Meu nome é Eva…- Ela olha para Willa, que percebe a situação e pigarrei antes de dizer.
- Willa. Willa Sartori.
- Nome bonito.
- Obrigada.- Elas continuam caminhando. - Por que a senhora me chamou?
- Como?
- Naquele dia, eu a chateei. Por que pediu minha ajuda novamente?
- Bom…- Ela olha para a frente e aperta o passo.- Apenas espere um pouco.
- Esperar o quê?
Eva para em frente ao mesmo armazém, e dessa vez pega as chaves, olha para Willa e abre o portão. Ela pede que Willa entre, e logo entra, fechando o portão. Depois, coloca outra chave na fechadura para abrir a porta. Willa fica um pouco receosa e confusa, e Eva acaba percebendo isso em sua expressão, rindo da mesma.
- Está com medo, moça?
- Como?
- Você me pediu isso.
- Eu pedi? O que eu pedi?
- Pediu que eu lhe dissesse para quem são essas sacolas.
- Sim, isso é verdade, mas...
Ela então abre a porta e entra, e pede que Willa entre.
- Oh, meu Deus! - Willa diz impressionada.
- Isso quer dizer uma coisa boa, certo?
- Sim, é claro que é, isso é maravilhoso!
- Eles são mais maravilhosos, lhe garanto! - Eva completa ao olhar para as crianças que corriam pelo grande pátio. Suas paredes pintadas com desenhos irreconhecíveis, mas bastante coloridos. Ela riu ao pensar que se tratava das crianças.
- Venha, linda moça, sente-se com a gente.- Uma das mulheres diz ao vir receber Willa.
- Olá, é um prazer conhecê-la, meu nome é Willa.
- Um belo nome para uma bela moça. - Elas se sentam em uma das mesas.
- Isso é realmente muito maravilhoso, esse ar, essas crianças…
- É verdade.- A mulher concorda.
- Mas, por que eu nunca ouvi falar desse lugar, ou melhor, por que a senhora não me contou quando perguntei? - Eva se senta e olha para ela.
- Porque esse é um lugar não descoberto, ninguém pode saber dele.
- Mas por quê?
- Eu e minha irmã há alguns anos passamos por uma rua sempre que voltamos do trabalho. Um dia, tivemos que passar por outro lugar porque perdemos o ônibus. Foi nesse dia que as vi pela primeira vez, algumas dessas crianças. - Eva olha para as crianças.- Elas estavam sujas, com fome, mas corriam pela rua, parecendo… felizes. Eu não entendia isso, como elas podiam estar felizes nessa situação? - Ela volta olhar para Willa.- Foi quando resolvi comprar algumas pipocas e levei até elas. As chamei e elas vieram, mesmo um pouco assustadas. Eu dei as pipocas e elas pegavam e abaixavam a cabeça sempre que eu entregava. Eu não entendia aquilo até que, uma delas, a maior, veio até mim e me disse que elas faziam isso como uma forma de agradecer.
- Nossa! - Willa diz, emocionada.
- Pois é… Depois disso, eu resolvi do nada arrumar esse lugar, que é uma herança que meu pai deixou para mim, e trazer as crianças pra cá, afim de cuidar delas. As ensinei como serem educadas e minha melhor amiga, que é pedagoga, se voluntariou para dar aulas a elas. No fim, deu tudo certo, e já fazem dois anos da minha loucura.
- A senhora ainda trabalha?
- Sim, é preciso, trabalho para me sustentar e, de certa forma, continuar cuidando dessas crianças.
- E por que tem que ser segredo? Por que as outras pessoas não podem ajudar?
- Não é que elas não podem. Mas há um motivo pelo qual não quero que às pessoas descubram, é por isso que não quis lhe contar nada. - Willa percebe seu desconforto, mas então ela sorri e continua.- Mas, o modo como você agiu, e por ser sincera comigo, me fez pensar bem em tê-la para me ajudar.- Willa sorri.
- Eu gostaria muito de ajudá-la. Só não sei como.
- Você pode nos ajudar, sendo o entretenimento delas.- A mulher que estava com elas diz, e Willa arqueia uma sobrancelha em dúvida e Eva dá um sorriso.
- Isso não, realmente não é meu estilo!
- Ora vamos, você ficará muito bem neles.
- Senhora Eva, eu nem sei fazer graça, sou estudante de administração, como posso fazer uma palhaça? - Willa pergunta segurando a caixa que Eva a entregou cheia de perucas e vestidos coloridos.
- Willa, você é jovem, eles vão gostar de você.
- A senhora acha?
- Sim, por que não tentar agora?!
Willa então vai se trocar e logo volta. Quando chega, as crianças já estão a esperando, todas sentadas no chão. Ela resolve se apresentar como Wendell e começa contando uma história, e sempre que olha para uma criança, acaba se emocionando um pouco, ao lembrar-se do que Eva lhe disse. O que a faz agir de forma mais espontânea. No final, todas as crianças aplaudiram e pediram que ela voltasse outra vez. E então, a partir desse dia, todas as quartas e quintas, Willa determinou que esses seriam os dias de seu primeiro trabalho. Um trabalho voluntário do qual ela se orgulhava, mas que ninguém poderia saber. Porém, Eva lhe disse que ela poderia contar às pessoas próximas dela, e Willa contou a sua irmã, Sthefy, e também aos seus pais. Ela continuou estudando na universidade, e sempre ia nesses dias de manhã para o armazém das crianças.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Marilene Lena
Gostando...
2024-08-30
2
Cléia Maria da Silva d Azevedo
Me parece quê vai ser um lindo romance 👏👏
2024-02-29
5