Capítulo 4

Dia 1 da epidemia.-

Segui descendo os degraus, a cada lance de estada eu olhava as portas dos andares, algumas tinhas manchas de sangue, nessas eu já tinha ideia que teria que evitar quando voltasse, aproveitei e as fechei direito, ainda tinha algumas que estavam escandaradas também. "Sobre a porta de casa não há muito com o que se preocupar, do lado de fora só abre com a chave ou a senha, e por dentro, só abre com a minha digital ou a do Hyung. Posso ficar mais tranquilo sobre isso pelo menos, ninguém vai entrar, mesmo que eu não tenha travado a porta..."

Depois de descer durante um tempo eu cheguei no quarto andar e ouvi uma voz vinda daquele corredor, uma voz de mulher, ela estava chamando por um nome. Devagar eu abri a porta do andar e a vi transitando meio perdida pelo corredor, assim que me olhou ela recuou um pouco, estava assustada.

— Quem é você....?! Você não foi mordido, foi?!

— shh... Não grite... Eu não fui mordido —Tirei meu casaco e ela pode ver que eu estava dizendo a verdade.— é perigoso ficar do lado de fora... A senhora precisa voltar pra casa.

— Mas o meu filho...! Meu filho saiu pra jogar fora o lixo hoje... Eu não achei ele! Corri pra cá desde que vi a notícia na televisão... Eu não achei ele...! Meu marido também não atende o telefone...

Ela começou a chorar, "a porta desse andar estava com sangue também, algum infectado passou por aqui também..."

— Senhora, eu sou policial, pode me mostrar aonde é a sua casa? Não é seguro ficar do lado de fora. Pode me mostrar aonde a senhora mora? Eu a acompanho e te ajudo a procurar o seu filho.

— ...! Você é policial?! Então o governo já veio nos ajudar?!

— Sobre isso eu ainda não sei... Eu moro aqui nesse prédio, estava indo para o mercadinho.

— ...! Então ninguém veio nos ajudar?...

— Por enquanto não...

— ...! Não acredito....

— Qual o nome da senhora?

— ...Hiwoo... Kang Hiwoo

Ela ficou bem abatida, não sei se deveria ter dito que eu era policial, mas ela pareceu sem esperanças de qualquer jeito. A senhora Hiwoo me levou até a sua casa e ficamos trancados lá dentro, ela me mostrou uma foto do filho dela, "deve ter uns quinze anos... Ele é magro demais, espero que tenha força no braço... Mesmo dizendo que ia ajudar esse garoto vai ser um peso pra lidar".

— Não se preocupa senhora, eu vou procurar por ele.

— Desculpa incomodar... Você deve ter muita coisa pra fazer...

— É... Um pouco, quero me preparar pra buscar a pessoa que eu amo, está perto de Seul, então preciso juntar algumas coisas pra poder ir até ele.

— ...! Entendi... Espero que ele esteja vivo.

— ... Eu também senhora... Bom eu vou procurar o seu filho, não saia de casa.

— ah, o nome dele é Heesoo

Saí do apartamento dela e voltei para a escadaria, "do latão de lixo até a entrada dos prédios da mais de uns cem passos, o que é ridículo pra um complexo caro." Assim que cheguei na entrada do meu prédio, não tive nenhum problema, bem diferente do que eu esperava, ali estava limpo, não tinha ninguém, mas os rastros de sanguem mostravam e a bagunça envolta deixavam claro que eles tinham passado por ali.

Cheguei perto da área de limpeza do complexo, o menino não estava perto dos latões de lixo, achei que poderia ter tentado fugir pra lá. Mas sem sussesso, voltei para os latões e ambos estavam fechados, "talvez ele tenha entrado num deles para fugir de quando o surto veio aqui pra frente!" Preparei o taco, não sabia o que me esperava, e abri o primeiro latão. Não tinha nada. Me preparei e abri o outro, ele estava deitado lá dentro, todo encolhido, suas roupa escolar meio rasgada estava com manchas e respingos de sangue. "Não sei se ele foi infectado, tenho que ser cauteloso..."

— Ei... Garoto. — Ele me olhou assustado, ele estava chorando também.

— Quem é você?...

— Você é o Heesoo?

— ...Sim...

— Sou Sangwoo, você não me conhece. Sua mãe pediu que eu te procurasse. —mostrei minha identificação— sou policial.

— ... Você é policial?! Então sabe o que tá acontecendo?! Você tem o remédio pra isso?...

— Não. Estou tão perdido quanto você, embora seja policial.

— ...! Não pode ser...

— Você se machucou? Foi mordido?

— Se eu fui eu vou morrer...?

— Acredito que sim.

— ...Se eu falar que fui você vai me matar?...

— ...Não, prometi te levar para a sua mãe e–

— Policial!!

Alguém tinha gritado me chamando, olhei e era a senhora Hiwoo, a mãe do menino. Ela tinha saído do prédio e veio correndo até mim.

— Senhora?! O que está fazendo aqui?

— Achou o Heesoo?

— Achei... A senhora precisa voltar pra casa.

— ...! Sério?! E onde ele está?! Ele está ferido?!

Ela abriu um sorriso de alívio e me ignorou, ela não se importa se for atacada, só quer saber se o filho está bem, "que porra... Como explicar para uma mãe assim que seu filho vai morrer daqui a pouco?" Antes de responder a ela, o Heesoo pulou pra fora do latão e se jogou em cima de mim, tentando me morder.

— Heesoo!

Tive tempo de colocar o taco na frente e ele acabou o mordendo, com a pancada, seus dentes da frente caíram, fiquei deitado no chão e ele em cima de mim, fazendo de tudo pra me morder, "a força que ele tem agora não é correspondente com a massa muscular dele...! Por que é tão forte?!" A mãe dele começou a gritar desesperada enquanto chorava, mandando ele sair de cima de mim. "Droga! Se ela continuar gritando assim, os outros vão vir até aqui!"

— Heesoo! Argh.... Meu filho...! Para por favor!

— Senhora! Não sei como se sente agora...ngn mas cala a boca! Ou virão mais até aqui!!

— Mas o Heesoo...!

Heesoo parou de fazer força contra mim e olhou para ela, saindo rápido de cima de mim e correndo para os braços dela que estavam abertos esperando um abraço.

— Senhora Hiwoo! Corre!!

Quando seus corpos se trombaram, ela o abraçou forte e ele mordeu o ombro dela, com a dor as pernas dela fraquejaram, e o abraçando forte ela abriu um sorriso ainda chorando. Me levantei e fiquei olhando pra eles.

— Tá tudo bem meu filho... A mamãe tá aqui agora... Eu tô aqui...

"Mesmo que eu quisesse impedir ele.. ela iria atrás dele de qualquer jeito... Seus olhos estão repletos de culpa..." Ela me olhou, seus olhos estavam esbranquiçados, mas ela ainda estava consciente.

— Meu rapaz... Obrigada... Posso te pedir mais um favor?

— ... Claro, senhora Hiwoo.

— Pode acabar com esse nosso sofrimento?... Eu o machuquei demais... Ele não merecia nada disso... Pode nos matar?...

— ... Não...

Me ajoelhei na frente dela, ainda meio afastado.

— Eu percebi que você é um ótimo rapaz... Mas por favor... Ele não gostaria de machucar mais ninguém também...

— ... Tudo bem...

Me levantei já sacando a arma e a apontei pra ela, "o que eu estou fazendo?" Os olhos dela ficaram brancos por completo.

— Me perdoe....

E puxando o gatinho eu matei aquela mãe arrependida e em seguida o seu filho assustado.

continua....

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Comments

Tô Lendo Mangá

Tô Lendo Mangá

porra isso está muito bom está que nem um filme

2022-09-01

4

Badia Farias

Badia Farias

Tem que ter muita força…

2022-06-12

9

Ariana de Almeida

Ariana de Almeida

mais ....

2022-05-19

5

Ver todos

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