Breno

Eu acreditando que iria passar o meu dia se dedicando a minha então casa alugada, eu praticamente dormir a tarde toda. Estava num momento de recuperação eu acho, passei duas semanas na casa da Patrícia e os últimos três dias antes de vim para cá, na casa de Fabi. Encontrei velhos amigos do circuito São Paulo/ Rio e conheci outros, adorei ser recepcionado por eles, era só Fabiana e Breno que sabiam da minha fuga da Europa. Foi bom não estar fazendo isso por dinheiro, além disso encontrei um antigo crush e fiquei imaginando a minha vida caso tivesse seguidos seus conselhos, ele curtia homens de vez enquanto e foi bom ver que ele se deu muito bem – não que a família dele não tivesse dado mais que oportunidade para isso, ele soube aproveitar muito – sentei no corredor entre o meu quarto e outro aproveitando o sol que vinha na clarabóia seguida de um janela que dava para ver a piscina cheia de folhas e precisando de limpeza. Não ia me incomodar com isso nesse momento, acendi um cigarro e fumei no meu tempo sem precisar me sentir incomodado como acontece nas ruas.

- Oi Breno, acabei de pensar em você! – entre uma tragada e outra não estava a fim de falar, mas ele bateu na porta.

- O que você está fazendo aqui viado? Espera que vou abri a porta!

Desci as escadas apagando meu cigarro num cinzeiro antigo de vidro da casa, realmente era uma casa dos anos oitenta.

- Viado? – Breno detestava ser chamado assim.

- O que está fazendo aqui? Falei que não queria visitas.

- Eu posso entrar?

- Pode!

Breno era aquele cara que curtia homens, travestis, mulheres..., mas não para se envolver, no caso dos travestis e gays; ele era o tipo de cara que gosta de experimentar de tudo, inclusive eu, mas para namorar e casar precisava ser mulheres e foi com uma delas que viveu sua pior desilusão amorosa ou como costumo pensar: social.  Suas mãos estavam cheias de sacolas de mercado e certamente isso era um pretexto para me pegar. Eu não estava com saco de ficar com ninguém nessas duas semana e por isso dei dois foras nele e uma praticamente na frente de sua atual mulher Kimberly, que se fez de desentendida.

- Como entrou, o porteiro nem me avisou de você!

- Conheço todo mundo nesse condomínio. Já vim muito aqui quando Fabi morava com a fofura da Isabela.

É, tinha esquecido que ele era louco por crianças e tinha duas filhas também linda, Barbara e Liah, a última do relacionamento com Mônica, foi um acontecimento, sabe aquelas festas dignas de aparecer em colunas sociais, esse foi o casamento dele.

- Isso é um pagamento?

- Trouxe isso para você, Fabi disse que está sem dinheiro. É uma ajuda. Tem pizza, os queijos que você gosta, pão de forma, presunto, patê, e comida congelada até você tomar vergonha e aprender a cozinhar.

- Eu sei cozinhar . Mas não tenho que cozinhar para você! Valeu pela Coca cola e pelo vinho. Eu pedi as compras pela aplicativo, só que eles entregam amanhã.

Via a cede de Breno por mim em seu olhar. Comecei a guardar as coisas enquanto ele me analisava sem falar nada e me virei para ele.

- Faz essas duas pizzas para gente e eu vou tomar banho, não tomo banho desde ontem!

- Não parece. Você está cheiroso demais!

- É o desodorante. Já volto!

Não poderia negar um pouco de afeto e não poderia criar um trauma pela minha experiência em Toulouse. O fato de alguém me desejar, desperta em mim um tesão, o que me rendeu o apelido de “petit prodige” da casa de chá na zona oeste de Toulouse na qual servia meu corpo em bandejas, La Maison de thé Maite.

Finalmente me deu ânimo para arrumar, me perfumar, como sempre tive bom cheiro, busquei seguir meu ritual normal de um gay passivo e tomei um banho relaxante criando expectativas em relação a Breno, seria meu primeiro após sair daquele inferno.

- O que faz aqui?

Breno não me respondeu e seu membro estava a postos ao  me ver pelo vidro me ensaboado, tinha acabado de escovar os dentes e ele é maluco também por bocas e a minha, modesta parte, é carnuda naturalmente. Maltratei ele um pouco e tirei todo o sabão de mim e quando pensei em sair, resolvi convidá-lo para debaixo do chuveiro.

- Quer entrar?

Mal terminei a frase e ele já foi tirando a blusa mostrando suas enormes tatuagens e músculos trabalhados em muitas horas de acadêmia,  fiz  questão de tocar em seu membros grosso com as mãos só para torturá-lo mais e tirei gentilmente seu cinto e puxei a bermuda até o chão e ele entrou buscando minha língua para dele. Ele se preparou para vim, estava com barba feita e muito bem raspado, toquei punheta nele devagar, causando gemidos da parte dele, ele esperava isso há um bom tempo; eu o guiei para debaixo do chuveiro o beijando de modo sincero o suficiente para que ele entender que ele podia fazer o que quisesse – eu estava mal por tudo que tive que fazer na França, mas uma coisa eu não podia negar é que eu adorava sexo, ainda mais intenso e com um homem com aquele porte e seguro. Deixei ele me usar como queria e suas mãos em minhas coxas logo encontraram meu cabelo para me dominar e não me deixar escapar dele nem que fosse para respirar direito – um tanto sádico – mas eu gostava.

- Como pode ser tão puto! – ele disse, colocando seus dedos na minha boca.

Ele me colocou de quatro no box; uma coisa que fiquei nas nuvens foi aquele banheiro e um closet onde minhas roupas ficariam perfeitas quando chegassem em um container que Zaci conseguiu para trazer minhas coisas. Imaginei ser possuído naquele local, porém não imaginava tão cedo.

Breno me tratou como presa, o fato de tê-lo rejeitado deu a ele a raiva certa para me fazer sucumbir aos seus mais pervertidos desejos – suas mãos em meu pescoço me puxando para me beijar, segurando meus ombros,  investindo intensamente em mim, me dominando e dosando seus impulsos sem chance de pedir arrego de tanto tesão que estava. Em ritmo pesado e acelerado fui desfalecendo sentindo o gozo daquele visitante e gozando em seguida, pausei meu tesão segurando sua mão que me agradecia por ser tão compassivo e cúmplice.

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