Não quero perdê-la

Thomas ao acordar olha para a sua esposa ao seu lado que dormia tranquila no seu peito, ele como em outras manhãs, fica a admirando enquanto ela dorme, sente uma imensa paz ao estar com ela. Ele com todo o cuidado a ajeita no travesseiro e sai devagar da cama para não acordá-la. Ele toma o seu banho, e após arrumado segue até a cozinha, toma o seu café da manhã e sai para o escritório.

Thomas já estava no escritório quando recebe o telefonema de Enzo.

— Fala Enzo.

— Como estão as coisas? Como foi ontem com Anna?

— Não entendi a pergunta.

— Cara você fez uma cena de ciúme que eu nunca imaginei presenciar um dia, arrastou a menina na frente de todos, feito o homem das cavernas, e ainda se faz de desentendido.

— Não lembro de toda essa cena — Thomas responde, mas lembrando bem do ódio que sentiu quando viu o Guilherme tentando a todo custo agarrar Anna.

— Vamos almoçar juntos hoje, para conversar um pouco, não te chamo para sair a noite, pois vou sair com Alice, a amiga da Anna.

— Tudo bem, vamos almoçar no restaurante de sempre.

No almoço Enzo vai direto ao assunto.

— Thomas, eu levei a Alice em casa ontem e ela comentou que ficou preocupada com Anna, pois ela nunca imaginou que o Guilherme fizesse uma cena daquela pois, Anna sempre tratou todos bem, mas impondo respeito. Além disso, eles já te conheciam por ela falar de você e o quanto te amava, sendo esse o motivo dela se casar muito jovem. Isso desde quando ela os conheceu, pois nunca escondeu ser casada.

— Confesso que tive vontade de socar a cara daquele miserável, e eu sei que Anna estava se esquivando dele.

— Eu acho Anna surpreendente, ela é nova, mas demonstra maturidade, ela tenta resolver os seus próprios problemas sem envolver terceiros. Parece que só você não percebe a mulher incrível com quem se casou.

— Preciso te confessar que a admiro, também acho ela uma pessoa incrível — Confessa Thomas baixando a guarda.

— Opa! É isso mesmo que estou vendo, alguém está baixando a guarda? Mas sobre o que aconteceu ontem, vamos levar em conta que ele já tinha bebido bastante.

— Eu confesso que gritei com Anna ontem — Não consegui me controlar, imaginar ela com outro me deixa louco — Confessa Thomas desanimado.

— Isso se chama ciúmes meu amigo, e você só sente ciúmes quando gosta da pessoa, e é nítido que você se apaixonou por ela.

— Não brigamos, ela é muito tranquila, ela sabe se impor e consegue com o seu jeitinho calmo, transmitir paz. Sinto vontade de estar com ela sempre, não consigo me imaginar longe dela. Não chegamos a conversar sobre o assunto e não sei se vale a pena voltar nele.

— Eu imaginei que você fosse fazer uma cena com ela, mas ela não teve culpa, você viu ela tentando fugir dele o tempo todo, mas ele insistia.

— Eu sei, eu confio nela.

– Então porque não se rende e se declara a ela?

— Eu não sei se estou disposto a assumir o que realmente quero, e dar esse passo. Ela uma vez me chamou de covarde — Thomas fala desanimado, pois também se acha um covarde por não conseguir assumir que ama a sua pequena.

— Como eu sou seu amigo, vou te dar um conselho, não deixe Anna escapar. Se você continuar a tratando com frieza, ela vai acabar encontrando um Guilherme ou um outro que lhe dê atenção. Ela não é essas mulheres com as quais costumava sair, ela é diferente. Não deixe ela ir , pois com as suas atitudes a afasta a cada dia, e ela é uma pessoa que demonstra amor próprio, se continuar assim, um dia ela desistirá de você.

— Eu não consigo tocá-la, eu a desejo feito um louco, a ponto de não conseguir desejar outra mulher, mas não quero feri-la, pois se ela resolver pedir o divórcio no prazo estipulado, ela não terá do que se arrepender.

— Seja honesto Thomas, responda com toda a sinceridade, você acha que ela vai te agradecer por rejeitá-la. Você a fere todas as vezes que a rejeita, acha mesmo que ela conseguirá sair desse relacionamento feliz simplesmente por ser virgem? Cara ela é a sua esposa, ela casou pensando que você a queria como mulher. Acorda antes que seja tarde demais, pois pode chegar um dia que ela encontre alguém que a valorize e seja difícil você recuperá-la.

— Eu não quero perdê-la, eu não posso perdê-la. Não consigo ficar longe dela, não consigo nem mesmo deixar de pensar nela.

— Então se renda a esse sentimento, faça a sua esposa feliz, demonstre a ela que a deseja, que a ama.

— Quer saber dane-se tudo, eu preciso tomar uma decisão e dane-se acordo, contrato, nada mais me importa eu sei que a quero comigo, seja por um ano ou seis meses, não sei, mas sei que eu a quero.

— E o feitiço vira contra o feiticeiro. Eu sempre soube que gostava dela desde a primeira vez que a levou para jantar. Você só constatou as qualidades dela, você a elogiava com um sorriso bobo. Sempre saiu com várias mulheres, mas nunca sorriu para nenhuma delas e nem mesmo falava sobre elas.

Eles ficaram conversando mais um pouco, e Thomas voltou para o escritório depois do almoço. Precisava tomar uma atitude em relação ao seu casamento, mas não queria perder sua pequena, sobre isso tinha certeza.

Quando ele estava saindo do escritório o seu telefone toca, como ele estava saindo ele atendeu sem olhar o identificador.

— Alô

– Oi! amor. Está sumido, esqueceu da sua mulher? — era Mara ao telefone.

— Primeiro você não é a minha mulher, pois já tenho uma, segundo nunca fui o seu amor e para finalizar nunca tivemos nada. — Thomas responde com toda a calma, mas sem paciência.

— O que pensa que está fazendo, acha que é assim, usar e descartar? — Mara fala irritada

– Preciso desligar, e por favor não me ligue mais —Thomas desliga sem se despedir e sem nenhum sentimento por aquela que acabou de te ligar.

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