Skies On The Spaces – Capítulo 5

     A floresta agora está sem vida, aquelas cores, flores, já não há mais, é como se eu estivesse saído de um sonho e entrado em um pesadelo. Tudo está morto. A neblina cobre as árvores, sons de vento batendo nos galhos, o frio se manifesta, porém o meu traje alterou a temperatura interna, então o frio já não é o grande problema. Mas como mudou essa floresta...

— "Ajustando o traje, Localização: Mapa" - Eu digo

     Olho a minha localização, está próximo em um dos "x" que tinha visto no mapa quando estava na nave. Estou próximo a montanha onde está marcado, eu vim de lá. Posso tentar pegar o sinal, já que é o ponto alto daqui, ao mesmo tempo penso na Amanda e no seu amigo mas, não sei se devo confiar neles. Eu marco a localização onde desejo, e o traje cria um trajeto imaginário do caminho onde posso caminhar. Não estou preparado, sem arma alguma, o que posso fazer é usar alguma pedra ou algo assim como arma.

     Olho aquele artefato. Ele não abre e nem nada, não faço a mínima ideia de como usá-lo. Eu apenas imagino que nos templos com aqueles triângulos, é o lugar onde se pode usar, mas como? Ah, tantas perguntas, em paralelo a minha busca por sinal, preciso descobrir sobre esse artefato e aquelas coisas que falaram comigo.

    Começo a caminhar, receoso e com uma certa insegurança. Seguindo a trilha traçada, andando sobre as folhas secas dessa floresta que se tornou sombria. Descendo e passando por alguns galhos e arbustos, ao fundo, vejo uma pequena... Cabana? Isso aqui está parecendo a Terra. Caminho devagar, vejo um único poste à frente da casa com luz acessa no meio daquela neblina, ao lado vejo um carro vermelho, semelhante a um Corolla. O que está havendo? A cabana é de madeira, tem uma janela com vidro, caminho à ela e observo a janela. Tudo escuro. Dou a meia volta e vejo uma pequena varanda com uma cadeira, subo dois degraus que dá de frente para uma porta. No chão, eu noto rastros de sangue. Coração palpita com força no meu peito, uma onda de angústia vem com violência. Coloco a mão na maçaneta, a giro, empurro a porta devagar que faz um barulho ao abrir. A primeira coisa que vejo é um homem sentado estirado na cadeira. Ele usa roupa toda preta, está morto, com a barriga rasgada ao meio sangrando. Cabelos brancos e um rosto já de idade. Dou uns passos devagar observando o corpo, uma arma se encontra em suas mãos, misericórdia, o que aconteceu? Quem é esse senhor? Quem fez uma coisa dessa com ele? Pego a arma, e agora que eu percebo. Na parede da casa, vários símbolos do infinito.

    Minha cabeça está começando a doer, muito forte. Fico de joelhos. Eu não, aguento, a dor... escuto risadas de crianças. E como lembranças a minha frente, coisas acontecem aqui na casa, me sinto telespectador nesse momento.

— "Ooi, que desenho é esse ?! — É uma voz de um homem, não consigo identificar quem é

— "Desenho, eu gosto de desenhar o número oito deitado" — Respondeu o garotinha, deitado e pintando o desenho. Seu cabelo é preto e liso, olhos pretos e redondos.

— "Que legal filhota, está muito bonito viu" — O rapaz se afastou da garotinha, e se juntou a mãe dele.

—"Ela ama esse desenho, vive desenhando isso" —  A mãe, beijando o pai, se encontra toda sorridente e feliz

— "Crianças" — Chama o pai, olhando para a filha com um sorriso e um olhar bem amoroso para a filha

    Me desperto no pulo, o que foi isso? Eu, o que está acontecendo caralho... Agora é real o que estou vendo certo... Que pensamentos ou lembranças foram essas? Foi uma visão? O que é isso tudo? Minha cabeça começar cessar de dor.

     A garotinha desenhava o símbolo do infinito, o mesmo que estou vendo nessa casa e desde quando vim pra cá, o que isso quer dizer?.... Quantas perguntas, nenhuma resposta. Minha respiração está forte, me levanto, e fico em pé com dificuldade. Olho aquele corpo e a casa, eu vou sair daqui, eu preciso sair daqui agora.

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