Capitulo 4

Ei! Donzela, se continuar a andar nessa rua, creio que se dará muito mal.

Eu olhei e vi que era Juan, ele baixou o vidro e ficou me encarando.

Juan: Vem vamos eu te levo para casa.

Eu: Não precisa, sei muito bem me virar!

E continuei andando, e cada vez mais rápido. Ele encostou e começou a falar novamente.

Juan: Vamos moça, eu não tenho a noite toda, só vou oferecer mais uma vez e vou embora.

Eu fingi que não escutei, não quero que ele saiba onde moro, vai saber quem ele era. Então ele acelerou indo embora, ele realmente ia me deixar lá. Eu olhei realmente estava vazia a rua, então comecei a correr e a gritar.

Eu: Nãoooo, por favor não me deixa aqui!!

Juan de repente parou o carro e voltou de ré, ele abriu a porta e eu entrei. Ficamos o tempo todo em silêncio,  Eu só queria chegar logo em casa.

Ele encosta ao lado da minha casa, e percebe as luzes acessas e uma barulho de pessoas gritando vem da casa. Eu fico envergonhada, pois sei que Soraia organiza jogatina aos sábados.  Eu mal consigo olhar pra ele.

Juan: Bem chegamos, é pelo jeito seus pais são bem animados!

Eu: Olha aqui, não é porque você me deu uma carona, que pode falar dessa forma, eu não tenho pais, agora se não tem mais nada a dizer, tchau e obrigada!

Eu desço muito irritada, primeiro pela forma dele falar e pela situação, pois sempre que minha madrasta fazia isso me irritava muito e eu ficava muito triste, vendo que meu lar, a casa que cresci se transformava num cassino clandestino.

Juan: Você deveria ser mais educada, primeiro chama meus amigos de bandidos, não aliás, primeiro você me dá um tapa, depois ofende minha casa. Eu deveria está lá na festa e não aqui dando carona para você.

Eu: Por favor, eu estou cansada, trabalhei muito hoje, não deveria ter ido nessa festa nesse bairro cheio de mafioso, desculpe ter estragado sua linda festa, e atrapalhado o grande galã da noite, está satisfeito? Mil perdões !!

Eu deixo ele lá pasmo, com as mãos no quadril se achando sei lá o que. Quer saber que se dane, nunca mais vou ver esse cara mesmo, entro tomo um banho e caio na cama.

Meus amigos sei lá, mandei mensagem que estaria indo para casa. Agora só quero dormir.

O dia amanhece, ainda bem é domingo, posso dormir um pouco mais. Hoje preciso dar uma geral aqui, quanta bagunça. Pego uma caixa que está no alto do armário, são meus livros de história. Quantas lembranças, que saudades de meu pai, tem as fotos de minha mãe, eu ainda lembro do cheiro dela, era de jasmim por causa de um creme, mas era só o que lembrava. Meus olhos se enchem de lágrimas, quando me lembro da cena de ontem a noite.

Sonho com o dia que poderei ter minha liberdade e tirar essa mulher da minha casa. Mas eu sei que não falta muito o que são 3 anos.

Pego o celular e está cheio de mensagens de Camila, retorno a ligação.

Camila atende ainda sonolenta.

Camila: Emily aonde você estava ontem? Procurei você por todas as partes daquela festa, e depois recebi sua mensagem de que tinha ido embora.

Eu: Aconteceu umas coisas, mas depois eu te conto. Eu acabei pegando uma carona.

Camila: Como assim carona? Com quem?

Nesse momento Soraia bate na porta, e eu preciso desligar a ligação.

Eu: Eu preciso desligar agora, nos falamos depois, tudo bem?

Camila: Tudo bem mais quero saber essa história direitinho heim!

Eu desligo e vou atender a porta.

Eu: A quem devo a honra?

Soraia: Posso saber quem era aquele rapaz ontem?

Eu: Por quê? Eu não lhe devo satisfações.

Soraia: Eu achei que era .... ah esquece, pode continuar ai no seu quartinho, pelo menos você pode falar que umas das histórias que seu paizinho contava se tornou realidade né?

Eu: Eu não entendi sua ironia.

Soraia: É como aquela da Cinderela sabe? Só tem uma coisa, você deveria estar limpando minha casa e no fim o príncipe apareceria num lindo cavalo branco  e te salvaria. Ohh! Príncipes não existem não é mesmo? Mas você ainda pode faxinar para mim!

Eu nem ao menos consigo responder aquela mulher, simplesmente fecho a porta e volto para cama.

Eu: Realmente, ela tem razão príncipes não existem, mas as bruxas, ela no caso, sim.

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