Capítulo 02

APRESENTAÇÕES.

Nadine de Carvalho Dantas, brasileira, uma mulher lindíssima de cinquenta anos, aparenta ter no máximo quarenta, mãe de Rafaela, esposa de Eduardo.

Escritora desde os seus dezoito anos, apaixonadíssima pelo marido é o que representa.

Mesmo tendo sua profissão, e até tendo alguns livros lançados, sempre foi totalmente dependente de Eduardo, principalmente emocionalmente, na verdade passava dias e madrugadas escrevendo, e o marido era quem fazia bem dizer tudo, ela não sabia nem ir ao mercado sozinha.

Trinta anos de casamento, e nunca viveram longe um do outro, um dia sequer.

NADINE

Eduardo Dantas, brasileiro, empresário do ramo de máquinas agrícolas, marido de Nadine, e pai de Rafaela, cinquenta e quatro anos, casou-se com a esposa, quando tinha 24 anos e lhe sempre foi fiel, ela foi sua primeira e única namorada.

Uma paixão que veio da infância.

Eduardo fazia questão de tratar a esposa, como se fosse uma criança, vivia com ela, e para ela, exclusivamente.

Na verdade um homem muito apaixonado.

EDUARDO

O casal vivera a sua vida de casados no Morumbi em São Paulo.

Rafaela de Carvalho Dantas, filha de Nadine e Eduardo, vinte e oito, anestesista, esposa de Filipi há 9 anos, e Nora de Lorenzo Montenegro.

RAFAELA

Filipi, filho de Lorenzo Montenegro e Martina ( in memorian) trinta anos, marido de Rafaela, genro de Eduardo e Nadine.

É o diretor executivo ( CEO ) de uma das empresas automobilísticas do pai no Brasil.

FILIPI

Lorenzo Montenegro, cinquenta anos, viúvo, empresário muito bem-sucedido mundialmente no ramo automobilístico, não se preocupa com o amanhã, vive como diz à música, (deixa a vida me levar ) pai de Filipi, sogro de Rafaela, um homem que vive entre lindas mulheres, sempre muito jovens, noitadas, bebidas e se diz muito bem resolvido sentimentalmente, não perde um rabo de saia segundo à nora.

Não se apaixonar nunca, esse é seu propósito de vida.

LORENZO

Sete horas de voo, e Lorenzo chega em São Paulo, vai direto ao crematório onde está a ser feita, as últimas homenagens de despedida há Eduardo Dantas.

Chegando ao crematório cumprimenta o filho e a nora com forte abraço.

Rafaela chora muito abraçada com sogro, porque apesar de tudo, de ela sempre estar-lhe chamando a atenção sobre as sandices que ele faz, mas há uma amizade ótima entre eles.

Lorenzo se dirige a viúva, por uma fração de segundo senti que as suas pernas ficam trêmulas, nunca imaginou que aquela mulher ainda estivesse tão linda.

A última é única vez que ele viu Eduardo e Nadine foi no casamento dos filhos a 9 anos atrás.

Quase não vinha ao Brasil, principalmente depois que o filho assumiu a empresa brasileira.

Naquele dia, ela já lhe chamou atenção porque realmente sempre foi uma mulher lindíssima e diga-se de passagem o tempo foi generoso com ela estava mais bonita do que ele lembrava.

Cumprimentou Nadine, que só fez um gesto com a cabeça, estava com os olhos muito inchados, demonstrando ter chorado muito e também passava à ideia de estar sob efeitos de sedativo, porque parecia estática.

Voltou para perto do filho, e a nora foi ficar ao lado da mãe, pois, estavam a chegar os últimos momentos.

Filipi comenta com o pai.

Meu Deus, não sei como vai ser daqui para frente, a minha sogra vai cair numa depressão muito forte, vivia em função desse marido e ele em função dela, na verdade, ela está tão séria que chega à dar-me medo.

É meu filho, e mesmo séria continua lindíssima.

Mas meu pai o senhor não tem jeito mesmo, que eu faço contigo?

Não faça nada, me deixa admirar as coisas belas, não sou eu quem estou morto, por favor.

Papai as vezes o senhor parece até que não tem sentimentos.

Tenho muitos sentimentos, só que sou prático, ele morreu e ela tem que continuar a vida dela, foi assim com a sua mãe lembra?

Já imaginou se eu tivesse ficado chorando as pitangas, o que teria sido da minha vida, nem teria conseguido criar você direito.

Temos que saber que a morte faz parte da vida, a partir da hora que nascemos, já estamos a morrer, então não adianta se desesperar, tem que jogar a vida para frente e esperar, porque cada um tem a sua vez.

Meu filho o que sua sogra faz mesmo da vida que eu não lembro mais?

Ela é escritora meu pai.

Lorenzo ficou pensativo.

E como estavam os negócios de seu sogro?

Para falar a verdade meu pai, estavam a caminhar muito mal, o meu sogro fez uns maus negócios, não levou sorte e deu meio que uma quebrada nas empresas, não gostaria de ficar a falar sobre isso agora mais, vai chegar o momento que vou ter que comunicar Nadine, que Eduardo estava a ir à falência, e talvez tenha até sido isso aqui levou-o a ter esse infarto, ele tinha muito medo que ela soubesse estarem uma situação nada boa.

Lorenzo ficou mais pensativo ainda.

Papai depois da cerimônia de despedida, vamos para casa da minha sogra e poderia acompanhar-nos um pouco, pelo menos por umas horas o que acha?

Sim sem problemas vou com vocês, a noite quero pegar uma gandaia, essas mulheres brasileiras são maravilhosas se tudo correr bem quero chegar no hotel só daqui três dias.

Filipi já sabe que não adiantará falar nada e é bem isso que o pai vai fazer.

Nadine abraçada na filha pergunta em seu ouvido.

Este homem é o seu sogro, estou certa?

Sim mamãe ele.

Mas o que está fazendo aqui, nunca lhe falei mas ele me causa arrepios, desde o dia do seu casamento que tenho uma impressão muito ruim a respeito dele.

Mamãe é o pai de Filipi e ele até foi muito gentil vindo de Boston a pedido de Filipi, não pense assim, até tem alguns defeitos, mas é um bom homem, é um bom sogro um bom pai, ele só gosta de umas coisas diferentes e não adianta nem eu, nem o Filipi falar nada, porque a intenção dele é viver abundantemente.

Quer dizer viver no meio das ninfetas e garotas de programa, e assim por diante.

Sim, também minha mãe.

Ele olha para gente com um olhar que parece nos despir.

Mamãe não tem quem não olhe para você, sempre tão deslumbrante.

Isso era porque eu tinha a felicidade de ter o seu pai ao meu lado, agora a minha vida acabou.

Rafa estava muito preocupada com à mãe.

Hora da despedida.

Rafaela abraçada ao marido chorando diz.

Coitada da minha mãe, ela não aguentará.

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