Capítulo VI

...Pichilemu-Chile...

Continuo com o celular nas mãos lendo e relendo as mensagens.

O que me intrigou foi o fato dela apenas questionar se ainda estava a procura de uma noiva.

Não, me fez nenhuma pergunta pessoal. Não quis saber idade, o que faço e nem sobre minha aparência, apenas disse que se encaixa nos critérios que procuro.

Abro a sua foto de perfil para tentar ter uma ideia melhor de como ela é, não que isso seja importante, quero deixar claro aqui.

Mas também não pretendo casar com alguém cuja aparência me cause aversão.

Não busco por nenhuma beleza estonteante, porque sei bem o quão traiçoeira pode ser uma bela mulher. Busco encontrar alguém capaz de ser honesta e leal a mim, mas se além disso ela for bonita ao ponto de fazer meu amigão se animar, será melhor ainda.

A foto não revela muito, mas posso ver que é morena e jovem, o que é estranho, pois se diz já ser viúva.

Não adicionei foto minha a esse WhatsApp, para evitar que se interessassem pela minha aparência, o que com certeza não me daria mais sossego se eu o tivesse feito, pois reconheço que sou um pedaço de mal caminho. Rsrsrsrs

Resolvi respondê-la e saber um pouco mais sobre ela.

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...João Pessoa-PB...

Depois que respondi o anúncio, larguei o celular sobre a mesa de centro.

Já nervosa, comecei a me questionar:

Aurora — O que foi que eu fiz? Será que agi certo?

Sinto uma vontade enorme de apagar a mensagens, mas digo a mim mesma:

Aurora -Calma Aurora. Situações extremas exigem atitudes desesperadas.

Inspiro e expiro profundamente algumas vezes e decido aproveitar o momento de sono da pequena, para arrumar a casa.

Ligo o rádio baixinho e começo recolhendo todos aqueles papéis espalhados pela sala. Como apartamento é pequeno, em cerca de uma hora e meia consigo terminar tudo rapidamente.

Deixo a mamadeira já pronta, pois a qualquer momento a dorminhoca vai acordar cheia de fome.

Pego o celular e vejo que a mensagem que enviei foram respondidas.

As minhas mãos começam a suar frio e o coração a bater acelerado.

Então usando os meus últimos resquícios de coragem abro as mensagens.

Aurora -Deus, e agora o que é que eu faço?

Falo sem reação.

Ouço o choro da Alice e deixo o celular desbloqueado, com a conversa aberta em cima da mesa enquanto saio em busca da mamadeira. Pego a minha princesa no colo, e dou o leitinho dela. Quando ela já está quase no finzinho, ouço uma batida na porta.

Olho pelo olho mágico e vejo a Milla com algumas sacolas nas mãos.

Aurora -Oi! Bom dia! - Digo sorrindo ao abrir a porta.

Camilla — Bom dia! - Responde enquanto entra.- Trouxe algumas latas de leite e fraldas para a minha afilhada linda.

Aurora — Obrigada amiga. Gostaria de dizer que não era preciso, mas francamente, chegou em boa hora. Ela já estava na sua última lata, você me tirou um peso enorme das costas.

Camilla — Já disse que faço o que estiver ao meu alcance para vê-las bem. — Diz enquanto põe as sacolas sobre a mesa. — Agora dá aqui essa boneca, que eu quero matar a saudade que tava dela.

Entrego a Alice a ela e vou higienizar e guardar as coisas que ela trouxe.

Termino de guardar as latas de leite no armário e quando me viro, dou de cara com a Milla perplexa, com os olhos esbugalhados na tela do meu celular...

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