é ela

Cristian Hoffman

Chego na empresa antes de qualquer funcionário e vou direto para minha sala. Passados alguns minutos Sarah entra  com meu café e com vários contratos  para eu assinar. Ela deixa em cima da mesa e sai, analiso todos milimetricamente.

Alguém bate na porta

-  entra!

Tony entra com um sorriso safado estampado na cara. Consegui evitar-lo todo o final de semana, mas sabia que na empresas seria impossível.

- seu safado...logo conquistou a nossa dama de vermelho.

Olho com a cara fechada.

- sua dama de vermelho!

Ele fala tímido e levanta a mão.

- e quem é ela irmão? Quando vamos poder conhecê-la ?

Dou de ombros

-  tá bom então... Há..só vim avisar que vamos precisar da sua opinião para a nova campanha da shinlder 'car.

- após o almoço eu desço.

- ok!

Fala e sai da sala.

Realmente não sei como vou fazer para achar esta estranha. Será que vai ser necessário contratar um detetive? Seja o que for eu vou acha-la.

Almocei na minha sala mesmo não tive tempo de sair. Sarah logo entra e avisa que  a reunião já vai começar. Pego alguns esboços  e desço.

O elevado para no segundo andar saio e não acredito no que estou vendo, mesmo com aquela roupa casual e com os cabelos presos conseguiria de longe reconhece-la. Ela vem distraída em minha direção segurando várias pastas, parecia desatenta igual aquela noite. Ela parece não ter me notado  e se esbarra com força  fazendo suas pastas caírem ao chão.

- você é cego por acaso, olha por onde anda.

Fala nervosa.  se fosse outra pessoa, na certa já estaria no olho da rua, mas tem alguma coisa nela que me atrai que não sei explicar. Sigo em frente para a sala de reuniões onde já estão me esperando.

- boa tarde, senhores!

Entro e vejo alguns olhares curiosos dos ali presentes, sei bem o que estão pensando, mas nenhum será capaz de perguntar. A reunião prossegue normalmente.

Após algum tempo a reunião acaba e sigo para minha sala, quando vou passando lá está ela de novo, agachada, levanta e bate a cabeça na porta do armário. Aquilo lhe dará uma bela dor de cabeça. Me pego sorrindo ao ver aquela cena.

O dia passou rápido, quando vi já era hora de ir embora, deixei alguns documentos sobre a mesa para revisar no dia seguinte e vou para o elevador.

Quando cheguei as portas do elevador estavam quase fechando.

- Sarah, segura o elevador.

Falo e no mesmo instante percebo quem está ao seu lado.

Aquele olhar doce me encarava me transmitindo segurança.

Entro no elevado e fico ao seu lado,  seu delicioso aroma mais uma vez invade meu olfato.

- Sr Hoffman essa é minha irmã Angelina.

Sarah fala Com uma voz trêmula. então a pessoa que tanto procurei estava mais perto do que eu imaginava.  Será que ela lembra de mim?

- prazer Christian

-prazer Angelina

Ela fala com a voz rouca. Fecho os olhos e tento absolver o máximo possível sua essência e aquela sensação de paz que ela  consegue transmitir mesmo em tão pouco tempo.

Chegamos ao nosso andar dou passagem para elas e vou em direção ao estacionamento onde está meu  conversível preto. Chego logo no meu apartamento ligo para meu advogado dou algumas instruções, após procuro um número de telefone no arquivo dos funcionário da empresa e disco seu número.

- alô...

Fico em silêncio.

- alô... Ela fala mais uma vez já nervosa.

- senhorita Bianchi.

Falo antes que ela desligue.

- sim ...

- aqui é o Cristian, gostaria muito de conversar com a senhorita algo muito benéfico para nós dois.

Ela fica em silêncio

- posso passar para te pegar em meia hora?

- hum ... Tudo bem!

Ela fala e desligo em seguida.

25 minutos depois estou em frente ao seu endereço. Um bairro de classe média, porém sua casa de aproximadamente dois andares com paredes antigas, pintura descascada e algumas rachaduras estava bastante  deteriorada  pelo tempo.

Alguns minutos depois vejo ela aparecer na porta discutindo com alguém, ela me olha e faz sinal para esperar.

Ela desce e seu semblante está pálido com olhos tristes e com o rosto inchados, parecia ter chorado. Pergunto o que houve, mas ela não responde apenas entra no carro calada.

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