Capítulo IV

...PROCURA-SE...

...

Leio aquele anúncio e fico me perguntando que tipo de pessoa se sujeita a fazer um anúncio desse.

Deixo-o de lado, mas vejo haver o mesmo anúncio em vários outros jornais.

Aurora - Milla, você viu isso? — Pergunto descrente, estendendo para ela algumas das páginas onde há o anúncio.

Ela pega-os da minha mão e diz ter visto nos jornais que estava examinando. E Completa:

Camilla — Na certa deve ser alguma brincadeira de mal gosto, um trote... Ou até quem sabe, um velho pervertido... Vai saber! Nem mesmo o número de telefone é aqui do Brasil. -Diz ela jogando-os de lado. Então me olha pergunta — Encontrou algo?

Suspiro desanimada e respondo

Aurora -Encontrei dois possíveis empregos, oferecem moradia e não mencionam nada sobre ter filhos. Vou ligar para obter mais informações... E você, encontrou algum?

Milla -Apenas um. — Fala com o semblante caído.

Olha pro celular e acaba se assustando com a hora. Já passava das 16hrs e então ela se levanta ligeiramente.

Milla - Rori, desculpa não poder ficar mais tempo aqui contigo, mas aquele encontro com os guias turísticos que o prof° marcou é hoje às 17h30 min. Tenho que ir pra casa tomar banho e procurar o que vestir.

Não consigo não rir com esse seu jeito avoado dela de ser. Estava sempre às pressas...

Aurora — Tudo bem. Rsrsrs

— Obrigada por ficar com a Alice por mim.

Milla -Sabe que sempre que precisar eu estarei aqui por você, e pra você!

A levo até a porta e a abraço me despedindo dela. Fico parada na porta observando enquanto ela se vai feito um furacão até sumir do meu campo de vista.

Volto pra dentro e começo a organizar as coisas do banho da Alice e também a sua mamadeira.

Deixando as coisas de Alice prontas, vou preparar algo para comer. Desde a morte da Maya que eu já não me alimentava bem, mas tem sido um dia exaustivo e eu precisava me alimentar ou acabaria desmaiando com a bebê nos braço.

Opto por fazer uma omelete e um suco de laranja com cenoura.O que além saboroso é bem rápido.

Termino a minha refeição e organizo a cozinha e vou verificar a Alice, e a encontro acordada, bem quietinha no bebê conforto.

Pego-a no colo e examino a fralda e faço careta quando vejo que ela necessita de um banho.

Enquanto eu a banho, penso comigo mesma, que farei o que for preciso pra cumprir a minha promessa e cuidar desta pequena. Lutarei por ela com unhas e dentes. Já estava mais que apaixonada nesse serzinho, que mal nasceu e tanto problemas já lhe apareceram.

Terminado o banho a enxugo e visto um conjuntinho pagão branco, feito de algodão e composto por camiseta, casaquinho aberto, calça pezinho, touca e luvas, todo o conjunto era branco, somente alguns desenhos de ursinhos na touca e luvas se destacavam.

Assim que terminei de a vestir, a alimentei e novamente ela agarrou no sono.

Cheiro a sua cabecinha e posso afirmar sem dúvida alguma. Não há perfume melhor no mundo, do que cheiro de filho! 💖

Coloco-a no berço e volto para a sala afim de telefonar para os números que eu havia pego nos classificados.

(Apresento a vocês minha Alice ❤)

Infelizmente não obtive sucesso em nenhum dos 3 para os quais liguei. Ninguém estava disposto a empregar uma jovem com uma filha recém-nascida.

Uma jovem e um bebê com menos de um mês...

Realmente eu havia sido muito esperançosa, e nesse momento as minhas esperanças esvaíram-se de vez...

Tomo um banho demorado, fico um bom tempo em baixo do chuveiro deixando que a água levasse ralo abaixo as minhas lágrimas.

Depois de algum tempo seco-me e visto um pijama confortável pra tentar dormir e ver se esqueço nem que seja apenas por um momento o tormento que eu vivendo.

E desabo sobre cama...

......................

Pichilemu

A conversa com a Miranda me deixou atordoado.

Resolvi pegar umas sondas pra desopilar a mente.

O mar estava show. E não que eu goste de me gabar, mas eu arrebentei.

Peguei altas ondas enquanto 'os boias' ficavam lá esperando a "onda boa"...

Comigo não tem essa não!

O surf para mim além de uma válvula de escape, é paixão, tesão, vício, amor e condição de sobrevivência.

Sim, sou chato quando falo sem parar sobre surfe, principalmente com quem nunca pegou uma onda decente...

Bem, verdade seja dita, para quem nunca teve o prazer de ser acolhido dentro da morada mais divina, "o tubo", nós os surfistas somos um bando de egoístas. 

Sim, somos bastante vaidosos!

Quem não pratica, jamais entenderá o que é sentir a magia de estar no outside e ser beijado por uma brisa suave, o vento terral, ver linhas perfeitas e intermináveis, fazendo com que a gente se sinta meio que como semideus. Afinal, somos parte daquele sagrado. 

A sensação é de tamanha magia, que não há nada mais estarrecedor do que ver um vídeo seu surfando pela primeira vez:

— Jura que foi só isso? Na minha cabeça tinha sido um ‘rasgadão’! 

...*****...

Bom, após pegar altas ondas volto pra casa, moro pertinho, cerca de 15 min de carro.

Tomo o meu banho e como alguma coisa antes de me dirigir ao escritório para voltar a selecionar as candidatas à futura "Sra. Altamirano".

Restavam ainda três dos quatro meses que meu falecido pai havia estipulado para eu cumprir suas exigências.

Recebi algumas respostas, mas a grande maioria me pedia fotos ou tentavam conversar por videochamadas.

Boa parte eram jovens com ilusões adolescentes, sonhando com romance e príncipe encantado, o que eu não sou nem de longe!

Já as eliminava de imediato.

Casarei para cumprir a vontade de meu pai, e futuramente poder ter um herdeiro. Não procuro por um romance, apenas busco uma mulher madura e que também não alimente ilusões românticas e de preferência, que saiba administrar um lar...

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