O Pedido de namoro

...Gabriel...

Voltei pra casa depois da conversa com a Gabi, cheguei e fui direto pro quarto, não estava preparado pra ver a Lua nesse momento, eu precisava estar calmo para não fazer nenhuma besteira.

No dia seguinte

Acordei bem cedo, na verdade eu mal dormi de ansiedade, essa coisa de ficar calmo não ta funcionando, me arrumei e fui pro trabalho, talvez lá eu fique mais tranquilo. Quando voltar pra casa eu tento falar com a Lua, de hoje essa conversa não passa.

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...Clara Lua...

Acordei cedo e fui ver a Belinha, ela ainda tava dormindo então deitei ao lado dela e a esperei acordar.

Ontem o senhor Santini estava muito estranho, mais que o comum, e o jeito que eu fiquei olhando pra ele, que vergonha, ele saiu da piscina e não apareceu mais, será que ficou incomodado comigo? Minha nossa não sei o que me deu pra agir daquela forma. Vou ter que conversar com ele e sei lá ver uma forma de me desculpar. Eu trabalho aqui, não posso ficar paquerando o meu chefe, que ridícula.

Horas depois

O dia hoje passou voando, fiz algumas atividades com a Belinha e terminei de escrever um artigo pra apresentar hoje a noite. Dei banho na Belinha e me arrumei pra faculdade, coloquei um vestido longo verde e um casaco branco, fiz a minha trança embutida e sai já atrasada pra aula.

A aula foi bem cansativa, estou exausta, chego em casa e vou direto pro chuveiro, já está tarde mas ainda preciso comer algo, vesti o roby por cima da camisola e fui até a cozinha preparar meu café. Ai minha nossa o senhor Santini está na cozinha também, outra vez, tento sair de fininho, mas ele me viu.

— Boa noite senhor, cheguei com fome e resolvi fazer um café, mas não quero incomodar, volto depois. — Me virei pra sair, mas ele me interrompeu.

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...Gabriel...

Cheguei cansado em casa, tentei me distrair no trabalho e acabei trabalhando feito um condenado, tomei banho vesti uma camiseta e uma bermuda e fui deitar, mas não consegui dormir, então desci pra cozinha a fim de comer alguma coisa. Quando menos espero a Lua aparece, tão linda numa camisola, como pode ser tão bonita.

— Por favor Lua, fique, tome o seu café, não é incomodo nenhum. — Falei depressa antes que ela saísse.

— Certo, o senhor quer comer algo?

— Quero sim, ia preparar um sanduíche. Como vai o mestrado?

— Está indo muito bem, é cansativo, mas é ótimo. Eu me sinto realizada estudando. — Ela pega os pães e algumas coisas na geladeira e começamos a fazer os sanduíches juntos.

— Você muito especial Lua, inteligente, esforçada, encantadora, além de linda, muito linda.

Ela fica vermelha quando eu faço elogios, só de ver o seu rosto ficando todo vermelho eu me animo e chego perto dela, é hora de me declarar.

— Lua, eu não consigo parar de pensar em você, tenho lutado pra me manter afastado, pra que você não se sinta pressionada e decida ir embora, você é muito importante pra Belinha, e pra mim. Mas agora não consigo mais ficar longe de você, eu preciso ter você, tocar você, eu tô apaixonado Lua, perdidamente apaixonado por você.

Digo isso e me aproximo cada vez mais, pra minha surpresa ela chega mais perto e me beija. Eu retribuo, beijando de leve com carinho e aos poucos vamos aumentando a intensidade, até que se tornou um beijo intenso e apaixonado. Ela é perfeita, uma boca tão macia, um perfume doce e delicado, não consigo parar de beija-la e já estou prestes a explodir de tanto desejo.

Eu a levanto e coloco em cima do balcão da cozinha, vou acariciando as suas costas, pescoço devagar, ela geme baixinho e retira a minha camisa, novamente fico surpreso, continuo a acariciar suas costas e chego perto dos seus seios, é quando ela me empurra com força e parece que volta a si, como se estivesse saído de um transe.

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...Clara Lua...

Eu não sei o que deu em mim, mas ele estava se declarando, nunca me disseram coisas tão bonitas, e quando ele foi chegando perto eu perdi o controle e o beijei, beijei com tanta vontade, nossa, esse beijo foi completamente diferente do beijo do Guga, foi como eu imaginei que fosse a sensação de beijar alguém, de perder o fôlego e se entregar de corpo e alma. E quanto mais eu beijava, mas eu queria, eu precisava senti-lo mais e mais, quando voltei a mim, estava com o roby aberto, sentada no balcão com ele entre as minhas pernas e caramba, ele tava sem camisa, eu tirei a camisa dele. Que merda deu em você Lua?

— Senhor Santini, eu ... eu ... me desculpe. — Estava tão envergonhada que mal conseguia falar. — Eu não sei o que me deu, não devia ter feito isso, eu não costumo agir assim.

— Lua não se desculpe, esse foi o melhor beijo da minha vida, se eu já estava apaixonado antes, agora eu tô perdido por você. — Ele tenta se aproximar novamente, mas me afasto rápido.

— Senhor, isso não pode acontecer, eu trabalho aqui, somos completamente diferentes, a sua família vai me achar uma interesseira, atrás do seu dinheiro.

— Por que está se preocupando com isso agora? Nada disso me importa, eu só quero ficar com você e sei que também quer ficar comigo. Aceita ser minha namorada Lua?

Ele tá mesmo me pedindo em namoro? Que loucura, ele é meu chefe, e eu sou só uma órfã pobre, não ta certo.

— Senhor Santini, isso não está certo, por favor não me interprete mal, eu realmente não sei o que deu em mim, mas eu respeito muito o senhor e sou grata por tudo que faz por mim. Vamos esquecer que isso aconteceu e seguir com as nossas vidas.

— Não acredito que não sente nada por mim, você anda por aí como uma beata puritana, e agora estava aqui arracando a minha camisa. Por nada, sem sentimento?

— O senhor está me ofendendo, não sou nenhuma beata puritana, fui criada num orfanato, com freiras, criada para ser uma freira na verdade, mas decidi seguir outro caminho. O senhor não tem o direito de pressupor nada sobre mim, porque o senhor não me conhece. Está claro que isso foi um erro. Boa noite senhor Santini.

Disse isso e corri pro quarto antes que ele pudesse falar algo mais. Ai que vergonha, eu passei de todos os limites, beijei o meu chefe, tirei a camisa dele, sabe lá o que mais poderia ter acontecido se não tivesse voltado a minha razão. E ele se declarando, me pedindo em namoro, isso não faz o menor sentido. Por que eu beijei ele? Não posso estar apaixonada, não é possível.

Resolvi tomar outro banho e tentar dormir, até a fome passou, mas não consegui dormir. Não parava de pensar naquele beijo, por que eu não paro de pensar nele?

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...Gabriel...

Por que eu tinha que falar aquilo, eu disse que ia ficar calmo, que não iria falar nenhuma besteira e do nada eu saio falando ofensas pra Clara Lua, que droga!

Ela não aceitou o meu pedido de namoro, será que ela ta confusa ou realmente não gosta de mim?

Eu disse a Gabi que se ela me rejeitasse eu não ia insistir, mas não posso desistir ainda, preciso pensar e ver uma forma de ganhar a confiança da minha Lua, e eu vou conseguir.

Tive uma ideia, a Lua disse que não conheço ela, assim como ela também não me conhece, precisamos de um encontro. Mas se eu a chamar pra sair, ela vai recusar, a não ser que seja um encontro de trabalho, um almoço com a Belinha, para ela socializar, a Lua já me disse que seria bom levar a Belinha pra passear ver outras crianças, acredito que esse é o momento perfeito, vai fazer bem pra Belinha e vai me aproximar da Lua.

No fim de semana vamos sair juntos pra um passeio. Eu vou te conquistar Lua.

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