Enxovia

...Meses atrás......

Duas magias se entrelaçam, com isso mandando duas pessoas para o mesmo lugar durante um teleporte, entretanto algo acontece, ao chegarem eles começam a tossir sangue, suas lágrimas são vermelhas, Klark se desespera, James fica surpreendido, porém não demonstra tanta emoção.

— O que está acontecendo?! EU VOU MORRER?

— Entendi...

— ENTENDEU O QUE? VOU REALMENTE MORRER?

— “Absolutismo”! “Cancelamento Absoluto”. — Ao dizer isso as lágrimas se encerram, a tosse para, James se limpa, Klark limpa a si mesmo.

— O que foi isso?!

— O ataque contra nós ou a minha magia?

— Ambos?

— O ataque foi causado por uma magia antiga, lei mágica, por isso o efeito foi imediato após o teletransporte, saímos sem autorização. — Klark faz uma expressão de “que?”.

— Você não entendeu?

— Bom...

— Olha, na verdade... Atrás de você! — James empurra o Klark pro lado, então arremessando uma adaga em um cara de uniforme roxo.

— Nunca vi os Infinity com essa roupa... — James faz uma esfera protetiva envolta dele e do Klark, ambos juntos.

— Estão atrás de nós porque quebramos a lei?

— Pensei que não tinha entendido. — Fala o homem misterioso.

— Apenas juntei os fatos.

Um homem com um uniforme diferente, a cor é branca, ele se aproxima da esfera.

— Olá, James e Klark, como estão? — Ele estala os dedos e a esfera se desfaz, Klark tenta atacar o homem, falhando, quando tentou se aproximar ele caiu no chão.

— Quem é você?

— Meu nome é Noah, mas pode me chamar de Kairo.

— Nós vamos contigo.

— VOCÊ NÃO VAI TENTAR?

Os três são teleportados para a Infinity de Paris, eles são enviados para uma sala de interrogatório. Nesta sala tem mais um homem, ele utiliza uma roupa semelhante ao Noah.

— Sejam bem-vindos, se sentem, temos que conversar com vocês.

Os quatro se sentam, existe uma mesa que fica entre os dois membros da Infinity e o James e Klark.

— Vocês entendem o porquê de estarem aqui? — Fala o homem ainda não identificado.

— Nós quebramos uma lei, por isso estamos aqui.

— Que? Você acha que a Infinity é tão superficial que lida com situações tão medíocres? Estão aqui por seus crimes, ou acham mesmo que as magias de teleporte se entrelaçam por acaso? — Diz o Noah.

Klark estala todos os dedos da mão, um de cada vez.

— Quais crimes? — Pergunta James.

— Agressão a uma policial da Infinity, assassinato de uma loba da raça crescente, um veículo deixado em alta velocidade que bateu em outro carro, mas o bruxo que estava no outro carro morreu por causa de um ataque de um lobo, claro que tem uma última coisa, você está com seus poderes de alguma forma que ainda não entendemos, precisa se tornar mortal novamente. — Fala o homem ainda não identificado.

— Eu não sou mortal?

— Não finja ser sonso, você sabe muito bem do que estamos falando. — Acrescenta Noah.

— Falando nisso, pelo que sei você não foi no enterro da Rose. — Insinua Noah. James bate na mesa, os olhos dele ficam totalmente pretos, o globo ocular e a íris.

— Não diga o nome dela!

Klark fica amedrontado com a aparência sinistra do James, assim deixando a própria íris amarelada.

— Calma, olha o que você fez, deixou o cachorro assustado.

James olha para o Klark, de alguma forma sentindo um conforto.

— Me desculpa, isso não tem nada a ver com você.

— Incrível, é a primeira vez que te vejo pedir desculpas, mas vamos falar aqui sobre o mais importante, por quê?

— O que você quer dizer?

— Você podia ter filhos, sem problemas, podia se casar e construir uma família, mas tinha que ser com uma loba? Tipo, tenho amigos que são, só que você não tinha a necessidade disso, você tem dinheiro, tinha um cargo elevado no governo sobrenatural, e mesmo assim quis ter uma criança com uma loba, uma união horrenda.

— Se quer fazer alguma coisa, faça, não aguento mais te ouvir.

— Aliás, agora lembrei, você atacou um outro policial da Infinity, que interessante. Fora que você manipulou todo um estado para que eles acreditassem que a criança não seria híbrida, enganou as pessoas? Sim, por um tempo você conseguiu, felizmente nossas bruxas estavam de olho para perceber suas mentiras.

— Vai continuar com isso por quanto tempo?

— Ah, é mesmo, você desligou suas emoções né? Inteligente, assim sua mente não colapsa com tanta dor, no entanto, o que você acha de assistirmos um vídeo? Consegui autorização para filmar o enterro da Rose.

— Não!

— Você não tem essa opção.

Na parede do interrogatório começam a surgir imagens, o som sai na cabeça de todos na sala.

— Essa é minha parte favorita.

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Tem um homem ajoelhado, está totalmente horrorizado com tal situação, ele chora e grita, está quase se transformando.

— Que merda! Eu sabia que não daria certo. Minha irmã está morta porque casou com um bruxo, com um maldito membro do governo! Esse canalha vai morrer. — Este homem se levanta e enxuga as lágrimas.

— Vou te ajudar, temos que fazer esse covarde pagar, ele vai pagar pelo que fez. — Natasha fala isso enquanto se aproxima de seu irmão, então o abraçando.

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— O que acha de saber isso, James? Os irmãos da sua falecida esposa estão a procura de você, eles não medirão esforços para te matar.

Todos tremem menos o Klark, eles sentem a presença de alguém chegando, com isso eles se separam, o homem que até agora não foi identificado foi até a recepção da Infinity, Noah leva o James e o Klark para uma cela, deixando os dois na mesma.

— Não tentem nada, o máximo que conseguirão será falhar, além disso sofrerão as consequências por tentarem quaisquer coisas. — Ele fecha a cela, então se teleportando.

A frente deles tem outra cela, nela há um garoto, o porém é que é jovem, muito jovem para ter feito quaisquer atrocidades.

— Olha lá, já quero e essa prisão é de gente perigosa, ele com certeza deve ser um louco, né?

— Na verdade, não, eu mesmo já mandei várias pessoas para cá por simplesmente não viverem da maneira que a Infinity gosta.

— O que?! Não esperava isso de você.

— O que você espera de mim? Sou um desconhecido que nem tem expressões faciais.

— Nossa, que grosso.

Os dois adentram para mais dentro da cela, nela tem um beliche e uma mesinha com uma caneta e um caderno de 96 folhas.

— Que estranho, tem um caderno aqui.

— Preste atenção, talvez isso seja uma armadilha.

Klark abre o caderno, ali vendo apenas um passa tempo, ali tendo jogos infantis, o jogo stop, desenho, poemas.

— Não é nada, acho que isso é de uma criança.

— Hum, entendi.

James olha para a cela que está na frente, o garoto está deitado no beliche de baixo, nele tendo dois colchões e duas cobertas, na parte de cima do beliche não tem colchão e falta uma coberta.

— É aqui que vamos dormir?

— Aparentemente, sim, o que houve? — Klark faz uma expressão um tanto irônica e sarcástica de surpresa.

— Não tá vendo? Tem um colchão fininho, a coberta parece um lençol, se bobiar o meu lençol é mais grosso que isso.

— Você é muito animado.

Flashes de memórias começamos a passar na mente do Klark, lágrimas começam a escorrer pelo rosto dele.

— Você está bem?

— E você se importa?

Outro garoto está andando junto com um guarda da Infinity, ele leva o garoto até a cela que está na frente do James e Klark.

— Hoje terá mais de uma vez, fique melhor até lá, use o sangue do seu amigo ou reza, de qualquer jeito precisa estar bem. — O homem abre a cela, jogando o outro garoto nela, com isso ele cai.

— Cuidado! — Diz o garoto que já estava na cela, as presas dele ficam expostas, com isso uma queimadura começa a se formar nas pernas do garoto e subindo para o crânio.

— Estou bem, fica calmo... — Fala o menino, então tentando se levantar sozinho, ele não consegue, o garoto ajude ele.

— Thomas, agora não precisa mais se preocupar... — O garoto carrega o outro, pondo ele no beliche debaixo, então se sentando no chão ao lado.

O guarda fecha a cela e estava prestes a ir embora, porém ele se vira e vê os recém chegados.

— Opa, olá! Não vi vocês aí! Como estão? — Ele fica sem resposta, Klark já está se recuperando, mas não quer falar nada, James apenas fica olhando o guarda.

— Falei com vocês! — Ele bate nas grades.

— O que você quer, canalha?! Vai se foder, você é apenas um merdinha seguindo ordens, sabia? — Então Klark abre os olhos, assim percebendo que apenas imaginou essa resposta.

— O que você quer com aquele garoto?

— Isso não te interessa, cabelinho branco.

— Branco de neve... — Após falar isso Thomas tosse.

Os olhos do James se arregalam por um momento, ele olha o garoto. O guarda se vira, então batendo nas grades dos garotos.

— Silêncio! Não falei com você. — O guarda é teleportado contra a vontade.

— O que foi isso? — Pergunta Klark.

— Você precisa ficar quieto, e se ele entrasse aqui? — Diz o garoto que está no chão.

— Eu sei, é que ele parece a branca de neve versão masculina, você não concorda?

— Talvez.

— Eu sabia!

— Ei, garoto! Isso foi realmente o que você achou ou?

— Ou observei sua mente? Sinto muito, nem se eu quisesse conseguiria.