Capítulo 4

Bianca Ricci

Acordo meio grogue, estou deitada em uma cama num quarto enorme, que nunca vi na minha vida, tento me levantar, mas fico tonta e me sento outra vez. Ouço o clique da porta e me viro, e ele está lá, o cara que me procurou no hospital. Fico muito assustada, por que ele está aqui? O que está acontecendo?

Pietro: Oi.

Bianca: O que eu estou fazendo aqui?

Pietro: Eu disse que era uma proposta irrecusável Bianca. Você não tinha escolha.

Bianca: Você tá maluco?

Me levanto e vou em direção a ele.

Bianca: QUEM VOCÊ PENSA QUE É? SEU MANÍACO, DOIDO!

Começo a xingá-lo e a empurrar ele pelo peito, sempre fui baixinha, mas nunca fui medrosa, e apesar de ele ser um armário comparado a mim, não era ele que ia me colocar medo agora.

Pietro: Srta. Ricci, se acalme.

Bianca: Não vem com essa de Srta. Ricci, me deixa ir embora agora — Falo empurrando ele mais uma vez, mas me sinto ficando tonta e acabo perdendo um pouco o equilíbrio pendendo para o lado, mas ele me segura.

Pietro: Opa, calma aí.

Ele me pega no colo e me põe sentada em uma poltrona, ele se agacha na altura do meu rosto de frente para mim e me observa, parecendo estar curioso.

Pietro: Tá tudo bem?

Bianca: Não, utilizaram clorofórmio em mim, eu ainda estou tonta, o que esperava?

Pietro: Sinto muito, tive que fazer desse jeito, você rejeitou minha proposta e eu precisava de você, sei que

é a melhor da residência.

Bianca: Como sabe tanto sobre mim?

Pietro: Não sei se já conseguiu perceber Bianca, mas sou um homem influente.

Bianca: Eu não quero nem saber que porra você é, seu pervertido. ME TIRA DAQUI AGORA!

Pietro: Para de gritar. Eu não vou fazer nada com você. Só preciso que me ajude com o bebê.

Bianca: Procura outra, meu filho! Já falei que NÃO! Você por acaso é surdo?

Pietro: Não sou surdo Srta. Ricci, mas sou bom em conseguir o que quero.

Ele levanta e começa a caminhar em direção a porta e destranca.

Bianca: Aonde você vai?

Pietro: Vou voltar aos meus afazeres.

Bianca: E eu?

Pietro: Você fica aqui, até mudar de ideia.

Ele sai do quarto e ouço o barulho da porta trancando. Corro até ela e giro a maçaneta tentando abri-la.

Bianca: NÃO FAZ ISSO COMIGO! ME DEIXA SAIR, POR FAVOR. EU QUERO IR EMBORA!

Começo a chorar, pensando no que posso ter feito de errado para a minha vida vir parar aqui e estar passando por isso outra vez. Já havia me livrado de tudo de ruim na minha vida quando fui embora da casa do meu pai, e agora me aparece esse homem, que eu não sei quem é e me sequestra.

Olho através de uma janela e vejo que já está anoitecendo, olho para baixo e vejo alguns homens vestidos com ternos pretos logo abaixo da janela, imagino serem seguranças. Me sento na cama e fico pensando em formas de sair dali, acabo ficando sonolenta e adormecendo.

Acordo com a porta se abrindo, me levanto rapidamente na esperança de ser ele, dizendo que irá me deixar ir, mas no lugar disso, entra uma senhora, com uma bandeja nas mãos e um leve sorriso

no rosto.

Senhora: Trouxe algo para você comer, é melhor se alimentar.

A observo, ela possui cabelos brancos meio acinzentados, sua pele é muito clara, assim como os olhos e ela possui um sorriso caloroso no rosto, me lembra a minha avó.

Senhora: Meu nome é Carlota, não gostaria de conhecer ninguém nessas circunstâncias, mas é um prazer conhecê-la.

Carlota

Bianca: É uma pena que eu não possa dizer o mesmo.— Sinto que fui um pouco grossa com ela, mas nessas circunstâncias eu não conseguiria ser diferente.

O sorriso que ela carregava no rosto diminui, então ela dá as costas e sai do quarto, trancando novamente. Eu continuo deitada, não tenho apetite, a única coisa que penso é em como irei sair daqui.

Pietro Lombardi

Saio do quarto e o tranco, deixando ela pensar um pouco, vou para o quarto ao lado, onde meu filho está,

com todos aqueles equipamentos ligados a ele. O observo enquanto aguardo o médico chegar, coloco uma mão na incubadora e faço carinho em seu rostinho, tão pequeno.

Pietro: Oi filhão, sei que você tá lutando muito aí, mas por favor, se puder lutar um pouquinho mais... O papai vai ficar felizão. Eu quero muito te ver crescer filho. Tá vendo aquele jardim todinho lá fora? É tudo seu filhão, e eu quero te ver correndo lá, brincando, se sujando na grama, por favor, luta um pouco mais, eu sei que você consegue sair dessa.

Sinto meus olhos encherem de lágrimas, pela primeira vez em minha vida adulta eu amo alguém de verdade, e esse alguém é uma parte de mim, e é tão frágil. Escuto alguém bater na porta, por um momento tenho a vaga esperança que seja um de meus homens dizendo que Bianca mudou de ideia, mas é apenas o Dr. Luigi.

Pietro: Oi doutor.

Luigi: Oi Pietro, como vai?

Dr. Luigi foi o meu pediatra durante anos, e era um médico de confiança para os meus pais, quando me vi nessa situação ele foi a primeira pessoa a quem pensei em recorrer.

Pietro: Cansado, e querendo que o meu filho saia logo dessa.

Dr. Luigi: Imagino, bom vamos ver como está esse garotão.

Ele começa a examinar meu filho, pega no colo, coloca em uma balança, tira sangue e ver ele ser espetado e remexido diariamente me corta o coração, fico apreensivo parado ao lado de Luigi, esperando que ele termine logo.

Dr. Luigi: Pietro, infelizmente as notícias não são as melhores.

Pietro: O que houve, fiz tudo como me mandou, eu juro.

Já não consigo mais conter as lágrimas e me desfaço, caindo sentado na cama. Luigi se aproxima e põe a mão em meu ombro.

Dr. Luigi: Cara, eu sei que você está fazendo tudo que pode, e tudo que eu mandei. Mas sem o leite materno, o ganho de peso fica mais difícil. Ele perdeu 50g de ontem para hoje, e isso para um bebê prematuro é muita coisa.

Não consigo responder mais, a única coisa que sei fazer é chorar.

Dr. Luigi: Se acalma, você precisa ficar forte pelo seu filho. Vamos tentar trocar a fórmula do leite que ele está tomando, o ideal era que você conseguisse leite materno, já solicitei em alguns bancos, mas a resposta demora um pouco. Já conseguiu alguém para tomar conta dele?

Pietro: Estou no processo — Respondo fungando, já estou a ponto de me jogar nos pés dela e implorar.

Luigi: Tenta adiantar logo isso. Eu tenho que ir, as recomendações continuam as mesmas, alimentar ele a cada três horas e levá-lo para banhos de sol na incubadora mesmo, na varanda. Amanhã à tarde eu passo aqui.

Despeço-me de Luigi e fico deitado na cama com a mão na incubadora, acariciando o peito dele, a

pele é tão fina que só de encostar o dedo posso sentir o coração batendo, adormeço assim.

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Comments

Maria Inês

Maria Inês

Pai amoroso!

2025-03-08

0

Francilene Oliveira da silva

Francilene Oliveira da silva

tadinho

2025-02-05

1

Gleide Sousa

Gleide Sousa

ai que judiacao

2025-01-30

1

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