CAPÍTULO 7

Durante o almoço ,AVERY procurou ficar isolada, longe dos olhares curiosos dos guerreiros, principalmente da presença de Sir ERIC. Aquele guerreiro promiscuo e aproveitador que não perdia a chance de abusar dela.

Tal pensamento a faz parar de comer por um instante. Bem ...não chegava a ser um abuso .Para ser sincera ,acho que está mais para um aprendizado e com um pequeno sorriso , volta a comer.

Tinha que se manter afastada desse monte de pecado ! Ou logo estaria com problemas. A última vez que viu sua cachorra Mel com essas brincadeiras, resultou em dez filhotinhos.

Esse pensamento a assustou. E se ela já estivesse com um filho na barriga ? Não, até onde se lembrava ,ele não havia colocado "aquilo " nela como os cachorros de DUNHILL faziam com sua Mel ,e também não ficou presa ao Sir ERIC.

Esse pensamento a acalmou um pouco ,mas ainda assim deveria manter-se afastada para não fazer nada que se arrependesse.

Sendo assim, começou a ficar sempre por perto de Lino. Ele seria seu escudo contra a tentação.

Os viajantes descansaram por algum tempo e logo deram continuidade a jornada ,saindo da estrada e seguindo por entre as árvores.

Lino explicou para a prima que isso era para se manterem longe de salteadores das estradas que aterrorisava as terras altas da Escócia. Isso a assustou.

Não imaginava que era tão perigosa a viagem e ficou imaginando o que poderia ter acontecido com ela no dia que estava tomando banho no lago.

Nem queria pensar o que aqueles andantes poderiam fazer se a vissem sozinha.

Com um arrepio de medo, ficou mais atenta a viagem, percebeu que não era uma simples aventura. Corria riscos e ela deveria ser cuidadosa .

AVERY ia pelo caminho pensando em como seria recebida por sua tia .Não sabia muito sobre ela ,apenas que era gêmea de sua mãe e que seu nome era Fiona. Não tinha informações do local onde morava, se era na fortaleza ou na aldeia. Chegando lá ela descobriria.

Tinha muito receio do futuro, mas só de se livrar do cuidador de porcos, certamente já teria uma vida melhor.

Seu pai deveria estar possesso com sua fuga, mas não viria atrás dela. Pra ele ,foi um peso que saiu de suas costas.

AVERY sabia que não tinha sido educada como uma dama, não possuía dote para casar ,não tinha nem mesmo linhagem ,não era bela ou possuía um corpo bonito.

Logicamente acabaria se casando com um trabalhador braçal, mas isso não importava. Apenas tinha preferência por um marido jovem e que a respeitasse e protegesse.

Preferia mesmo era comandar sua própria vida ,mas uma mulher não sobreviveria nas Terras Altas sem um marido, e como seu pai lhe dizia : "nem pra meretriz você serve , não tem carnes ".

Aos 20 anos era velha pra casar ,não tinha muitas escolhas, se ao menos soubesse cozinhar...

O Sol estava se pondo, mas por entre as árvores a escuridão chegava primeiro. Logo fariam a parada da noite. Ela sentia o frio chegando, não tinha roupas para se aquecer, apenas a que vestia .Seu saco de pertences continha apenas algumas lembranças da mãe.

Ela percebeu que os homens carregavam caça fresca, encheu a boca d'água. Será que fariam assado ? Não comia algo assim desde que sua mãe faleceu. AVERY não era boa cozinheira, seu pai sempre a chamava de imprestável e com razão. Não tinha o dom pra nada de útil.

Se preocupava como sobreviveria sozinha. E se sua tia Fiona não a aceitasse ?Tinha muitas perguntas em sua cabeça e nenhuma resposta.

Quando os guerreiros escolheram o local para passarem a noite, estava tão escuro que quase não se podia enchergar o local , mas os homens experientes logo prepararam o local para que pudessem acampar.

Fogueiras foram acesas, cavalos preparados e alimentados e o assado logo começou a cheirar deliciosamente no ambiente.

A espetáculo jantar era mais longa devido a ser um assado e mesmos guerreiros parecendo despreocupados ,havia uma tensão no ar.

--- Essa noite ninguém ficará afastado do grupo. Manteremos turnos de vigilância com quatro homens cada. -- deixa claro Sir ERIC.

--- Atenção redobrada, vimos movimentação no caminho. -- confirmou Lok .

Lino se aproxima da prima e deixa claro que a protegerá da melhor forma possível que um rapazola consegue . Com isso , enquanto conversavam esperando pela comida, Lino mantinha sua espada ao alcance das mãos e orientou a prima a carregar consigo duas adagas bem escondidas.

AVERY compreendeu que a situação era outra, estavam em perigo. E isso era fato. Não poderia se descuidar ou fazer suas costumeiras desobediências.

Quando o assado ficou pronto e a vez de AVERY comer chegou, ela saboreou cada pedaço que colocou na boca. Era muito bom aquele assado e a fome que sentia ,o fazia ainda melhor.

Ao terminar de comer, arremessou seu osso ao fogo ,assim como os homens fizeram e chupou os dedos, saboreando o último resquício daquele suculento pedaço de carne.

ERIC não conseguia tirar os olhos daquela figura. As roupas sujas e masculinas escondiam todo o encanto que ela possuía. Ele bem sabia como tinha encantos a pequena AVERY.

Não era afetada como as damas da corte ,nem maliciosa como as moça de DUNHILL com quem se deitava. Seus gestos simples sem pretensão o encantava.

Mas quando ela levou os dedos a boca ,aí sim teve que se ajeitar para que ninguém notasse seu "desconforto ".

A cada dedo levado a boca,ele ia se sentindo fraco e hipnotizado. Era uma tortura olhar seus movimentos, mas não conseguia desviar os olhos da cena.

Quando percebeu que os outros poderiam estar vendo o mesmo que ele,olhou para seus homens com fúria, mas espantou-se ao ver todos entretidos em jogos ou conversas .

Como nenhum homem presente não percebia a tentação bem ali, ao lado ?

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