Capítulo 7

Eu deixei toda mercadoria por conta do Bruno e resolvi vir atrás dela, não posso fugir dos meus sentimentos e ele tem razão, eu mereço ser feliz um pouco.

Tudo que aconteceu com ela ontem me deixou transtornado e eu só quero fazê-la esquecer dos problemas.

A casa em que ela está morando é minha, eu comprei faz pouco tempo, as vezes gosto de vim aqui pensar, ver as crianças correrem pela rua, pessoas andando e com semblantes felizes.

Eu pedi para Cecília arrumar tudo ontem mesmo, quero que ela se sinta o mais confortável possível.

- eu pensava que os seus negócios giravam em torno da máfia - chegamos no café já faz uns dez minutos, estamos comendo panquecas enquanto conversamos.

Hoje era um dia muito importante, essa carga é uma das maiores que já recebemos e nada pode dar errado ou vamos perder muito dinheiro.

Mas na verdade nada disso importa, tudo que eu quero está aqui, sentada ao meu lado com um sorriso lindo no rosto. Nunca a vi sorrir antes, é a primeira vez que vejo seus olhos brilharem de uma forma tão bonita e intensa.

Acredito que sair de casa foi realmente o melhor para ela.

Arg! Quem está tentando enganar? Não faz nem vinte e quatro horas que saiu de lá e a sua feição já mudou completamente, eu causo mal a ela, na verdade toda sua desgraça foi causada por mim.

- você está bem? - saio dos meus devaneios ao vê-la me olhar preocupada.

- só estava pensando em algumas coisas.

- Como é ser temido por todos? - ela dá um gole em seu café e olha para mim com as sobrancelhas erguidas esperando uma resposta.

- é prazeroso, foi o que eu escolhi para mim e não tenho nenhum arrependimento sobre - suspiro - só entra nessa vida quem quer, Jai, e mesmo que as vezes eu mim sinta cansado, acho que não trocaria isso por nada - desde adolescente eu tinha esse sonho, ser dono da cidade, ser temido por todos e ter o respeito das pessoas de algum modo.

- nem por um amor?

- eu não sei, talvez se esse amor fosse forte o suficiente - sou de ombros - eu tive um amor, eu era louco por ela, matei pessoas, fui contra muitos dos meus princípios e no final, ela me abandonou, foi embora com um dos meus melhores amigos e desde então eu deixei de acreditar nessa bobagem.

- Quem me dera ter um amor assim - ela suspira pesado - eu tive um namorinho passageiro, foi coisa de uns três meses mas depois vi que não era a pessoa certa e terminei tudo - ela sorrir de lado - então, eu posso começar amanhã mesmo?

- pode, está contratada - eu já passei as instruções para a Suzi, ela administra o local e cuida de tudo para mim - espero que goste de trabalhar aqui.

- tenho certeza que vou gostar, e muito obrigado mais uma vez - ela segura minha mão em cima da mesa - e desculpa se eu falei ou fiz algo que te deixou triste, eu não te acho uma pessoa ruim, eu só não estou sabendo lidar com tudo que meu irmão fez - ela solta minha mão - nunca pensei que Marcos faria coisas assim, e como você mesmo disse, foi ele quem escolheu tudo isso.

- qualquer coisa que precisar, pode contar comigo - levanto da mesa - eu tenho que ir, preciso resolver algumas coisas Importantes.

- eu posso ficar por aqui?

- por quanto tempo quiser - a olho pela última vez e saio do café.

Bruno não me ligou até agora, pelo visto tudo deve ter ocorrido bem e eu espero que assim tenha sido.

(...)

Como eu imaginava, tudo correu bem com a chegada da carga, mas como sempre os problemas me perseguem.

- não pode abrir um Casino aqui, sabe que o Simon não vai gostar nada disso.

- e o que eu tenho haver com isso? - estou conversando com o Dylan, assim como o Bruno, ele também é de grande confiança, está com a gente desde o começo, e também tem a Selena, ela é minha prima e uma grande amiga.

- Dylan, não vou deixar de avançar os meus negócios por causa do Simon, quem manda nessa cidade sou eu e todo mundo sabe disso.

Simon é um dos meus maiores inimigos, ele comanda alguns pontos mais afastados da cidade e está sempre tentando tomar o que é meu e obviamente isso nunca vai acontecer.

Vai chegar a minha grande oportunidade e eu vou matar esse miserável! Ele vem causando muitos problemas, entre eles está a morte de uma criança.

Todos nós temos regras, não matar crianças, adolescentes e nem ninguém a não ser que o motivo seja muito forte, como foi o caso daqueles idiotas que entraram na minha casa e ainda por cima tiraram a vida de dois dos meus melhores homens, pessoas do bem e que tinham família.

- tudo bem, é você quem sabe - ele senta na cama em frente a minha mesa - quando vou conhecer ela?

- eu não sei, talvez não dê certo - brinco com o anel em meu dedo - ela é uma pessoa diferente e não está pronta para viver essa vida ao meu lado - olho para ele - e além do mais, eu nem sei se ela sente algo por mim.

- você pode ter algo com ela sem envolvê-la em nada disso, sua vida aqui fica aqui, e ela fica fora de tudo isso - ele pega seu celular, digita algo e olha para mim - e os seguranças?

- eles já estão com ela - botei alguns seguranças para ficarem atrás dela, Marcos se envolveu em muitas coisas e não sei o que mais pode vir de lá para cá, e é por isso que fiz isso.

- sobre o que os meus meninos estão falando? - Selena entra na sala sem ser convidada e eu nego com a cabeça.

- o nosso amigo, está apaixonado - Dylan olha para ela - e não quer nos apresentar a garota.

- o que? Como assim? - ela me olha supresas e eu nego.

- não estou apaixonado por ninguém - levanto da cadeira - onde está o Bruno?

- ele foi resolver alguma coisa por aí, não sabe como é o seu irmão?

Bruno ansa super misterioso ultimamente, deve está com alguma das suas " namoradas", acho que ele nunca se apaixonou por ninguém antes, nunca levou nenhum dos seus relacionamentos a sério.

- vamos para Miami amanhã, já está tudo pronto esperando pela gente - Selena sorrir e rodopia pela sala - eu amo Miami, já comprei vários biquínis para curtir a praia e umas roupas super maravilhosas para as festas.

- não se empolgue muito, estamos indo a trabalho - Dylan levanta da cadeira - tem certeza que quer abrir esse Casino?

- certeza absoluta.

Nossa jai, maravilhosa!

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