Capítulo 12

Sebastian

Já passa das 22 horas e ainda estou no escritório da

empresa, agora fazem 7 meses que a Katy sumiu e um mês que voltei a

trabalhar... estivemos perto de perder o negócio da família por eu ficar

tanto tempo longe da empresa, tivemos que colocar ações a venda e admitir novos

sócios para que não perdêssemos a empresa... Rachel é uma dos acionistas que

fazem parte da empresa agora, ela tem 28 anos, 1,70, cabelos pretos, pele

branca, é considerada uma mulher deslumbrante, mais que não mexe um milímetro

comigo... desde que entro para o quadro de acionista tem me convidado para sair

e se insinua o tempo todo, eu tento me esquivo e recuso educadamente... hoje foi

um desses dias que esteve aqui até agora pouco tentando me convencer a levá-la

para jantar, e eu com muita educação recusei e disse ter muito trabalho a

fazer...

O detetive que contratei até agora não conseguiu encontrar

nenhuma pista de katy, meu desespero me sufoca, tenho pesadelos a noite com ela

sumindo em meio a neblina, acordo suado e não consigo dormir mais... só como

porque preciso me manter em pé pra continuar trabalhando e poder encontrar ela,

mais pra mim toda comida tem gosto de papelão... Eu não sou nem sombra do homem

que fui um dia, já pedi a conta de quantas vezes me peguei chorando, sinto

tanto a falta dela, sinto a falta de tudo nela, dos sorrisos, do cheiro, de

sentir ela do lado da cama a noite, das comidas que ela fazia pra me agradar, da

bondade e da ingenuidade dela, eu não estou vivendo mais, eu estou sobrevivendo

e ela é a razão do meu tormento... não sei o que fazer se não conseguir encontrá-la...

Olho no relógio é são 22:20 sinto um aperto no peito que

nunca senti antes, algo não está certo, alguma coisa está acontecendo, será que

ela esta bem... a angústia vai aumentado e chego perto de entrar em desespero,

o que acontece comigo, eu nunca fui um cara sentimental ou tive algum

pressentimento algum dia... sempre fui muito realista e pé no chão, muitas

pessoas me consideram um cara frio e insensível... mais a angústia não passa o

aperto no peito aumenta e sem motivos do nada me ponho a chorar, choro por

minutos seguidos sem nem entender porquê... lentamente vou me acalmando e do

nada sinto um alívio por dentro como se a angústia estivesse me esvaziado, olho

as horas e já passa das 22:45, resolvo ir embora, vou para o apartamento tentar

descansar um pouco, e apesar de aliviado depois do choro ainda tenho a sensação

de que algo aconteceu só não sei dizer o que...

Entro no apartamento, tiro a gravata preparo um copo de whisky,

quem sabe o álcool me ajuda a dormir, tomo um copo e perco a vontade de

continuar bebendo... tomo um banho e não me animo a comer... coloco a calças de

pijama e deito esperando o sono vir... adormeço e logo me encontro no mesmo

sonho de sempre...Katy esta em meio a um nevoeiro eu chamo por ela mais ela

continua andando sem se virar e nunca consigo alcançá-la, por mais que eu corra

ela esta sempre muito a minha frente… porém hoje nesse sonho ela para se vira,

olha nos meus olhos e  diz“ eles chegaram você viu? São lindos não são?” e olha pra frente de novo e some no

nevoeiro... acordo suando e desesperado, sem entender nada do sonho...

Resolvo levantar, vou ao banheiro faço minha higiene pessoal,

me troco e vou trabalhar sem ao menos tomar café da manhã... comer não tem sido

minha prioridade... chegando no trabalho recebo uma ligação de Dimitri, hoje

seria dia de pôquer e não temos mais nos encontrado com frequência, e quando nos

encontramos pra jogar eu não consigo me concentrar em nada, nem no jogo e nem

nas conversas... eles tentaram me ajudar a encontrá-la, pois sentem se culpados

também, porem assim como eu sem sucesso... Agora eles tentam me animar e tirar

de casa, mais não consigo, só vou voltar a ser eu  mesmo quando a encontrar... enquanto isso vou

continuar sendo essa sombra do que já fui um dia...

Falo para Dimitre que prefiro não fazer a reunião de pôquer hoje,

ele insiste, então aceito encontrar com eles em um bar para encher a cara, quem

sabe entorpecido eu consigo dormir e não ter o pesadelo recorrente... passo o

dia trabalhando, Rachel tenta me levar para almoçar, mais não aceito, como apenas

um sanduíche, chega o final do dia... nem vejo o tempo passar, após tanto

trabalhar nossa empresa está quase voltando ao que era antes, acredito que em

mais um mês vamos ultrapassar os lucros que estávamos atingindo antes de eu

quase perder tudo... Saiu para encontrar meus amigos no bar, quando chego já

estão todos me esperando e bebendo, me junto a eles e peço um whisky também, eles

me olham com pena, sei que meu estado é lastimável, mais não me importo mais

pra esses olhares de pena... eles insistem que devo sair com outras mulheres,

acreditam que ficando com outra mulher vou conseguir esquecê-la, mas eu sei que

isso não vai acontecer, nada nem ninguém  vai me fazer esquecê-la... ignoro os conselhos

e mergulho no whisky…

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