— Aaaaa galera vocês são incríveis! O trabalho deu muito bom hoje — Comemora Christopher, enquanto andamos pela Avenida Paulista. Vai rolar uma conversão de nerds aqui por perto, eu só vou porque Christopher fez questão de nos chamar, já que a minha condição financeira não é boa, até a passagem ele pagou — Eu tô louco pra ver se vai rolar alguma edição nova do Lanterna Verde — Ele continua falando para nós.
— Lanterna Verde eu acho um tédio, galera, vamos valorizar os heróis reais, temos a equipe Chains, eles são incríveis, tops e EXISTEM — Max sustenta a conversa enaltecendo Chains, que particularmente eu não ligo. Estranho né, fico imaginando como seria se os heróis não existissem, será que iríamos valorizar?
— Chains são tudo fraco Max, larga de ser besta — Responde Lucas, indo contra o puxa saquismo de Max.
— Ah gente eu concordo com Max, eu gosto muito da Estrelax, aquela mulher é incrível e tem poderes muito legais. Claro que são heróis desde os anos noventa mas ainda dá pro gasto poxa, eles são bons e… — Eduarda continua falando com eles e eu me perco em meus pensamentos no momento, enquanto olho para os grandes prédios aqui na Avenida Paulista. Fora de casa me sinto bem, livre, e estando com eles recebo um pouco do afeto que não tenho em casa. Apesar de ser mais reservado, eu gosto de está com eles.
Uma grande correria começa pela Avenida. Nos entreolhamos estranhando toda aquela movimentação. Um homem se esbarra em mim.
— Saia daqui garoto, saia daqui! — Ele volta a correr novamente e o barulho ensurdecedor é anunciado pelos ares. Meu instinto pede para correr daquele lugar, e meus amigos expressam uma grave tensão em seus rostos. Atrás da gente vimos uns heróis voando e correndo em direção contrária daquelas pessoas.
— Crianças, saiam daqui — Cacete, é o Capitão – Nação na nossa frente com aquele traje azul com branco, e seu escudo dourado com uma águia no centro — Nerfestor está aqui, é perigoso para vocês.
— Ca-ca-capitão Nação — Max gagueja falando o nome do herói favorito dele, chega ser ridículo mas a situação é caótica.
Uma grande explosão atrás da gente atinge. Meu corpo voa uns quilômetros e alguém me pega pelo ar, é a Estrelax. Ela me coloca no chão e meus amigos estão lá atrás, caídos juntos com Capitão. Me sinto um pouco atordoado…
Eu fico de pé com certa dificuldade e tento me aproximar deles, e os vejo correndo em minha direção, não estão muito longe, Max fala fuma coisa mas não compreendo. A batalha insana começa na avenida com todos aqueles gritos em volta de mim, até que vejo uma luz verde na mão do vilão, que está bem atrás deles. A mesma luz explode, expandindo em toda Avenida Paulista, atingindo meus amigos e pegando em mim, me fazendo cair no chão. Perco o ar… meu corpo queima, a cabeça dói, a fraqueza corrói, os olhos perdem suas forças, eu não consigo respirar… Minhas mãos queimam e os vejo, estão pegando fogo e toda minha visão está amarelada, vejo tudo como chamas nos céus… perco a força… meus olhos se fecham…
……
Meu corpo se desperta em um pulo. A primeira coisa que penso são nos meus amigos, e a primeira visão que tenho é um quarto todo branco e fedendo a remédio. Estou na merda de um hospital. A porta se abre sem esperar eu me despertar direito. É o meu pai.
— Acordou… Toma — Ele me dar um pacote com algum lanche dentro, e um refri. O vejo sentando em um cadeira.
— Obrigado… — Me sinto sonolento e cansado, meu estômago apitou dentro de mim gritando pela fome. Esse lanche veio na hora certa.
— Eu… pensei que iria… morrer — Ele diz pouco sem jeito. A forma como conversa comigo é semelhante alguém que não conhece outra.
— Infelizmente não pude te fazer feliz — Dou a primeira mordida no pão, e o silêncio é constrangedor naquela sala.
— Seus amigos já foram, você dormiu por cinco dias — Caralh#, cinco dias? Como assim?
Eu não respondo mais, termino o lanche e me deito. O longo silêncio tomou conta, meu pai ficou ali, na dele. E não estou disposto a continuar nessa merda.
Uma coisa que está na minha cabeça é quando vi minhas mãos em chamas antes de apagar, a visão toda amarelada, sinto meu corpo quente porém, não me deixa mal, com febre ou coisa assim. É bom, poderoso, eu não sei explicar. Eu preciso falar com meus amigos, saber se estão de fato bem, preciso ir embora daqui logo.
……
Já em casa, entro direto pro meu quarto, trancando a porta evitando que o meu pai entre. A vinda foi silenciosa, nenhuma conversa nem nada. Eu estou tentando entender tudo isso. Que batalha bizarra que rolou naquele dia.
Deito na cama e pego meu celular. Entro no whatsapp e recebo uma enxurrada de mensagens de cada um deles, todos preocupados comigo. Porém, o grupo tem mais mensagens. Eu entro tentando ver se consigo uma informação e leio cada palavra. Todos muito agitados e preocupados comigo.
Eu envio uma mensagem dizendo que estou bem, espero que fiquem mais aliviados agora. Meu celular vibra na hora recebendo ligação do Chris.
— Chris? — Começo falando, pouco surpreso pela ligação dele.
— Victor, preciso ver você amanhã urgente — De fato, eu sinto urgência em sua voz, o que rolou?
— O que aconteceu Chris? Alguma coisa rolou?
— Sim, com a gente. E não adianta enviar as mensagens no grupo, ninguém vai responder. Não sei se notou, mas as últimas mensagens foram de cinco dias atrás. Depois daquele dia coisas aconteceram comigo Victor, minha cabeça gira e estou maluco com silêncio de todos, eu falo tudo ao mesmo tempo e não sei o que fazer, precisamos ir amanhã ver como estão… aliás, estamos de férias, a escola adiantou já que ficaríamos de férias em uma semana, então relaxa sobre a escola, cê não perdeu nada. Victor, eu não sei como te falar isso, mas depois daquela batalha o meu cérebro consegue calcular números que jamais imaginaria. Fatos históricos, mano, o meu quarto tem muitas anotações e… eu tô maluco… fiquei feliz em ver sua mensagem e saber que está bem, mas sei que algo aconteceu com você, pois comigo rolou, e sei o que é — Chris está muito agitado, ele fala acelerado demais e quase não consigo entender nada do que ele fala.
— Chris calma, amanhã vou aí está bem? Calma, você é meu amigo então não sei se vale a pena esconder. Mas antes de apagar naquela batalha, sentir minhas mãos pegando fogo, e vi chamas nelas — Ele praticamente se exalta no outro lado da linha.
— Victor… É loucura o que vou falar… Mas você ganhou Mutação em suas genes, o que viu não foi alucinação, foi o seu poder, e isso que me preocupa Victor, os outros, e isso tá me matando — Poderes?.. Mutação…Genes… O que ele tá falando, é impossível isso acontecer comigo. Não faz sentido.
— O que você disse? Poderes?
— Sim Victor, eu acho que o meu poder é dedução, inteligência ou sei lá. Mas o que sei do Nerfestor é que ele lança poderes cósmicos capaz de liberar químicas que podem despertar poderes em nós. E acho que… é isso.
Put@ que pariu, fud#u.
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Atualizado até capítulo 41
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