Uma Parte De Mim

Uma Parte De Mim

Capítulo 1

...MAITÊ DIAS...

Desde de muito pequena, tinha o sonho de me tornar médica. Não tive uma infância como uma criança normal, éramos somente eu e minha mãe, segundo ela, o homem que me colocou nesse mundo, fugiu com outra mulher quando descobriu que mamãe estava grávida de mim, então faz exatamente dezoito anos que somos somente nós duas. Não temos muita condições, mamãe da duro no seu trabalho de doméstica na casa de pessoas finíssimas, eu queria de alguma forma ajuda-lá, mas tudo que ela me pede é para focar nos estudos e um dia ser alguém nessa vida, então assim eu fiz.

Sentei em frente ao meu notebook, entrei no e-mail e recebi o resultado da minha bolsa. Quando eu vi, não acreditei, meus olhos se encherem de lágrimas, meu coração soltava fogos de artifícios, eu consegui entrar para universidade Federal do Rio de Janeiro.

Maitê; MÃÃE!!!!!

Corri para sala, ela me olhou com os olhos arregalados, dei um sorriso de orelha a orelha.

Maitê; EU CONSEGUI!!!!

Ela rapidamente se levantou e veio até a mim, me dando um abraço de urso;

Lurdes; Meu Deus minha menina! Eu sabia, sabia que você iria conseguir. Que orgulho!

Mamãe é o meu orgulho! Ela sempre deu a vida por mim, mesmo o homem que me colocou no mundo ter nos abandonado, ela não desistiu, ficou comigo e me criou, sei que teve momentos difíceis mas lutou, sua força é algo que me deixa admirada, ela nunca deixou se abalar com nenhum problema.

Maitê; Eu não estou acreditando mãe!

Lurdes: Eu já sabia que você conseguiria, sempre se esforçou para isso.

Se afastamos e a olhei, vi seus olhos vermelhos, seu rosto molhado, trouxe minha mão e enxuguei o mesmo;

Maitê; Porque está chorando?

Lurdes; Porque estou orgulhosa de você! Você é o meu motivo de nunca ter desistido, é por sua causa que me tornei uma pessoa forte.

Maitê: Mãe, eu te admiro muito e sou agradecida por tudo que fez, eu vou mudar isso, você não vai mais precisar trabalhar dessa maneira, eu vou conseguir ser uma médica e dar uma vida melhor pra você.

Ela sorriu, senti sua mão em meu rosto, fechei os olhos alguns segundos;

Lurdes; Eu gosto do que eu faço e a dona Isabel e o Senhor Fernando são pessoas incríveis e boas.

Maitê; Eu sei, eles sempre ajudaram muito você, sou grata a eles também, mas olha o risco que você corre todos os dias, pegando três ônibus até chegar na mansão deles, eu só fico tranquila quando vejo a senhora entrando por aquela porta.

Nós moramos num bairro da zona norte do Rio, era longe de onde mamãe trabalha e também da universidade, a nossa vizinhança era boa, porém tinha o perigo como todo bairro do rio mas com o tempo você aprende lidar com eles.

Lurdes: Você imagina como eu irei ficar agora sabendo que você terá que enfrentar isso até a universidade?

Maitê: Eu aposto muito que Douglas não me deixará sozinha pegando esses ônibus.

Lurdes: Ah não mesmo, ele irá te pegar na porta de casa e te deixará novamente na porta.

Nós duas rimos, Douglas é o meu melhor amigo desde que me conheço por gente, estudamos sempre juntos, a família dele era de uma classe média, só iremos traçar caminhos diferentes do curso mas tentamos entrar pra mesma universidade, estou torcendo para que ele consiga também, não estou afim de ficar sozinha com os olhares julgadores pra cima de mim por causa da minha classe, ele sempre me protegia com isso.

Não demorou, a campainha começou a tocar;

Maitê: A senhora está esperando alguém?

Lurdes: Não filha.

Franzi a sobrancelha, fui até a porta e quando abri, ali estava ele, com um sorriso de orelha a orelha;

Maitê: Olha só, é só falar no seu nome que tchanãn.

Douglas soltou uma risada, em seguida me abraça e entra;

Douglas: Quer dizer que estavam falando de mim? Então era por isso que senti minha orelha queimando. Oi dona Lurdes.

Ele cumprimentou minha mãe.

Maitê: O que devemos a honra da sua ilustre visita?

Douglas: Você recebeu o e-mail?

Maitê: Sim!!!!

Disse empolgada demais.

Douglas: Com essa empolgação já vi que você conseguiu.

Meu sorriso logo se sumiu com a desanimação dele;

Maitê: Você não conseguiu?

Ele negou com a cabeça e colocou as mãos no bolso, senti a insegurança me batendo, como eu ficaria sem ele naquele lugar? Eu sei que faríamos cursos diferentes, não estaríamos na mesmas sala mas pelo menos ele estaria lá, nas horas do intervalo. Douglas logo soltou uma risada;

Douglas: Achou que se livraria de mim?

Maitê: Ai meu Deus!

Corri e pulei em seus braços, Douglas me segurou e me rodou, em seguida voltei para o chão e o empurrei.

Maitê: Não faça mais isso! Eu já estava pensando em como ficaria sem você naquele lugar.

Douglas deu um estalo de beiços, um sorriso convencido e passou o braço pelos meus ombros, me puxando e beijando a lateral da minha cabeça;

Douglas: Eu sei que você não vive sem mim!

Ri alto, mas não podia negar, ele tinha razão.

Lurdes: Acho que isso merece uma comemoração, que tal uma lasanha?

Douglas: Meu Deus dona Lurdes, você leu meus pensamentos, não existe uma lasanha nesse mundo, que supera a da senhora.

Lurdes: Para menino! Que isso, só vou precisar de auxílio.

Douglas: Opa! Conta comigo.

Ele tirou o braço e seguiu minha mãe até a cozinha. Douglas era um cara legal, eu o tinha como um irmão, sempre cuidava de mim e me protegia de tudo e todos, há pessoas que nos olham e acham que somos namorados, mas nunca passou na minha cabeça de ficar com ele, eu tinha medo de estragar a amizade, irmandade que temos, então não, isso em hipótese alguma pensei na possibilidade. Segundo mamãe, ela sempre acha que um dia iremos namorar, na verdade é porque ela gosta dele demais, sempre foi respeitoso, educado e carinhoso com nós duas mas isso está fora de cogitação.

Douglas: Ei! Vai ficar aí só olhando bonita? Pode vir colocar a mão na massa também.

Comecei a rir da cara dele e o tom de repreensão, me ajuntei aos dois, essas eram as únicas pessoas que eu tinha na minha vida e sem dúvidas, a minha família! Era raro de ter nós três juntos, o emprego de mamãe tomava muito tempo dela, na verdade dona Isabel adorava seus serviços, por mais que sejam pessoas boas, se aproveitam um pouco também. Cansei de ter que dormir na casa de Douglas ou ele aqui  porque mamãe tinha que ficar para preparar o jantar e ficaria tarde da noite pra ela pegar ônibus.

Douglas: Hum! Meu Deus, que delícia! Não é atoa que aquelas pessoas finíssimas adoram sua comida! Lurdes você tem uma mão de anjo, de anjo!

Lurdes: Pare com isso!

Maitê: Ele tem razão mamãe, está deliciosa.

Ela deu um sorriso em agradecimento, jantamos e comemoramos entre brincadeiras e risadas, era difícil não rir na presença de Douglas, ele tinha o dom de arrancar sorrisos fáceis das pessoas, levava a vida de um jeito tão leve que as vezes até eu tinha inveja.

Douglas: Então, estava pensando comigo, deveríamos aproveitar essas férias antes de irmos pra universidade.

Maitê: Dodô eu não...

Douglas: E quem disse que você irá precisar gastar? Aceita como meu presente de amigo.

Maitê: Eu não gosto disso, isso não é certo.

Douglas: Não é certo você recusar um presente. Nossa! Maitê, você é muito má, recusou um presente do seu melhor amigo?

Douglas levou a mão até o peito e fez uma cara de magoado, não me aguentei e soltei uma gargalhada, eu detestava que ele fazia isso por mim, não me importava de passar as férias em casa mas ele sempre dava um jeito de que eu pudesse ir com ele.

Douglas: Vamos! Sabe que uma férias sem você, não é nada legal e não estou afim de ter que aturar os meus primos.

Maitê: Ah espera aí, você está querendo me arrastar pros seus problemas de família?

Olhei pra ele chocada, Douglas riu e me puxou para seus braços;

Douglas: Você adora aquele lugar que eu sei!

Revirei os olhos e fiquei o encarando por uns minutos, enquanto ele fazia aquela cara de cachorro abandonado. Eu fui com ele pra casa dos seus primos umas três vezes, em uma cidadezinha do interior de Minas e me encantei, lá é tudo muito verde, a natureza reina, acordar de manhã e ouvir os pássaros cantando era a coisa mais gostosa desse mundo, sem contar a paz, os lugares que tinham, as cachoeiras que Douglas sempre me levava, era totalmente diferente da agitação daqui do Rio.

Maitê: Ok! Você me convenceu, mas não é por causa de você, é por causa que eu adoro aquele lugar.

Ele abriu a boca pra me retrucar e logo fechou, a cara que ele fez, foi tão hilária, ri alto.

Maitê: Pode contar comigo Dodô , sei que não vive sem mim.

Douglas: Ah você é muito convencida Maitê!

Ri ainda mais, o abracei e senti um beijo no topo da minha cabeça.

Douglas: Boa noite! E mais uma vez, agradeça sua mãe, estava divino!

Maitê: Ela já sabe disso, você deixa claro a cada segundo seu puxa saco!

Começamos a rir, se despedimos e assim que Douglas sai, sigo direto pro meu quarto. É inevitável não pensar em como será na universidade, um friozinho na barriga e um nervosismo bate, sorte minha de não ter que ir sozinha. Irei me dedicar e dar tudo de mim, quero dar uma vida melhor para minha mãe, ela já fez tanto por mim e agora é a minha vez!

...\~\~...

...GUILHERME APPOLINARIO ...

Finalmente último ano da universidade, estou prestes a me formar em medicina! Faço estágio  no melhor hospital de Rio de Janeiro, me apaixonei pela área infantil e quero me especializar e ser um grande pediatra, aquelas criancinhas ganharam o meu coração, quem diria! Escolhi essa profissão por desde pequeno, ter criado uma paixão, meu pai é médico cirurgião, sempre me espelhei nele, tudo que temos hoje é com certeza a sua grande fama profissional.

Há pessoas que tentam se aproximar só por conta do nosso nome e do nosso dinheiro, eu odeio isso, as pessoas são egoísta demais, dinheiro pode trazer felicidade, sim, mas nem sempre. Conto nos dedos quem são meus amigos de verdade. É claro que usufruo e gosto de ter o que eu bem quero, ter todo esses luxos, mas caminho com as minhas próprias pernas pra ter isso, quero criar o meu próprio império, não me aproveitar do esforço do meu pai.

Secretária: Guilherme, tem uma moça esperando por você na recepção.

Guilherme: Se for minha noiva, pode falar a ela, que vou até sua casa, estou trabalhando agora.

A moça não disse mais nada, apenas assentiu e saiu. Sempre fui apaixonado por Bianca, ou pelo menos, pensei que fosse. Nós crescemos juntos, sua família são grandes amigos da minha, nossos pais são como irmãos, ela sempre foi a minha primeira em tudo, mas Bianca era mais rápida, ela é dois anos mais velha que eu. Quando declarei o meu amor por ela, eu tinha dezessete anos, ela estava começando sua carreira de modelo, inclusive hoje ela é a mais requisitada, viaja pelo mundo a fora com contratos milionários.

Na época eu achava isso o máximo, tinha uma namorada modelo, Bianca era vaidosa, tinha todo o cuidado com seu corpo, como tem até hoje, mas como esse mundo da fama as notícias espalham rápidas, meu mundo desabou quando saiu uma matéria dela se divertindo em uma boate em Las Vegas, aos beijos com um outro modelo. Eu quis terminar tudo, mas ela se humilhou, se ajoelhou em minha frente pedindo o perdão, dizendo que havia bebido demais aquela noite e deixou ser levada pelo álcool.

Foi pressão dos dois lados, dos seus pais e dos meus, e pra parar com essa encheção de saco, acabei a "perdoando", mas não sou idiota, sei que ela ainda continua fazendo isso e também não estou para trás, eu saio com meus amigos pra se divertir e acabo na cama de uma garota qualquer, não me orgulho disso, não mesmo, mas não vou ficar sendo corno, já que terminar, não é uma solução para os meus pais.

Secretária: Senhorita ele disse que está ocupado!

Bianca: Eu não quero saber, você sabe com quem está falando?

Ouvi as vozes pelo corredor, revirei meus olhos, logo a porta se abriu com força e a fera apareceu;

Bianca: Está ocupado né Guilherme?

A garota ao seu lado me olhava sem jeito, fiz sinal com a cabeça pra ela sair, Bianca cruzou seus braços e ficou ali, me encarando com cara de poucos amigos.

Guilherme: Por Deus Bianca, o que você quer? Eu já estava terminado o meu turno. Custa esperar vinte minutos?

Ela bufou, descruzou os braços e caminhou de um jeito sensual até a mim.

Bianca: Bebê eu queria te ver, quero passar a noite com você antes de ter que ir viajar. Dessa vez eu ficarei cinco meses fora, não sei se vou aguentar!

Sua voz era melosa, ela se aproximou e colou o corpo ao meu, suas mãos ajeitaram a gola do meu jaleco.

Guilherme: Até parece que você pense em mim nessas suas viagens Bianca!

Ela fez uma cara de ofendida.

Bianca: Você ainda está falando de Las Vegas?

Guilherme: Não só de Las Vegas, aquela não foi a primeira e nem a última vez!

Bianca: Nossa! Assim você me magoa bebê.

Reviro os olhos, sinto a mão dela deslizar pelo meu corpo e parar sobre meu membro por cima da calça, fechei meus olhos com força sentindo ela apertar e ele querendo dar sinal.

Guilherme: Bianca...

Bianca: Eu vou sentir tanto sua falta! Mas esse trabalho é importante para minha carreira.

Que se foda a carreira dela, eu não ligava a mínima, não sou um cara egoísta, nem um escroto, porém essa mulher despertava o pior de mim, coisas que eu detestava. Tranquei meus lábios pra não deixar escapar um gemido da minha boca, eu estava ficando duro com sua carícia. Segurei seu pulso e afastei.

Guilherme: Eu estou terminando meu trabalho, preciso entregar o relatório pro meu super visor, te darei o que deseja, da pra você esperar?

Ela abre um sorriso vitorioso, em seguida se inclina e deposita um beijo em meus lábios.

Bianca: Está bem, termine logo o que tem pra fazer.

Bianca se afastou e se sentou em uma das cadeiras em frente a mesa, deixei um suspiro frustado escapar, uma coisa eu não podia negar, as nossas transas eram as melhores, mesmo que eu vá para cama com outras mulheres, nenhuma tem a habilidade que ela tinha; o que me deixava puto, detestava ser assim tão vulnerável, sou homem, tenho desejos e não tenho como negar isso, também não me orgulho.

Não demorou vinte minutos, consegui entregar o relatório e seguimos então para o meu apartamento. Bianca foi me provocando do hospital até em casa, ela não tinha limites e eu adorava isso. Me fez gozar na sua boca, enquanto dirigia, foi difícil manter a atenção na estrada, essa mulher era louca!

Eu já estava explodindo de desejo, quando colocamos os pés no apartamento, a prensei contra a parede e a beijei ferozmente. Bianca gemeu, fazendo meu membro pulsar ainda mais, a peguei pela bunda, ela entrelaçou as pernas em minha cintura e caminhei até o quarto. Não tive muita paciência, eu queria entrar dentro dela e fazê-la ficar sem sentir suas pernas. Então arranquei o mais depressa possível suas roupas, me despi, coloquei a camisinha e abri suas pernas, quando a penetrei; Bianca gritou pra quem quisesse ouvir, não tive dó, remetia com força, enquanto ela se contorcia e gritava pedindo por mais, acho que era por isso que eu gostava, por ela sempre me deixar fazer o que eu bem entender, ninguém entendia essas minhas necessidades sexual além dela.

Quando chegou em seu clímax, cheguei logo atrás, porra! Bianca poderia ter todos os defeitos possível mas na cama, até agora, não havia encontrado uma que satisfaça minhas fantasias.

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Comments

Fbiana De Santos

Fbiana De Santos

estou adorando a história

2024-07-31

1

Anonymous

Anonymous

EU LI OUTRO LIVRO DESSA AUTORA E ELA COMETE OS MESMOS ERROS ORTOGRÁFICOS COLOCANDO ESSE "SE" ONDE É "NOS"

2023-04-30

1

Valda Martins

Valda Martins

Ansiosa continua

2023-01-20

0

Ver todos

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