No dia seguinte, a jovem CEO falava no celular já totalmente produzida para o dia. Ela não estava com dor de cabeça, e isso a faz pensar na garota de ontem novamente, uma mistura de arrependimento a invadia. Aquela jovem foi tão atenciosa para ela e foi embora daquela maneira tão tarde da noite, Sophie pensa que deveria ter convencido ela a ficar.
Look de Sophie↡
Mas agora o seu foco voltava a ser o trabalho, ela sai com o seu carro, pensando em tomar o café da manhã lá na empresa mesmo. Ao virar a esquina ainda perto de sua casa ela vê uma jovem sentada no degrau de uma loja que ainda se encontrava fechada, ela estava com os braços entrelaçados nas pernas e o seu corpo tremia involuntariamente devido ao frio.
Ao perceber ser a mesma garota que conhecera ela parou o carro com um olhar espantado.
— Ei, você! Porque ainda não foi para a casa?
A garota permanecia em silêncio com a cabeça baixa encolhida entre os braços. Sophie se aproximou e a pegou pelo braço.
— Ficou a noite toda aqui...?
Ao leve puxão a garota pendeu a cabeça para o lado escorando em Sophie, ela estava quente e havia provavelmente perdido a consciência.
— Você está queimando de febre...
Sem conseguir falar mais nada e sabendo que ela não poderia ouvi-la, Sophie a coloca no seu carro e volta para a sua casa. Ela sobe as escadas com a jovem nos seus braços e só então percebe em como ela era leve, mesmo para uma adolescente. Foi só então que ela lembrou da conversa que tiveram ontem, e em como a garota parecia odiar a própria casa.
Pelo que ela teria passado? Há quantos dias estava fora? Ela não havia-lhe respondido.
Sophie Lavie chama a sua médica pessoal e duas enfermeiras exclusivas para cuidarem de Laura.
– Saiu o resultado do exame de sangue, ela possui fortes sinais de desnutrição, fora isso está tudo ok. Mas, algo me diz que essas últimas semanas não foram tão boas para ela.
– O que sugeri? - pergunta Sophie.
– Entrar com uma alimentação forte e rica em vitaminas, ela não pode pular nenhuma refeição, Senhorita Lavie, você que é a responsável por ela?
– No momento, sim. Me diga... Ela possui algum sinal de trauma ou abusos?
A Doutora se espanta ao ouvir isso, mas se recompõe.
– Aparentemente não, quer que eu a examine mais detalhadamente?
– Não será necessário, obrigada!
Sophie lembrava em como Laura ficou desconfortável na noite anterior e ela certamente não iria querer uma médica examinando o seu corpo. Se algo aconteceu com ela, Sophie queria ouvir pela própria Laura Rodrigues, caso ela quisesse contar.
Quando a garota acorda, estava na cama de Sophie Lavie com soro e algo gelado na sua testa, algum tipo de gel dentro de uma embalagem fina transparente. Uma das enfermeiras sai assim que a CEO entra falando no telefone.
— Isso, cancela a reunião de hoje e todos os outros compromissos, sim, até.
Ela desliga o telefone e senta na cama, só então a outra enfermeira sai.
— Vejo que finalmente acordou.
— Você...? O que eu estou fazendo aqui?
— Bom, parece melhor do que o lugar onde estava. Aliás, porque você não voltou para casa? Lá é tão ruim assim?
— Sei o que está pensando — Laura diz já tentando se levantar — Mas eu já disse que não tenho para onde voltar!
— Ei não deve se levantar agora...
— Eu... Sinto muito por ter-lhe dado trabalho, não cancele os seus compromissos por isso. Eu... vou achar uma maneira de te pagar quando eu tiver dinheiro, mas agora eu vou embora!
— Acabou de dizer que não tem para onde voltar.
— Não se preocupe comigo, eu darei um jeito!
Irritada Sophie segura a garota pelos ombros e a empurra na cama novamente, ficando por cima dela e muito próxima a seu corpo e rosto.
— Dar um jeito? De que maneira pensa em dar um jeito? Está querendo morrer por acaso? Pare de dizer coisas estúpidas garota, olhe só para você!
— Saia de cima de mim!
A jovem a empurra também irritada e continua falando em alto tom.
— O que você sabe sobre mim? Sobre a minha vida? Nada! Tão ruim? Ninguém sai de casa porque é “tão ruim” sai porque é insuportável, e morrer? Era o que aconteceria comigo se eu continuasse lá! Então não me venha dar sermões!
A garota esbravejou em lágrimas e Sophie percebe que passou dos limites novamente, irritada coloca a mão na testa pensativa.
— Me desculpa, faça o que você quiser, mas irá ficar até se recuperar e a sua febre baixar!
Após dizer isso Sophie sai do quarto e vai para sala, andava de um lado para o outro enquanto falava no celular.
— Não, hoje não vou poder comparecer, digamos que houve um contratempo, coisas que tenho que resolver.
Sophie ia de ligação em ligação, cancelando todos os seus compromissos que não eram poucos. Laura sai do quarto e caminha lentamente até a escada arrastando o suporte de rodinhas onde estava pendurado uma enorme bolsa de soro que ligava no seu braço esquerdo.
Ela observa Sophie terminando mais uma ligação para finalmente sentar no sofá e colocar as duas mãos na cabeça num longo suspiro. Laura volta para o quarto e deita novamente.
Minutos depois as enfermeiras levam duas bandejas de café da manhã com muitas variedades de frutas, café e suco, pães, geleias e cereais. Fala que ela precisava se alimentar, a garota intrigada pergunta sobre Sophie Lavie, a enfermeira apenas diz que ela acabou de ir para o seu escritório.
A garota fica triste por ter sido tão rude com ela, mas sem perder tempo ela come tudo porque estava com muita fome e queria se recuperar logo para poder ir embora. E depois ela adormece. Fazia muito tempo que ela não dormia assim, em um lugar tão limpo e confortável como este.
Passado algum tempo ela acorda, já estava quase no horário de almoço, ela pensava novamente em como tinha sido rude com Sophie Lavie. Mas também pensava no porque ela estaria a ajudando, lembrava de suas falas irritadas e fria ao dizer “olhe só para você” Laura sabia muito bem de sua situação, mas ver outra pessoa afirmando isso a fez se sentir mal.
Ela nota que já estava sem o acesso no braço, agora ali continha apenas um curativo redondo pequeno no lugar da agulha. Ótimo, ela já poderia andar livremente.
Laura desce as escadas e anda bastante até se sentir sem forças, então decide voltar para o quarto e ao tentar subir a escada de volta perde as forças e cai, mas Sophie aparece logo atrás e a segura em seus braços.
— Porque se levantou? Está pensando em ir embora nesse estado?
— Não... eu... Só estava te procurando...
A CEO Sophie Lavie a pega no colo e a leva de volta para o seu quarto, a colocando na cama novamente.
— Pronto! Estou aqui, o que queria comigo?
A garota sem jeito se encolhe entre os cobertores com frio e diz em baixo tom.
— Eu te devo desculpas, você... Só tentou me ajudar e eu fui tão rude com você...
— Pelo menos você admite.
— Eu sinto muito mesmo... — a garota diz com lagrimas nos olhos — Eu não estou acostumada com as pessoas sendo gentis comigo...
— Ei, não chore, eu estava brincando, está tudo bem.
— Eu não menti quando disse que te admirava, e isso não vai mudar.
— ...Você precisa dormir agora, tente descansar.
– Eu já dormi o bastante, mas eu... Ainda me sinto mal por você ter cancelado seus compromissos importantes.
– Eu estive fora do país por meses, um dia a mais não será nada.
Sophie passa a mão no rosto da jovem, limpando as lágrimas. Ela encarava seus olhos e seus lábios, e se afasta ao perceber pensamentos de desejo em relação a garota. Ela deveria se controlar.
As enfermeiras voltam, cada uma segurando uma bandeja, era hora do almoço e elas trouxeram uma refeição completa.
– Vou te deixar comer agora, tente descansar depois que terminar.
Sophie sai e volta a seu escritório. Fica pensativa e pensa que talvez tenha encontrado a resposta de suas perguntas sobre nunca sentir nada em relação a ninguém.
Seria desejo mesmo, ou apenas culpa?
Ela indagava suspirando. Sophie volta para o notebook e começa a responder seus e-mails, um pouco de trabalho iria ajudar.
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Atualizado até capítulo 143
Comments
Mirella Santana
estou gostando bastante da história
2022-05-25
5
Marcia Silva
To adorando
2023-02-17
1
Cris Siqueira
( b )😃💓
2022-10-07
1