tem um motivo

Lili

Me abrir, falar o que eu tinha passado a outras pessoas, principalmente ao Alan, tinha tirado um peso enorme do meu peito.

Depois que Alan foi embora, ninguém mais veio aqui, ainda bem. Não sai do meu quarto, nem mesmo para ir ajudar a Daniele.

Quando o dia amanheceu, tomei um banho, coloquei uma roupa preta para o treino e desci.

Todos já estavam tomando café.

- bom dia - falei

Todos falaram de volta.

Eu me sentei e bebi café, comi torradas e um bolo de baunilha.

- Daniele, você vai ao treino hoje? - Martina pergunta

- sim vou! Nick não aguenta mais olhar na minha cara! - ela diz

- realmente não! - ele diz, mas sorri

Daniele atira um pedaço de pão nele e eu acabo rindo junto com todos. Era bom demais ter uma família.

- tudo bem? - Alan pergunta só mexendo os lábios do outro lado da mesa

- sim - respondo baixo

Saimos para ir para o treino e quando chegamos lá, fazemos o de sempre, arrumamos os colchonetes no chão, corremos por trinta minutos em círculos e depois nos alongamos.

- escolham suas duplas! - Disse Martina

Esperei todos escolherem suas duplas, quem sobrasse eu faria dupla.

Alan se aproxima de mim e rapidamente Djude brota do lado dele.

- vamos fazer dupla? - ela diz sorridente e com os peitøs praticamente de fora.

- desculpe Djude, mas eu e Lili combinamos que faríamos os exercícios juntos hoje! - Alan responde e estende a mão para mim.

Eu fico meio sem graça, mas aceito sua mão.

- por um segundo achei que você não ia pegar minha mão - ele diz entre os dentes

- por que? - pergunto

- você levou uma vida para aceitar

- sério?

- sim Lili

Então começamos. Primeiro Alan segura um quadrado de uns trinta centímetros, estofadinho, em sua mão e me diz para chutar nele.

É o que eu faço, dou vários chutes com a perna direita.

- Lili se concentra, você não tá se apoiando o suficiente na perna esquerda. Quando bate na almofada, você se desequilibra. - Alan diz

- ok! - falo e tento fazer o que ele diz, dou mais três chutes na almofada. No último ele segura meu pé, da um giro na minha perna e eu caio no chão.

- seu filho da mãe! - eu grito

Ele se agacha e diz:

- se tivesse feito o que eu mandei, não teria caído, podia ter continuado firme no chão e puxado a perna. Você está distraída!

Me levanto e digo:

- vamos de novo!

Nos posicionamos e recomeçamos.

- por que meu treino está diferente das outras? - pergunto notando que elas estavam treinando socos.

- porque eu sou ajudante da Martina e decidi que você precisa treinar seu equilíbrio! - ele fala

Eu apenas reviro os olhos e sigo chutando a almofada.

Alan me derruba uma série de vezes quando eleve que não estou totalmente apoiada no chão.

Na última queda eu me irritei me levantei e dei um empurrão no peito dele.

- qual seu problema? por que tá fazendo isso comigo? - pergunto brava

Ele da dois passos largos e fica a um centímetro de mim.

- acredite em mim! tem um motivo! - ele fala sério e alto

- bom não acredito enquanto não ver o motivo! - falo brava

- de novo! - ele grita pegando a almofada e se posicionando

Eu respiro fundo e recomeço.

Chutes e mais chutes, tombos e mais tombos.

Até que finalmente Martina encerra o treino.

Alan larga a almofada quadrada no chão e vai beber água.

Eu me sento no chão e Djude vem até mim.

- então, está gostando de treinar com o Alan?

- treinava a muito tempo com ele, desde antes de você chegar! - falo

- engraçado, ele nunca treina assim com ninguém, acho que tá pegando no seu pé, porque você falhou os treinos, não deve gostar de você! - ela diz se fingindo se sonsa

- bom, não me importo, desde que eu esteja sendo ensinada! - falo

Alan se aproxima devagar e me entrega uma garrafa de água.

- toma, você merece! - ele diz e pisca para mim

Djude passa a mão no braço dele e diz:

- nos falamos mais tarde né gatinho?

Alan apenas acena com a cabeça.

Bebo minha água e não falo nada, mas meu peito doeu, o que ela tinha querido dizer com isso?

- Lili, não é o que parece...

- Alan... tudo bem! não é da minha conta! - falo

- Lili, eu só estou ajudando ela a treinar, assim como você! - ele diz

- sim, claro. Que horas a noite na casa dela? - não me controlo e falo

- não! aqui! no meio da tarde! - ele diz

- tudo bem não importa! - falo e saio andando

De longe vejo Djude nós observando. Aquela vaca, estava plantando veneno.

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