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Afinidade não se explica, amizade não se força, confiança não se obriga e sentimento não se controla.

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-Estou esperando Beatriz. - continua parado esperando por uma resposta minha.

Eu estava me aguentando para não chorar mais do que já estava e me segurando para não dizer tudo que eu sentia. Acabei de passar por uma situação difícil, onde o possível cara que estou gostando me chamou de amiga colorida e isso me deixou triste. E ele quer que eu me explique? Ah, faça mil favor.

- Pai, me erra tá legal? - tento sair de perto e assim ir pro meu quarto, mas ele agarra meu braço me forçando a ficar.

-Garota você não me tira do sério. - diz enquanto apertava meu braço. - nunca mais me desobedeça ouviu bem?. - ele me solta, balanço a cabeça concordando.

Saio de sua vista, entro no quarto e tranco a porta  atrás de mim. Q chato mano, gostava mais dele quando vivia viajando.

Me deito na cama e penso em Bruno. Bruno Rafael Dias, o nome do cara que me tirou do tédio e me fez ir aos céus hoje. Que ironia do destino. Meu celular vibrar, o pego rapidamente com um sorriso no rosto achando que Bruno havia me mandando uma mensagem. Mas meu sorriso se desmancha ao ver que não era ele e sim Luan.

Tô com saudades chata. -17:40(Luan)

Luan... tinha me esquecido dele. Meus sentimentos estão tão confusos agora, eu gosto do Luan sempre gostei dele.

Oi Lu, tbm estou. Vamos marcar de sair BJS - 17:44

Me deito na cama e penso na tarde incrível que tive com Bruno, e permaneço deitada durante um bom tempo antes de criar coragem e tomar um banho.

*        *         *

- NÃO CREIO, VOCÊ E O BRUNO O QUE??? - Denise grita empolgada.

- Fala baixo cachorra, quer que o resto da turma escute?! - digo falando baixinho.

Estávamos no meio da aula de português, o professor Paulinho fazia algumas anotações no quadro enquanto Denise, Fernanda e eu fofocavamos.

- Porque vocês não namoram logo? - Fernanda pergunta enquanto escrevia no caderno.

Seria estranho, primeiro por que nós somos melhores amigos e segundo não sei se nossa amizade continuaria a mesma.

- É complicado. - digo.

- Ontem vocês não acharam complicado. - Denise diz sorrindo.

- Né isso. - As duas riem juntas e toda a turma se vira para nós.

Paramos de rir no momento em que o professor Paulinho também se vira.

- Beatriz, Fernanda e Denise, o que é tão engraçado? Gostariam de dividir o assunto com o resto da classe? - ele pergunta tirando seus óculos e nos olhando sério.

Nervosismo que fala? Por que nós três continuamos caladas, esperando que uma de nós falasse.

- Estou esperando.. - Professor Paulinho continua.

Bruno gargalha chorando de rir, achando graça de toda a situação.  E nós três ainda caladas.

- Bom, se nenhuma de vocês não vai falar. Peço por favor que se retirem de minha aula. - diz.

- Não professor. - Fernanda fala tentando explicar. Mais é professor tão ruim que não permitiu que nos explicassimos.

Fechamos nossos cadernos e saímos da sala indo para o refeitório. Bufo, que exagero dele. Não era necessário ter nos expulsado.

- Culpa de vocês - digo.

- Você também estava no trio. - Fernanda diz abaixando a cabeça sobre a mesa.

Faltava somente vinte minutos para a aula de português acabar e assim irmos pro intervalo. Luan chega logo após, me abraça e me da um selinho.

- Tão fazendo o que aqui? - pergunta.

- Professor Paulinho nos expulsou da sala. - digo. - cadê seu crachá? - pergunto procurando o crachá da aula.

Nossa escola só nos permitia ir ao banheiro ou beber água se estivermos com um crachá indicando a onde iríamos e qual o professor estava naquela aula, era uma verdadeira prisão.

- Sair sem a professor ver, mas já tô voltando. - mais um beijo dessa vez demorado e corre de volta pra sala.

Bufo. Vinte minutos aqui sem fazer nada.

Ótimo, meu dia já não poderia começar bem.

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