Capítulo 4 Mirella

Depois que o senhor Robert deixou o quarto, a enfermeira trouxe minhas roupas e meu celular.

— Aquele homem é muito atraente, parece ter ficado bastante interessado em você. - disse a enfermeira.

— Não, ele é um homem extremamente rico e influente, jamais teria interesse por uma mulher como eu, pobre e de classe baixa. - Para ser sincera, desde o momento em que abri meus olhos e vi aquele rapaz, meu coração e meu corpo começaram a experimentar sensações que jamais senti antes na vida.

Senti um formigamento nas pernas e um frio na barriga. Seus olhos são tão intensos, ele é tão forte, bonito e elegante. Jamais um homem como ele sentiria algo por mim. Sei que ele está fazendo isso apenas porque salvei sua filha, que, aliás, é tão linda e adorável quanto ele.

— Não foi o que percebi. Espero que esteja bem e, caso sinta algo, retorne ao hospital o mais rápido possível. Tenha uma boa noite.

— Boa noite, obrigada por tudo. - Ela abriu a porta e saiu. - Arrumei-me e fui até o banheiro do quarto, onde fiquei me olhando. Será que um homem como aquele um dia poderia olhar para mim com interesse?

— Mirella, pare com esses pensamentos. Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Devo ter batido a cabeça. Sou uma mulher respeitável, jamais me envolveria com um homem como ele, que só busca prazer.

Saí do quarto e fui até a sala de espera. Vi Robert sentado, com uma expressão de preocupação. Ao me aproximar dele, senti um aroma delicioso, um perfume encantador.

— Olá. - Disse eu, tentando desviar sua atenção do chão.

— Olá. - Ele se levantou e fixou seu olhar nos meus olhos. Não consegui desviar meus olhos dos dele, olhos castanhos escuros, sua barba rala, ai, meu Deus. Desviei meu olhar e tentei disfarçar.

— E... vamos? — Ele disse, com um meio sorriso no rosto.

— Se você preferir, eu posso ir de ônibus. Não quero dar trabalho, o senhor já fez tanto por mim. - Sei que nunca mais o verei depois disso, mas talvez seja melhor assim...

— Não, eu quero levá-la. Já está um pouco tarde e você mora longe. Vamos? - Será que devo ir? Onde moro é tão pobre e...

— É melhor eu ir de ônibus. - Ele segurou minha mão e olhou nos meus olhos, dizendo:

— Por favor, e também tenho uma proposta para fazer, um emprego. Gostaria de discutirmos durante o trajeto. - Meu coração acelerou quando sua mão tocou a minha, fiquei sem jeito de retirá-la.

— Está bem, obrigada! - Ele parece ser uma pessoa tão boa, espero que seja verdade.

Segui-o até o estacionamento e, quando chegamos, entrei em um carro maravilhoso. Ele abriu a porta para que eu adentrasse o carro, que se assemelhava a uma nave espacial de tão belo e tecnologicamente avançado que era.

— Então, eu gostaria de saber se você teria interesse em se tornar a babá da minha filha. Trabalho muito e preciso de alguém que possa cuidar dela, com um horário que seria de segunda a sábado, incluindo pernoites em minha residência. Além disso, o salário seria bastante atrativo. Você mencionou estar procurando emprego, essa oportunidade lhe interessa? - O único problema seria minha mãe, com quem ela ficaria? O trabalho seria perfeito, no entanto...

— E quanto à sua mãe, não se preocupe. Eu pagarei por todo o tratamento dela, garantindo que ela não fique desamparada. Você poderá trabalhar com tranquilidade e vê-la sempre que desejar! - Seria necessário me esforçar tanto para conquistar um anjo como ele, meu Deus. Apesar de tudo estar parecendo fácil demais, estou até estranhando. Geralmente, as coisas na minha vida começam assim e, em seguida, sofro uma decepção avassaladora.

— O senhor tem certeza? Eu não quero lhe causar nenhum transtorno. - Gostaria de vê-lo desistir.

— Vamos fazer o seguinte: um mês de experiência. Se você não quiser continuar, basta me informar! - Não custa tentar, não é mesmo?

— Então, está bem!

— Se você quiser, amanhã mesmo pode ir até minha casa, e eu lhe entregarei o contrato de um mês, com todas as informações sobre seu salário e cuidados com sua mãe, entre outros detalhes... Está de acordo?