...23 de março...
...João Pessoa-PB...
Depois que confirmei o encontro, o meu dia seguiu a mesma rotina de sempre, cuidei da casa, da comida, da Alice e como a Camilla não pode vir, aproveitei pra ficar um bom tempo assistindo a programas gastronômicos a fim de não ficar tão atrasada assim nos meus conhecimentos e sofrer nos estudos quando retornar à faculdade...
...Pichilemu-Chile...
Após cerca de meia hora ali na varanda, entro e resolvo fazer as malas.
A viagem está marcada para as 7h partindo de Santiago.
Daqui até lá são quase 4h de carro, o melhor será eu pernoitar por lá, para evitar contratempos.
Como serão poucos dias fora, pego minha mala de mão de couro.
Separo tudo o que preciso levar, dou uma conferida nos documentos para ver se não estou esquecendo de nada e a fecho.
Com a mala pronta, desço e faço uma refeição leve, subo novamente, escovo os dentes e troco de roupa.
Opto por vestir uma jogger preta, blusa manga longa cinza e tênis branco.
Faço um coque no cabelo, pego a minha mala e jogo no banco traseiro.
E vou rumo a Santiago admirando a paisagem e curtindo ao som de Nano Stern.
Como saí por volta das 14h, e trânsito fluiu tranquilo, às 17h55min eu já estava adentrando pelos portões da casa onde cresci.
Vejo que houveram algumas mudanças, a casa se tornou mais moderna, mas não perdeu a sua imponência.
Já faz alguns anos que decidi ir embora daqui, para ser mais exato, mais de dez anos.
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O Sérgio sempre demonstrou insatisfação por eu ser o primogênito do meu pai, estava sempre tentando me diminuir, fazendo tudo o que pudesse para ser o centro das atenções.
Tudo que eu conquistava, ele movia céus e terra até conseguir ter igual ou 'melhor' e com a Martina não foi diferente...
Na época o meu pai estava viajando a negócios e quando voltou eu já havia me mudado, ele insistiu muito para que eu voltasse, mas eu estava machucado demais para lhe dar ouvidos...
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Balanço a cabeça e afasto esses pensamentos.
Marco — Isso ficou no passado Marco.
Agora é hora de assumir o que é seu por direito! — Digo pegando a mala e vou em direção a porta.
Isidora — Meu menino, que surpresa agradável! — Diz ao abrir a porta e me encontrar.
Eu a abraço apertado e deposito um beijo na sua fronte.
Marco — Tenho uma viagem com o Eduardo marcada para amanhã cedo, então, resolvi pernoitar por aqui. -Digo adentrando e observando tudo ao redor.
Isidora — Está bien cariño (Certo querido).
Isidora -Veio dirigindo? Deve estar faminto, vem comigo até a cozinha, deixa eu preparar-te algo pra comer. — Ela vem dizendo e me levando pelo braço sem dar tempo eu protestar.
Marco — Cálmate Izzie, estoy bien. — Falo na intenção de detê-la, mas sem sucesso — Deixa-me ir ao quarto primeiro guardar a bagagem e já volto pra você me empanturrar de comida.
Dessa vez ela pára e assente.
Isidora — Tem 10 min para se acomodar e vir até a cozinha, caso o contrário eu mesma irei buscá-lo.
Concordo fazendo um gesto de continência e vou em direção as escadas, já no meio do caminho me lembro de algo.
Marco — Izzie, onde está a Miranda? — Pergunto virando-me.
Isidora — Foi visitar o Sérgio. Como você sabe, pouco depois de você ter ido embora ele mudou-se para um apartamento no centro, alegando querer ficar mais próximo da empresa...
Ela diz e percebo um lampejo de frieza em seu olhar, mas rapidamente ela volta ao seu humor usual.
Isidora — Mas deve estar chegando a qualquer momento. Quer que eu a avise que está aqui? Tenho certeza que ela ficará tão maravilhada quanto eu. — Pergunta com um sorriso amplo.
Marco — Não precisa Izzie, quero surpreendê-la! — Falo virando-me e continuando a subir as escadas. — Agora deixa eu guardar a mala e ir ao banheiro, pois já perdi praticamente metade do tempo que você me deu.
Chego no meu antigo quarto e percebo que ele continua exatamente do mesmo jeito que havia deixado 10 anos atrás...
Nada havia mudado! Parecia que eu havia voltado no tempo, e fico ali perdido no tempo olhando em cada canto, cada detalhe, tudo continuava exatamente igual. Saio das minhas divagações quando escuto uma voz embargada soando atrás de mim.
— O seu pai fez questão de mantê-lo intacto até que você voltasse.
Viro-me e me deparo com uma mulher de 59 anos, pele branca, cabelos negros na altura dos ombros, encostada no batente da porta me olhando com aqueles olhos castanhos mel rasos d'água.
Miranda — Sempre soubemos que você voltaria, apenas não sabíamos que seria nessas circunstâncias...
Ela fala e uma lágrima solitária escorre por sua face.
Miranda — Onde ele estiver agora, tenho certeza que o seu coração alcançou um pouco de paz neste momento. O que ele mais queria era que você nos desse uma nova oportunidade de voltarmos a ser uma família. E agora você está aqui, e acredito que isso seja um recomeço filho.
Meu coração aperta e lágrimas se formam em meus olhos, mas antes que ela perceba eu me aproximo e abro os braços a envolvendo num abraço demorado.
Algumas lágrimas escorrem, mas as limpo antes de soltá-la.
Marco — Bom, eu pretendia surpreendê-la, mas foi você quem me surpreendeu. — Digo libertando-a do meu abraço.
Miranda — Foi uma surpresa para mim vê-lo aqui. Notei a porta aberta enquanto ia para o meu quarto e vim ver o que estava acontecendo, por um momento pensei estar fantasiando coisas.
Tanto que, estava a alguns minutos o observando antes de falar qualquer coisa. — Ela diz sorrindo e me abraçando mais uma vez.
Isidora — Marco dei-lhe apenas dez minutos para que descesse até a cozinha... — Ela vem dizendo pelo corredor, mas se cala assim que entra no quarto e vê a Miranda e eu abraçados.
...Isidora — Bueno, esta vez lo dejo pasar. (Bem, dessa vez eu deixo passar)...
- Diz juntando-se ao abraço.
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...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Olímpia Eloi
aí autora que história linda tô amando parabéns autora parabéns
2023-02-26
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