A vida ocupada de uma CEO

Sophie Lavie terminava uma reunião, a terceira do dia. Fazia algum tempo que ela não aparecia na empresa e todos os setores queriam a sua orientação e conselhos.

Andando pelos amplos corredores ela sorria e cumprimentava todos, desde a equipe de limpeza até funcionários e visitantes. Mas em um corredor que estava mais vazio ela fica pensativa.

Pensava no que Nicolas havia dito sobre ela ter mais encontros, Sophie havia viajado tanto, viu lugares incríveis, conheceu gente boa e inteligente. Como ela não havia se interessado em ninguém? Parando para pensar, até mesmo nas noites em que ela buscava sexo por diversão ela de fato não se divertia tanto.

O sexo em si era bom, mas ela não sentia aquela vontade de fazer isso novamente com a mesma pessoa. Tudo que ela queria era se sentir apaixonada por alguém, mas isso simplesmente não acontecia.

– As pessoas da minha vida são muito passageiras...

– Isso porque você não dá chance para ninguém te conhecer!

Sophie dá um pulo de susto. – NICOLAS! Quer me matar?

– Mas eu estou te gritando desde lá atrás, você me ouviria se não estivesse se remoendo de culpa, aqui trouxe um café para você.

Ele segurava dois copos daqueles típicos cafés expressos que poderiam ser comprados em qualquer lugar.

– Obrigada. E eu não estou me remoendo de culpa!

– Amiga, como o seu sócio e responsável por deixar esse lugar em ordem enquanto você viajava eu te digo, me escute apenas dessa vez, marque um encontro às cegas, se aventure.

– Eu não sei, Nick! Eu estou no auge da minha carreira, eu sinto que qualquer pessoa que chegasse agora iria atrapalhar os meus planos.

– Você tem 24 anos, é uma idade muito linda para se viver só de trabalho, eu estou contigo desde o começo e você sempre foi muito séria e dedicada. Me prometa que vai apenas tentar dar uma chance se alguém interessante aparecer?

–... Tudo bem, você venceu. Eu prometo!

Nicolas sorri vitorioso e volta a seus afazeres, Sophie Lavie pega um elevador subindo para o seu escritório, novamente mergulhando no seu trabalho.

Passado algum tempo, ela já havia respondido mais de 300 e-mails. Agendado mais 5 reuniões para o dia seguinte, marcado 4 compromissos com revistas que queria fazer fotos com ela. E duas sessões de autógrafos em parceria com marcas famosas.

Já era noite e agora as enormes janelas de vidro mostravam as estrelas no céu, Sophie não percebeu antes porque estava focada no trabalho e porque o seu escritório era inteligente a ponto de ir gradativamente aumentando a luminosidade das luzes conforme o ambiente vai se escurecendo.

– Nossa já é tão tarde assim? Como eu gostaria que o dia tivesse 37 horas no mínimo.

Ela fala desanimada, levanta da sua confortável cadeira e faz um alongamento. Depois pega o copo de café que Nicolas havia-lhe entregado e termina de beber observando a vista da cidade a noite.

– O café já está frio... Será que eu estou, vivendo tanto assim para o trabalho?

Ela organiza as suas coisas para ir embora e pega o elevador levando o copo de café consigo para jogar nos lixos que haviam lá nos andares de baixo, desta maneira iria poupar o trabalho da equipe de limpeza, já que o seu escritório estava perfeitamente limpo e arrumado.

Ao passar pelos setores inferiores, onde ficavam os escritórios, ela não se surpreendeu ao perceber o local escuro. Claro! Todos já haviam ido embora. Mas entre todas aquelas repartições e mesas, havia uma mesa bem no fundo que parecia brilhar uma fraca luz.

– O quê? Alguém ainda está trabalhando?

Ela caminhava lentamente até lá, mas não com medo, o sistema de segurança desse prédio era incrível e ela se sentia totalmente segura lá dentro.

– Quem seria tão louca quanto eu para ficar até essa hora?

Ela se aproxima como uma pequena raposa encurralando um pássaro que não poderia voar. Até ela ficar próxima o suficiente e a pessoa notar ela.

– Com licença, o que faz até tão tarde...

– AAAAAAA

A jovem grita caindo da sua cadeira, ela estava com muito medo.

– CHEFE! Quero dizer, S-Sophie Lavie! Eu pensei que fosse algum fantasma!

– Ora, sou tão assustadora assim?

Sophie ria cruzando os braços.

– N-Não! Eu estava.... Terminando algo, do trabalho, é claro. Acontece que.... Os meninos que sentam ao meu lado vivem contando histórias de fantasmas.

– Espere! Esse é o setor da madame dourada?

– C-Como você sabe disso?!

Ambas continham uma expressão assustada. Acontece que o terceiro andar, é onde ficava os escritórios dos funcionários de administração. Esse setor se tornou famoso por contar histórias de fantasmas que segundo eles aconteceram neste lugar antes mesmo de se tornar o prédio da Lavie.

No começo era apenas como um Passa-Tempo, mas suas histórias foram ganhando força e chegou até mesmo aos ouvidos da CEO Sophie Lavie. Ela quando ouviu riu da cena. Eram apenas trabalhadores se divertindo, deixe-os.

Entretanto, esse setor se tornou conhecido pelas histórias, e não demorou muito até rumores aparecerem, de funcionários que haviam ficado até mais tarde e testemunharam alguns avistamentos, dentre eles, o conto mais famoso. A Madame Dourada.

Mesmo que você fosse cético e risse dos contos na frente dos seus colegas, iria chegar um momento em que você teria que imprimir algo ou ficar até mais tarde, e como uma reação em cadeia você iria sentir... Sentir aquele pequeno, e se? O ambiente escuro não ajudava. A solidão não ajudava. Os pequenos barulhos dos equipamentos ou um simples cano recebendo água, também não ajudavam... Tudo que você pensava naquele momento era... E se?

– Madame Dourada, Madame Dourada...

Ao ouvir esse murmúrio em forma de gemido, Sophie e a funcionaria se agarram e começam a gritar de pavor!

– Quem está aí? – Sophie Lavie Grita.

Eis que Nicolas surge lá no começo da porta morrendo de rir, ele ria tanto que mal se aguentava em pé.

– Muito engraçado Nick!

– Sophy, qual é? Deixe de ser careta! Você era quem sempre me pedia para te atualizar com as histórias do setor administrativo.

Ele fala e a funcionaria olhava para Sophie meio que esperando uma resposta.

– Ah! Eu, não me lembro disso!

– Aliais, Diana, o que faz aqui? E você, hein? Sophy? Ah, vocês me decepcionam meninas.

Ele admite a derrota.

– Isso é jeito de se falar com quem fica até tarde dando o sangue para a empresa? – Sophie esbraveja.

– Fala sério?! A empresa não é um vampiro para querer o seu sangue, de nenhuma de vocês, vão para casa, agora!

Diana estava em choque, ela já conhecia Nicolas e já sabia da sua forma brincalhona de tratar os seus colegas, inclusive ela, mas... Ver ele falando da mesma forma com a CEO a fazia paralisar. Ele tinha tanta liberdade, ela ao mesmo tempo que ficava espantada sentiu uma pontinha de inveja, pois queria muito ser amiga de Sophie Lavie, ou simplesmente ter uma conversa com ela um dia. E aqui estava ela, bem na sua frente agindo de maneira tão informal.

– Espere! Nick. Já que estamos aqui porque não vamos beber em algum lugar, por minha conta. Você disse que eu deveria curtir, não é?

– É assim que se fala amiga! Diana o que me diz?

– Ah, c-claro! Se estiver tudo bem eu ir...

– Claro! Vamos todos! Ainda não nos conhecíamos, não é? Prazer! Sophie Lavie.

– Diana.... Diana Lisboa.

Diana Lisboa, futura melhor amiga de Sophie↡

– Ai que tudo! Minha melhor amiga do setor administrativo e minha melhor sócia juntas! Logo vocês duas serão melhores amigas.

Nicolas completa entre pulinhos de felicidade. Eles então partem para uma noite cheia de drinks e comidas caras.

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