a festa

Angelina Bianchi

Seguimos em direção ao hotel Stewart  onde acontecerá o evento, a noite estava incrivelmente agradável. Viramos a esquina do Centro Park e não me canso de admirar sua beleza deslumbrante. Com o finzinho de outorno as folhas das árvores estavam em um tom de amarelo e bordô e algumas cobriam o chão formando um lindo tapete.

- chegamos senhoras!

O senhor do táxi avisa.

Descemos e fomos direto para as portas do fundo para evitar os jornalistas na entrada.

- vamos, corre eu estou muito atrasada.

Sarah fala irritada sabendo que seu chefe não tolera atrasos.

- se eu correr vou me esborrachar  no chão.

Meus pés já estavam inchados e doloridos pela falta de prática em usar salto.

Ela vai na frente me deixando para trás.

Pego uma taça de champanhe que estão servindo aos convidados e vou em direção ao salão principal.

Deslumbrada, passo entre as pessoas notando alguns olhares em minha direção. Havia algumas na área das bebidas outras dançando e outras concentradas em tediosas conversas.

Se nota o requinte das pessoas e do ambiente, um espaço icônico, charmoso, elegante e sofisticado.

Me sirvo de mais uma taça e logo sinto ela queimar a minha garganta. Sento em uma da banquetas perto de onde servia as bebidas, sem da muito importância a fenda do meu vestido deixando uma das minhas pernas parcialmente desnudas chamando a atenção de alguns cavaleiros a minha volta.

Com a cabeça baixa contornando a borda da taça sinto, subitamente, sinto uma alteração no ambiente. Uma energia vindo de algum lugar.

Tento não me importar mas meu sexto sentido está alerta. Com minha visão periférica percorro todo o salão na tentativa de detectar o meu predador, missão falida.

Dou mais um gole no champanhe e observo  um homem na direção contrária da minha com sua cabeça levemente voltada para mim.

Presto um pouco mais de atenção obrigando o a dirigir seu olhar ao meu, sinto uma corrente elétrica assim que nossos olhos se encontram, sem dúvidas era ele. Alto, corpo atlético, grossas Sombrancelha pretas e bem feitas. Um semblante sério, frio que o deixava ainda mais sexy. Cabelos perfeitamente alinhados usava um elegante smoking preto que provavelmente fora feito sob medida, pois se encaixava impecavelmente em seu físico e deixava em evidência seus braços musculosos.

Tentei não manter contato visual, mas era impossível, como não babar naquele pedaço de mau caminho.

Com a visão turva, já estava na quarta taça, virei todo o conteúdo em minha boca e peguei outra quando o garçom passou.

Virei novamente em direção ao deus grego, mas ele já não estava lá.

- na certa, ficou com medo de eu devora-lo com os olhos....kkkkk

Bem que eu queria devora-lo de outra forma

Dou uns tapinhas na minha cabeça para espantar aquele pensamento, oq eu tá acontecendo comigo, se comporta querida!

-  boa noite, senhora.

Uma voz grave  rouca e sedutora falou em meus ouvidos

- senhorita.

Falo o encarando

- a SENHORITA. Não acha que já bebeu o suficiente?

- e o senhor não acha que já estou bem grandinha para tomar conta da minha própria vida.

Falo  levando a taça em minha boca e umedecendo meu lábios com a língua.

Ele tira a taça da minha mão e continua falando, mas meus olhos estão fixo em sua boca e no movimento exitante que seus lábios fazem ao abrirem e fecharem me prendendo a eles sem da atenção as sua palavras . Ele é ainda mais lindo de perto mesmo com esse ar Arrogante.

Em um súbito movimento seguro sua mão e o conduzo à pista de dança, seguidos por vários olhares curiosos.

Me olha assustado, mas não interrompe meu ato inesperado. Paramos no centro da pista onde havia apenas alguns fleshes de luzes. Coloco sua mão em minha cintura e com meus pequenos braços envolvo seu pescoço. Refém do seu olhar e perdida no calor do seu abraço dançamos ao som da música to Good at Goodbyes de Sam Smith.

Unimos nossos corpos e me encosto meu rosto em seu peito ouvido o palpitar acelerado  do seu coração. Suas mãos quentes me aperta contra seu corpo, seus dedos passeiam sobre minhas costas sinto sua respiração queimar-me a pele, era como se tudo a nossa volta estivesse desaparecido, como se só existisse  nós dois,  envolvidos em  nossos sentimentos. Uma deliciosa sensação de proteção e conforto como se naquele abraço fosse meu porto seguro.

inesperadamente sinto um enorme vazio como se algo estivesse faltando, me dou conta de estar sozinha em meio ao salão de dança. Será que tudo não passou de um momento de êxtase consequência de algumas taças de champanhe ?

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