz: Veja bem como se refere ao seu soberano, Ahmed Nabih… Mas se quer saber a verdade, Bella está mesmo em meu poder. E pra sua infelicidade, não voltará a ser sua jamais, já que se acostumou a vida de rainha que estou lhe proporcionando.

Ahmed: Isso não é verdade. Aposto que quando ela perceber que estará privada de sua liberdade… Quando entender que não poderá ir e vir a qualquer hora a determinado lugar, o desprezará com todas as forças.

Aziz: E quem disse que a trancarei dentro de uma gaiola como um passarinho?

Ahmed: Claro que fará com ela o mesmo que faz com todas suas esposas. Mas deixemos de conversa fiada… Exijo que traga minha mulher até aqui, agora! Se não…

Aziz: Se não, o que? Seu pederasta enrustido. Pensa que não sei que vivia de encontros amorosos com outros homens. E agora, vem dar uma de varão traído e ofendido… Como se realmente se importasse com os afagos de uma fêmea.

Ahmed: Não tem nada a ver com minha vida pessoal. Faço dela o que bem entender. Agora ordene que tragam já a minha esposa.

O magnata abriu a valise que carregava, tirou de dentro uma arma e a deixou à mostra, sobre uma das pernas cruzada.

Aziz: Aquiete-se Ahmed! Pra que tanto extremismo. Vamos resolver a questão como dois homens civilizados que somos.

Equanto falava, o Sheik abriu uma gaveta da escrivaninha, sacou rapidamente de dentro uma pistola e deu um tiro certeiro em Ahmed.

O homem caiu sem vida no assoalho, enquanto que sua arma, ao cair, disparou com o impacto.

O barulho do disparo fez com vários homens da segurança entrassem imediatamente no gabinete do Sheik. Mas, como viram que o monarca se encontrava em sua integridade, esperaram que o mesmo lhes desse ordens.

Aziz ordenou então que levassem Ahmed para longe, e que simulassem um acidente de carro com o corpo do homem dentro.

Para começo de conversa, Ahmed teria sofrido um acidente fatal em plena estrada, onde seu veículo havia capotado e incendiado.

E esse foi o triste fim do magnata quarentão, que para o seu azar havia se encantado, pela primeira vez, pela faceirice de uma bela dama.

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