O Grupo Santini

...Gabriel...

A festa da Belinha foi um sucesso, nos divertimos muito, eu gostei, apesar de a Lua me fazer vestir uma fantasia de Alladim, mas a Belinha amou, acho que nunca vi a minha filha tão feliz!

Pra ser mais perfeito, eu preferia que meu pai não estivesse aqui. Ele chegou fazendo a maior confusão antes da festa por causa do meu namoro com a Lua.

Meu pai foi contra o meu casamento com a Leticia, primeiro por que ela era da família Ramirez e meu avô era rival dessa família, e segundo porque a família dela já tinha perdido parte da fortuna quando nos casamos.

Para o meu pai o dinheiro sempre foi mais importante. Afinal foi com o dinheiro da minha mãe que ele construiu seu império das esquadrias.

Quando a Leticia faleceu, ele tentou me convencer a me casar novamente, sempre me apresentava mulheres muito mais ricas que nós, como a Elizabeth Becken.

Ele tava me incentivando a casar por dinheiro. Meu pai é inacreditável. Eu nunca serei como ele, vou me casar com a Lua, apenas pelo que ela é, pelo que eu sinto. E não com uma mulher qualquer que tenha mais dinheiro que eu.

O casamento dos meus pais sempre foi infeliz, e eu não quero isso pra minha vida. Eu e a Lua seremos felizes!

Meus pais e minha avó só vão embora amanhã. Por mim elas viveriam aqui, mas só de pensar em passar mais um dia com o meu pai, me dá nos nervos.

— Bom dia família feliz! — Meu pai aparece ironizando.

— Por um momento esqueci que o senhor ainda estava aqui. — A Gabi responde no mesmo tom de ironia.

— Sua alegria seria se eu morresse né. Iriam fechar a empresa que construí pra vocês desprezarem.

— Não quisemos assumir a empresa, porque não queríamos nada de você. — Respondi sem paciência.

— Por favor, vamos só tomar café, a Belinha ta assustada com toda essa discussão. — Monha mãe interrompe.

Eu olho pra minha filha, e ela tava bem recolhida, encostada na Lua. A Belinha está se recuperando dos seus traumas. E brigas na família só vai piorar o estado dela.

— A senhora está certa mãe. Me desculpa.

— Eu vou ficar calado, até irmos embora. Não vou mais falar o que penso, pela minha neta. — Ele responde e decido ficar calado.

— Bem melhor! Como você disse Manoel, somos uma família feliz, finalmente. — Diz a minha avó.

— Poderíamos conhecer a sua galeria antes de irmos embora Daniel? Eu amo arte e fiquei muito curiosa. — Achei uma ótima sugestão da minha mãe.

— Mas é claro. — O Dan responde feliz. — Hoje abrirei apenas para vocês, podemos jantar na galeria.

— Você tem um restaurante lá?

— Não, mas fazemos muitos eventos então temos chefes e restaurantes parceiros. E então o que me dizem?

— Vai ser maravilhoso. — A Lua responde, 3la ama a galeria do Dan. — O Daniel tem uma galeria incrível e de muito bom gosto.

— Se continuar gastando assim, com besteira, não vai durar muito. — Meu pai decide provocar.

— Confraternizar com a família não é besteira senhor. — O Dan responde a altura.

— Mas nem seu namorado me respeita Gabriela.

— Não estou te desrespeitando senhor, mas como a Gabi deixou claro que não preciso te agradar, então só estou sendo franco.

— Gosto da sua franqueza Daniel, e aceitamos o convite. — A minha mãe responde satisfeita.

— Eu não vou. — Meu pai resmunga mais uma vez. — Aposto que não farei falta. Vou aproveitar e visitar uns amigos aqui em São Lázaro.

— Então teremos um jantar bastante agradável. — Ironizei.

Meu pai se levanta e sai da mesa. Eu não tô nem aí se ele se sente ofendido. A verdade é que ninguém suporta ele. Minha mãe só não se separa pois pra ela seria vergonhoso ser uma divorciada. Besteira, parece até esses princípios da Lua.

Decidimos passar o dia na piscina e fazer um churrasco no almoço, foi muito divertido, visto que o meu pai decidiu sair de casa logo após o café da manhã.

A noite fomos jantar na galeria do Daniel, minha mãe ficou encantada com as obras ali expostas, tivemos um jantar muito feliz.

No dia seguinte

Meus pais foram embora logo cedo. Saí de casa com a Lua, a deixei no Instituto Samer e de lá fui para minha empresa. Eu gosto de dirigir, raramente uso o motorista.

O dia a dia no escritório é bem corrido, muitas reuniões com clientes, investidores, acionistas. Mas na maior parte do tempo fazemos análises na bolsa de valores.

Pra muitos pode parecer um trabalho chato e estressante. Bom é estressante, muito estressante, mas é o que eu gosto de fazer. A parte chata é lidar com os clientes.

Mas pra essa parte eu conto com a ajuda do Arthur meu sócio e do meu advogado Heitor. Eles também são meus melhores amigos.

— Bom dia Santini. — O Atrthur entra na sala. — Hoje o dia parece estar tranquilo. Temos apenas uma reunião marcada com o Santoro.

— Maravilha, o Santoro é nosso melhor cliente. — Respondi aliviado.

— É, mas temos o problema da Perez Farmacêutica, os filhos da mãe desviaram dinheiro dos investimentos e agora temos que resolver. — O Heitor chega trazendo essa bomba.

— Adeus dia tranquilo.

Durante o almoço

— E ai Heitor como estão as coisas com a Bruna? — Perguntei.

— Péssimas. — O Heitor responde suspirando. — A Bruna me deu um ultimato, tipo aquele programa da TV "ou casa ou vaza".

— Ainda não entendo porque não quer casar com ela. — O Arthur fala aos risos.

— Eu quero casar com ela, mas a Bruna precisa amadurecer, eu acho que se casarmos agora não vai durar.

— Não vai durar, se você continuar enrolando ela. — Constatei.

— Acho que é você quem precisa amadurecer. Você já namorava a Bruna quando eu conheci a Débora. E agora já tenho 2 anos de casado. — O Arthur estava certo, o problema estava com o Heitor.

— É capaz que eu case com a Lua antes de você.

— E por falar em Lua, como vai esse namoro? — O Heitor resolve mudar de assunto.

— Vai muito bem, e não muda de assunto tá. Fica aí enrolando a Bruna. Já já ela acha um cara pronto pra casar e te dá um pé na bunda.

Heitor

Bruna

— Não fala isso nem de brincadeira.

— Como não, ela te deu um ultimato cara.

— Tenho até o Réveillon pra fazer o pedido.

— É melhor já ir comprando o anel. — Respondi rindo junto com o Arthur. Pobre Heitor.

Eu adoro esses caras, o Arthur é o mais responsável dos três, sempre foi muito certinho, conheceu a Débora em um evento da empresa, se apaixonaram e casaram pouco tempo depois, agora estão decididos a ter um bebê.

O Heitor é um advogado muito competente, nunca perdeu um caso sequer, mas a vida pessoal dele é uma bagunça. Melhorou muito quando ele começou a namorar com a Bruna, eles se amam, mas o Heitor parece ter medo de aprofundar a relação.

Somos amigos desde a infância, e trabalhar juntos só melhorou a nossa amizade.

— Mudando de assunto novamente, — O Heitor continuou. — soube que a Elizabeth Becken voltou da Europa. Ela vai enlouquecer quando souber que você ta namorando.

— Merda! — Praguejei.

— Já conversou com a Lua sobre ela?

— Ainda não. Me dá vergonha falar disso. Tudo culpa do meu pai.

— É melhor você falar logo, antes que ela conheça a Elizabeth.

— Que inferno! — Mais um.problema pra minha cabeça.

A noite volto pra casa, tomo banho e espero o motorista trazer a Lua da faculdade.

— Boa noite meu amor!

— Boa noite amor!

Todas as noites da semana são assim. Eu espero ela tomar banho e vamos comer algo juntos. A Lua tem sido meu porto seguro, ficar com ela é a melhor parte do meu dia.

Eu deveria já contar pra ela sobre a Elizabeth, mas, não quero estragar nossos momentos contando as besteiras que fiz dando ouvidos ao meu pai. Deixa essa história pra outro momento.

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