Repulsa

Jasper:

Quando acordei no dia seguinte eu estava em casa e sentia um ótimo cheiro do café, o cheiro vinha desde a cozinha até o quarto. "Ela não fez nada comigo.... Mesmo que ela seja um alfa... Aquele repugnante do Reis..."

— .... Eu odeio ele.... Me tomar daquele jeito, de uma maneira tão cruel...

Enquanto lamentava pela minha virgindade que havia sido tomada de maneira cruel pelo Reis, ouvi um barulho vindo do meu banheiro, e a porta de abriu, era a minha médica, que havia trazido os supressores pra mim, a doutora Celine.

Assim que ela me viu, se ajeitou e veio até mim, se sentando na beirada da cama e tocando em minha testa. Ela parecia preocupada.

— Jasper, bom dia, Como está se sentindo?

— Bom dia... Sobre isso eu não sei direito...É estranho.... Sinto que fui roubado...

— ... Jasper... Nem sei o que te dizer sobre isso...

— Eu sei que me 'guardar' para o meu destinado seria algo difícil de se fazer... Mas eu nunca esperei que eu passaria por uma situação dessas... O Reis roubou aquilo que eu estava guardando a tanto tempo.... Doutora... O que eu devia fazer?...

— ... Que isso Jasper? Nós nos conhecemos a tanto tempo... Não precisa de toda essa formalidade... E sobre sobre o que você deveria fazer agora é o seguinte: Evite esse alfa, e continue a tomar os seus supressores, não é como se houvesse alguma lei que protegesse os Ômegas, mas isso é o máximo que eu posso te dizer para fazer.

Celine:

Jasper estava extremamente abatido, embora ele soubesse que coisas desse tipo aconteciam frequentemente com alguns Ômegas, ele ainda achava que ser um ômega não era ruim, e que o cio era algo bom, mas depois do que ele tinha acabado de passar, eu comecei a duvidar de que ele ainda se sentisse daquele jeito referente a isso.

— ... Ou arrume um alfa pra você... São suas opções... A realidade é que uma vez que deu corpo experimentou o de um alfa, não há como voltar atrás.

— ... Eu sei.... Vou tentar ir trabalhar hoje...

Eu e o Jasper nos conhecemos desde o fundamental, quando recebemos nossos resultados de gênero. Quando todos viram que Jasper era um ômega, vários começaram a caçoar dele, mas em momento algum Jasper se abalou com aquilo, dizendo que ser um ômega e ter a honra de poder gerar uma vida da mesma maneira que uma mulher o alegrava. E eu fiquei feliz com aquilo...

Eu sempre amei o Jasper... Mas como ele sempre esteve esperando seu destinado eu tentei enterrar esses sentimentos, mas era impossível pra mim, eu ainda o amava. E como ele havia deitado com um alfa, o corpo dele passaria a desejar qualquer alfa dominante, até que ele receba alguma marca.

Eu sou uma alfa dominante, e o meu gênero é diferenciado pelo fato de que todos nessa categoria, tem um pênis, todos, sem excessão. Homens e Mulheres. E o desejo de todo alfa dominante, mesmo que inconscientemente, é de ter para si o seu amado ômega. Por isso não posso deixar o Jasper sofrendo sozinho, ainda que eu não fique com ele, eu quero estar com ele. Não como alfa e ômega, mas como bons amigos. Por mais que estar nessa situação seja sufocante.

— Celine, você não precisa ir pra clínica?

— Ah, sim... Quase me esqueci.

— Já tomou café? Comeu algo? —Enquanto ele me perguntava, eu já havia me levantado e estava me aprontando para sair.

— Sim, já comi, não precisa se preocupar. Ah, quer que eu te leve pro trabalho? Eu vim de carro, posso te dar uma carona se quiser.

— Não precisa... Não quero te dar mais trabalho... Pode ir, eu vou sozinho...

— Tem certeza Jasper?... Eu posso te levar sem problema nenhum.

— Tenho certeza, obrigado.

Assim que me despedi dele eu fui direto para o trabalho, "Jasper também não é do tipo que gosta de viver pendurado em alguém, por isso acho que pra ele ter um alfa isso ainda seria problemático... Espero que ele fique bem apesar de tudo...."

Jasper:

Assim que a Celine saiu da minha casa eu precisava reunir as forças que eu tinha pra seguir com a minha vida apesar daquilo, porque assim como ela disse, não existem leis que protegem Ômegas, ainda mais os que são homens. "Nem sequer posso processar ele... Isso seria mais que suficiente para levar sua empresa a ruína, mas... Nem isso eu tenho direito pela lei..."

Me levantei da cama, tomando um banho bem refrescante e tomei o delicioso café que a Celine havia feito, "apesar de tudo eu ainda estou vivo, e eu vivo de trabalho...."

Depois do café já tomado, eu terminei de me arrumar e sai para o trabalho, eu tinha que fingir que as coisas estavam normais, mas assim que virei a esquina da minha casa, um carro preto parou na minha frente, era um carro bem caro e baixo. O vidro da lateral do carro a abaixou, era o Reis.

— ?! O que você faz aqui....?! Não... Mais importante, como sabe onde eu moro?...!

— ... Tenho meus informantes.

— 'Informantes'?... Estava me vigiando?...

— ... Entre no carro.

— O que? Não.

— Não estou pedindo sua opinião ou livre árbitro para dizer se quer ou não entrar no meu carro, é uma ordem.

— ! Você não é o meu Alfa pra pelo menos pensar que manda em mim! Sei que se aproveitou de mim durante o cio, mas agora eu estou mais que consciente! Tenha um bom dia, mas eu não vou entrar nesse carro.

"Que cara babaca, ele realmente achou que eu aceitaria algo assim depois do que ele fez comigo?!" Dei meia volta e sai do encontro do Reis a pé, subindo assim em um ônibus e indo em direção a empresa onde trabalhava. "A última coisa que farei nesse mundo é me submeter aquele desgraçado do Reis!"

continua...

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