Capítulo 17

Um mês, já faz um mês que a vi pela última vez.

Um mês que senti seu corpo, seu cheiro.

Um mês que meu próprio irmão tentou me matar.

- Nicolas, vai com calma, não esqueça que ainda não está cem por cento recuperado - Dylan está me ajudando, eu estou escondido na casa dele.

Bruno me fez acreditar que era ele quem estava me traindo, e eu nem desconfiei, era meu irmão, cresceu comigo e seu " desespero", me fez querer protegê-lo.

Eu fiquei cego diante a ele, mas isso vai acabar.

- eu não posso continuar escondido, aquele desgraçado vai me pagar - levando do sofá e ando até a janela - eu preciso vê-la, preciso falar com ela.

A saudade dela está me matando a cada dia que passa, estou me sentindo pior do que gostaria.

- eu já tentei ligar, mas ela não atende - ele suspira pesado - eu vou até a casa dela, vou trazê-la aqui.

- Dylan, tome cuidado para ninguém te seguir - todo cuidado tomado agora é pouco diante aos nossos inimigos.

- não se preocupe, eu acho que eles estão preocupados com outras coisas no momento - ele pega sua arma e põe na cintura - não sai de casa, por favor.

Dylan suspira e deixa a sala fazendo o silêncio parar no lugar.

Só ele e Selena sabem que estou vivo.

Tomei dois tiros nas costas.

Ambos não acertaram nenhum região importante, mas quase sangrei até a morte.

Eles me levaram para uma emboscada longe da cidade, eu ouvi meu irmão vibrar sobre a minha morte, eu senti meu coração sangrar naquele momento.

Graças a Deus eu consegui ligar para o Dylan antes de apagar.

O tio do Dylan é médico, ele veio até aqui e retirou as balas sem precisar que eu fosse até o hospital.

ainda sinto dor, mas já estou quase recuperado completamente.

Selena está com Bruno e Marcos, ela se infiltrou lá para me passar informações.

Eles não estão sabendo lidar com as coisas, estão fazendo merda e vão acabar se perdendo em meio a isso tudo.

Tem que ter peito para lidar com o crime, e isso eles não tem.

Saio da janela e volto a sentar no sofá.

Estou nervoso para vê-la, para sentir seu cheiro, seu abraço.

- Nicolas!

Levanto do sofá ao ouvir sua voz.

Acho que nunca estive tão nervoso quanto agora.

- Nick?

A porta é aberta, relevando uma mulher chorosa e com um sorriso rasgando o rosto.

Seu corpo colidiu com o meu feito um pedaço de imã.

E eu acho que pela primeira vez na vida eu me permiti chorar.

Nunca pensei que sentiria um amor tão grande quanto o que sinto por ela.

Eu amo essa mulher, e a ideia de morrer e deixá-la aqui, tão vulnerável, foi a pior sensação que já senti em toda minha vida.

- se for um sonho eu não quero acordar - ela se aperta em meu braços - pensei que tinha te perdido para sempre - ela fala em meio aos soluços de choro.

- eu estou bem - seguro seu rosto para que possa me encarar - eu te amo - enxugo suas lágrimas.

- eu te amo, Nick - ela volta a se atracar em meu corpo e eu sorrio feliz.

Estava com tanta saudade de ouvi-la me chamar assim.

- não me deixa novamente, por favor.

- Jai, fica calma, está tremendo - puxo ela para sentar no sofá - eu estou bem, estou aqui - enxugo suas lágrimas novamente - a gente não vai se separar nunca mas, ouviu bem?

- você promete? - ela segura minha mão com força.

- eu prometo - sorrio de lado e deposito um beijo em sua testa.

- o que aconteceu com você? - ela toca meu rosto parecendo não acreditar que estou em sua frente.

- Bruno e Marcos tentaram me matar...

Eu contei toda história para ela que ouviu atentamente sem largar a minha mão.

Cada detalhe desde o dia de hoje.

- eu vive um inferno, Nick - ela levanta do sofá e passa as mãos no rosto - foram dias horríveis sem você - ela funga - Marcos quer que eu vá morar com eles, e veio com um papo estranho de que o Bruno está apaixonado por mim e quer que a gente se case - ela fica com a expressão seria.

- o que? - levanto do sofá sem acreditar em suas palavras.

- eu estava me sentindo tão perdida, pensei que morreria em meio a todo esse caos - ela sorrir de lado - eu tive alucinações, febre e fiquei dias sem levantar da cama, e se não fosse a Lilly, eu acho que teria morrido naquela casa.

- eu tentei falar com você, mas não atendia as ligações - eu estive a ponto de invadir aquela casa só para saber como ela estava.

- eu estava tão confusa que não conseguia processar as coisas direito - ela se aproxima e segura a minha mão - eu quis morrer, Nicolas, toda essa história me fez querer morrer.

- Jai...

- meu irmão. Meu próprio irmão foi o causador de toda essa dor - vejo a decepção em seu olhar - Marcos se transformou em um monstro.

- isso não vai ficar assim, eu vou me vingar de todos eles - toco seu rosto - eu não vou deixar que tomem conta de tudo que construir durante esses anos, isso não vai ficar assim.

- já chega dessa história, Nick - ela solta minha mão - você quase morreu por culpa deles, o que acha que vão fazer quando descobrir que está vivo? - vejo seu semblante mudar para o medo novamente - vamos embora daqui, deixar tudo isso para trás como havíamos planejado naquele dia.

- eu não posso deixar isso barato, Jai - eu preciso me vingar de cada um que nos fez mal, não posso deixá-los livres - eu prometo que quando tudo isso acabar, vamos embora daqui, eu, você e...

- eu estou grávida - ela se afasta de mim - eu descobri a gravidez no dia em que cheguei ao hospital, e foi esse bebê quem me deu forças para continuar a minha vida, foi ele quem me deu forças para seguir em frente, Nicolas - vejo algumas lágrimas caírem pelo seu rosto novamente - não estou disposta a possar por tudo aquilo novamente, não estou disposta a te perder de caridade agora - ela funga - não é mas sobre a gente, é sobre ele também.

Nunca me imaginei com filhos. Acho que nunca se passou essa hipótese na minha cabeça.

Mas veja só, eu estou feliz com a chegada de um ser que eu nem conheço ainda.

- eu estou tão surpreso e feliz ao mesmo tempo - aperto ela em meus braços - um filho, o nosso bebê.

Meu coração está palpitando por um bebezinho que está sendo gerado pelo amor da minha vida.

- eu fiquei imaginando por muitas vezes como seria a sua reação, se ficaria feliz ou não - ela me olha nervosa e mais uma vez eu enxugo suas lágrimas.

- mas é claro que eu estou feliz - como eu não ficaria? Seria um monstro se fosse ao contrário, é um - eu te amo, e acredite, está me dando a maior alegria que eu poderia ter - toco seus lábios - tudo que eu quero agora é beijar você.

- então beija.

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