Capítulo 5

Bianca Ricci

Na manhã seguinte acordo e vou até o banheiro que há no quarto em que estou, tomo uma ducha e lavo os meus cabelos, tentando relaxar um pouco em meio a todo o caos.

Bianca: Admito que esse chuveiro é uma delícia, nunca tomei um banho tão gostoso em minha vida.

Meu relaxamento se acaba quando volto ao quarto e me lembro que esse é o meu cativeiro e que não tenho como sair daqui. Em cima da cama vejo uma muda de roupas limpas, me troco e quando volto ao quarto a porta se abre. A mesma senhora da noite passada entra com uma bandeja na mão.

Carlota: Bom dia, linda menina.

Fico em silêncio, observando ela entrar, ela caminha até o prato da noite passada e percebe que está intacto, ela recolhe, põe a nova bandeja no lugar e me olha parecendo triste.

Carlota: Olha menina, eu sei que você não está aqui por vontade própria, mas você tem que se alimentar. Fazer greve de fome não vai fazer ele te deixar ir embora. — Ela fala de forma carinhosa enquanto me olha, ela caminha até a porta e suspira pesadamente — Eu sei que muitas coisas devem estar passando em sua cabeça agora moça, mas o meu Pietro não é um menino ruim, ele não te trouxe aqui para te machucar.

Pietro, esse era o nome dele, o homem que me trancou aqui, será que ela é mãe ou avó dele?

Carlota: Ele é um pouco obstinado demais, e está passando por um momento muito difícil com o pequeno dele. Coma pelo menos um pouco, eu preparei com muito carinho para você.

Ela fecha a porta e eu deixo os meus ombros caírem, começo a chorar feito criança, sinto que nunca vou sair desse lugar e todas as cenas horríveis do meu passado vem novamente à minha cabeça. Depois de muito tempo chorando, resolvo comer, estou com muita fome. O café da manhã tem de tudo, bolo, croissant, café, suco. Eu me alimento bem, bebo água e me sento na cama, pensando em uma maneira de fugir dali.

Pietro Lombardi

A noite não foi fácil, o bebê acordou muito e nas vezes que tentei alimentá-lo ele acabou colocando tudo para fora, a minha tristeza só aumentava, levantei e deixei uma funcionária tomando conta dele. Tomei um banho, me troquei e desci para tomar café da manhã, só a comida de Carlota me traria um pouco de ânimo agora.

Carlota: Bom dia, meu príncipe.

Caminho até ela que me abraça com o mesmo carinho de sempre. Carlota trabalhou na minha casa desde quando eu nasci, quando o meu pai foi embora, Carlota quem me criou e me deu o amor de mãe, é graças a ela que não sou um monstro completo.

Pietro: Bom dia, Carlota.

Carlota: Como os meus príncipes passaram a noite?

Pietro: Foi horrível. Nenhuma das mamadeiras parou no estômago dele, já não sei mais o que fazer.

Carlota: Você vai dar um jeito meu bem, eu sei disso.

Pietro: O meu jeito está lá em cima em um quarto, completamente irredutível. — Falo praticamente em um

rosnado, essa história toda com Bianca está me dando nos nervos.

Carlota: Meu filho, tenha paciência, você trouxe a moça para cá a força, a trancou em um quarto como um animal, e ainda quer que ela faça as suas vontades? Não vê que isso está errado?

Pietro: Ela não me deu outra escolha Carlota. A garota é teimosa até onde não pode mais!

Carlota: Me lembra alguém...

Ela fala num meio sorriso e sei que está se referindo a mim.

Pietro: Eu só preciso que ela ajude meu filho, não quero que ela goste de mim.

Falo em um tom um pouco mais agressivo do que eu gostaria e nem eu sei explicar o porquê.

Carlota: Só sei que não foi só o seu pequeno que não comeu nada o dia todo. Ela também não tocou na comida que levei ontem, nem água bebeu, está muito abatida.

De alguma forma aquilo me causa uma pontada no coração, não a trouxe aqui com a intenção de feri-la, muito menos de deixá-la doente. Carlota se aproxima de mim e passa as mãos em meus ombros, me acalentando.

Carlota: Eu sei que você aprendeu que tudo se consegue na brutalidade e violência, mas ela é uma menina, me parece muito doce, não é assim que vai conseguir as coisas com ela.

Ela fala isso e sai, me deixando sozinho com os meus pensamentos na cozinha. Por que Bianca mexe tanto comigo? Por que sinto essa necessidade de subir e saber como ela está? Se fosse qualquer outra pessoa eu já teria estapeado ou dado uns puxões de cabelo para aprender a me obedecer, mas com ela eu não consigo agir assim.

Termino de tomar o meu café da manhã e vou para o meu escritório, nos últimos dias os negócios ficaram de lado, meu tempo era totalmente dedicado ao meu filho.

Henrico: O bom filho, a casa torna. Só fica enfurnado lá em cima agora, esqueceu que é o comandante dessa porra toda?

Pietro: Não me enche Henrico, por favor.

Ele dá a volta em minha cadeira e pega no meu ombro.

Henrico: Qual é priminho, você sabe que os negócios da família estão em suas mãos, desse jeito vai jogar tudo fora.

Apesar de estar extremamente irritado com ele dando opiniões na minha vida, eu sei que ele tem razão, as

coisas foram deixadas de lado, faz 5 dias que nem entro em meu escritório, tenho que dar um jeito nisso.

Pietro: Você é o meu braço direito, o único que sabe tudo que acontece. Preciso que assuma o meu lugar por um tempo, até que o meu filho esteja estável.

Observo os olhos dele brilharem, suponho que de alegria.

Henrico: Claro primo, pode deixar comigo.

Converso algumas coisas com Henrico, deixando claro como quero que as coisas sejam feitas pelos próximos dias. Termino minha reunião e subo, resolvo passar no quarto de Bianca.

Destranco a porta e entro, ela está sentada de frente para a janela, parece pensativa, seus lindos olhos

verdes brilham, refletindo a luz do sol, os cabelos estão ainda mais dourados, e o vestido preto que mandei entregarem-lhe, serviu como uma luva nas curvas de seu corpo perfeito.

Pietro: Oi...

Ele me olha de canto de olho, com a cara mais fechada possível e eu quase sinto vontade de rir, por que até

brava, ela é a coisa mais linda. Me sento em uma poltrona e olho para ela, observo a bandeja ao lado da cama praticamente vazia e suspiro aliviado.

Pietro: Vejo que se alimentou, que bom, a comida da Carlota é mesmo irresistível.

Ela revira os olhos para mim, parecendo impaciente, e me olha novamente, suas bochechas estão vermelhas e ela parece furiosa.

Bianca: Veio aqui para jogar conversa fora?

Pietro: Você é direta, gosto disso.

Ela bufa e olha para a janela de novo, dou a volta na cama e me apoio na janela, olhando ela de frente.

Pietro: Vim aqui para te pedir mais uma vez, Bianca, por favor, cuida do meu filho.

Se implorar é o que ela precisa, eu estou aqui implorando, algo que eu nunca fiz na minha vida, essa mulher está me fazendo agir completamente diferente.

Bianca: Você poderia ter tentado me pedir com educação, não precisava me sequestrar e me trancar nessa merda de quarto. Se antes eu não ia, agora que não vou mesmo.

Sinto o meu sangue ferver, embora eu não saiba explicar o porquê do meu apreço por Bianca, ela estava me tirando do sério e mexendo com a única pessoa que eu amava no mundo, meu filho.

Pietro: PORRA! SERÁ QUE DÁ PRA VOCÊ PARAR DE SER TÃO EGOÍSTA POR UM MINUTO? EU ERREI BIANCA, MAS NÓS ESTAMOS FALANDO DE UMA CRIANÇA DE CINCO DIAS DE VIDA LIGADA A MIL APARELHOS PARA SOBREVIVER.

Perco minhas estribeiras e começo a gritar com ela, a vejo se encolher no canto da janela como um bicho acuado, ela me olha parecendo muito assustada, mas sinceramente, a minha paciência com ela já havia acabado. Ela permanece em silêncio, mas ouço uns soluços baixos saindo de sua garganta, resolvo que é melhor sair do quarto.

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Comments

Maria Inês

Maria Inês

Bianca fica irredutível.

2025-03-08

1

Francilene Oliveira da silva

Francilene Oliveira da silva

aí aí

2025-02-05

1

tuca

tuca

mas ele ja.tinha.ido la.pwdir pra ela

2024-12-16

1

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