Fatídico assalto no mercado

Dentro do carro, Ayla não desviava os olhos da janela. Parecia capturar cada detalhe da cidade à noite em uma concentração invejável, se não fosse por seus lapsos de vez em quando. Arregalava os olhos amendoados como quem tivera uma geniosa ideia, e então puxava o celular para anotar algo no bloco de notas.

No entanto, tudo o que se passava em mente eram estratégias para encontrar uma mísera brecha. Aquela que serviria para desbloquear o final romântico com Levi Belchior em seu jogo.

Passara a tarde inteira buscando uma forma de conquistar o bendito final, sempre caindo no final desastroso. Sempre falhando. Clicara tanto no botão recomeçar, que seu mouse chegara a falhar algumas vezes, em outros momentos automaticamente dava uma resposta quando deveria testar outras.

As seis horas em frente de computador sem levantar, sem comer e até mesmo sem beber água resultaram em plena frustração.

Quando sua irmã mais velha lhe chamara para irem ao mercado, foi como um sinal de que ainda estava viva apesar da irritação. Sair até a garagem e respirar fundo a fizera se lembrar de que ainda estava viva.

E mesmo ao estacionar o carro na garagem do mercado, tendo ela descido do veículo e pegar o carrinho, Ayla continuava a matutar sobre as rotas.

― Desgruda desse celular ― Resmungava a irmã mais velha ao pegar o aparelho e bloquear a tela enfiando-o, em seguida, no bolso de sua calça ― estamos numa missão agora.

― E qual seria?

― O terror de todos aqueles que são desacostumados com a vida domiciliar. O pesadelo daqueles que desejam economizar seus salários ― Dramaticamente ela puxara um pedaço de papel do bolso, erguendo-o para a irmã caçula ― Lista de compras.

Segurando o riso, Ayla empurrava o carrinho sem desviar os olhos da irmã.

― E por acaso somos alguns deles? Dos que se sentem aterrorizados por esse meliante, quero dizer.

― Infelizmente, minha cara irmã desvairada, somos parte de todos eles. ― A irmã aproximara o rosto do ouvido da caçula, e apontara com o indicador discretamente para a mãe, que caminhava mais a frente ― nosso objetivo é verificar a data de validade e aproveitar as promoções. Assim, mamãe ficará feliz.

― Meninas, por onde devemos começar?

Quando a mãe virara para trás, as irmãs apenas desceram os olhos para os itens da extensa lista de compras.

― Deixe o bolo por último, se não vai estragar caso demoremos na compra.

― Tem razão, vamos começar pegando a caixa de leite?

Seguindo a sua função de empurradora de carrinho, Ayla se mantivera quieta três passos atrás de sua mãe. Mesmo que o seu celular estivesse no bolso com as anotações do jogo, sua mente trabalhava incessantemente na busca de uma solução.

Estava inconformada, certamente, em não ter encontrado a rota romântica de seu personagem preferido. Seu orgulho estava ferido, pois sempre se julgara conhecedora de seu perfil. Deveria saber, ou intuir, quais respostas aumentariam a intimidade com o infeliz.

Ainda que fosse do seu desejo fazer fumaças saírem de suas orelhas de tanto pensar, não dera continuidade. Quando bufara pela quarta vez recebera um olhar repreendedor de sua irmã, em uma mensagem clara de que seu chocolate seria roubado caso continuasse a bufar.

Pegando a lista de compras e anotando alguns itens no celular, Ayla caminhara pelos corredores do mercado para adiantar as compras. Só retornava para o carrinho quando seus braços estavam cheios de produtos, e os ajeitava antes de sair para o próximo item ou empurrar o carrinho para perto de sua mãe.

Quando se dera conta não deixara de sorrir, fazer compras parecia divertido até. Não pela busca de preços baixos ou produtos de boa qualidade, mas por espairecer. Pensar em outra coisa.

― Ayla, vamos para a fila da padaria!

― Estou indo.

Pegando o produto da prateleira, a garota correra até a padaria próximo aos caixas. Para a sua surpresa a fila estava grande, tendo sua mãe esperando exatamente no meio junto com o carrinho. Após arrumar os produtos e riscar os itens de sua lista, a garota sorria levemente para a mãe.

― Pegamos tudo? Falta algo?

― Da minha parte não. ― Puxando o papel com a lista completa, a irmã mais velha fazia uma checagem.

Enquanto a mãe e irmã mais velha estavam de costas para si checando a lista de compras, Ayla se apoiara no carrinho e soltara um suspiro cansado. Olhava em volta sem interesse algum particular, porém seu olhos se arregalaram no instante em que reconhecera os risos vindo atrás de si.

Não se virara. Tampouco conseguira esconder que as percebera ali. Seu corpo simplesmente enrijecera dando início a um suor frio.

― Olha só quem encontramos por aqui, meninas. Aquela que seduziu o professor está fazendo compras.

Lentamente Ayla erguera os olhos para frente, deparando-se com sua mãe e irmã a fitando de olhos arregalados. Por um instante prendera a respiração sem saber o que fazer. Os risos que vinham atrás de si apenas aceleravam seu coração, deixando-a sob pressão.

― Está fingindo que não nos conhece? Poxa Ayla, nós te ajudamos a ter um momento tão especial...

Não olharia. Não deveria olhar.

Finja que não as escutou.

Finja que não se trata de si.

Você não está sozinha.

No entanto, quando olhara pela segunda vez para sua mãe e irmã, encontrara a surpresa ainda presente em suas fisionomias.

Que cara ela estava fazendo para a sua família?

Estaria se declarando como culpada?

Teria algum tipo de banner em sua testa apontando para si como alvo de palavras tão malcriadas?

― Mamãe...

Sua mãe apenas aproximou-se de Ayla, segurou o capuz e o vestiu sobre sua cabeça e lhe dirigiu o mais gentil sorriso.

― Parece que sua irmã esqueceu de pegar um amaciante para roupas. É perto daqui, poderia buscar para mim?

Encarando os olhos de sua mãe, Ayla sentira vontade de chorar. Ela sabia, sua mãe sabia que aquelas palavras foram direcionadas como uma flecha para a sua filha mais nova. Palavras essas que davam indícios do que teria acontecido para que Ayla desistisse da escola e se trancasse no quarto por um semestre inteiro.

Aquilo que tentara esconder fora visto.

Mas sua mãe não parecera se importar. Ou pelo menos fingira melhor que si mesma.

Sem coragem e confiança em sua voz, Ayla apenas assentira e saíra da fila da padaria para ir até o corredor da lavandeira.

Sob passos apressados e cabeça baixa, fugira das palavras que traziam lembranças tão incômodas. Sufocantes, doentias, desesperançosas, essas eram as lembranças de seis meses atrás.

E mesmo quando estava de frente à prateleira de amaciantes, Ayla não conseguira focar como antes. Os risos ecoavam em seus ouvidos, as vozes e as palavras eram como sibilo de uma serpente enroscada em seu pescoço.

Seu corpo tremia, sua cabeça latejava, os olhos marejados tentavam segurar o rio prestes a inundar seu rosto.

― Ah que indecisão essa! Deveria ser mais simples fazer compras, mas cá estou completamente perdida!

Virando o rosto no capuz, Ayla encontrara alguém mais alto que si usando máscara. Estranhando, desviara o olhar para a prateleira questionando sua sanidade.

― Isso que dá não conhecer as coisas antes de viver. Qual devo escolher? ― A pessoa mascarada virou-se para Ayla, inclinando a cabeça infantilmente ― Né, moça, qual você acha mais válido? Eu pegar aquele que já conheço ou testar um novo?

Piscando algumas vezes Ayla dera um sorriso torto e envergonhado ao encarar a máscara novamente. Toda branca com dentes desenhados em 3D, e alguns detalhes em vermelho no lado esquerdo da face. Não enxergara os olhos, e tampouco o pescoço da pessoa. Porém conseguia ouvir de sua voz, baixa e rouca quase indecifrável.

― P-Perdão?

― Ah, eu te assustei não é? Uma pessoa não deveria ir fazer compras usando uma máscara como se estivesse se escondendo, mas sabe como é... Não queria ser reconhecido.

Pela segunda vez Ayla se questionava sobre que tipo de cara deveria estar fazendo naquele momento. Como aquele sujeito conseguia enxergar com aquela máscara? Até sua voz era abafada e difícil de escutar. Estava com medo, muito medo. A máscara em si era assustadora demais.

― E-Entendo.

― Então, o que prefere? O caminho conhecido ou desconhecido?

Pelo canto dos olhos Ayla notara que o sujeito encarava a prateleira dos amaciantes. Lembrando-se do pedido de sua mãe, a garota estendera a mão e pegara o único que reconhecera.

― Se o que costuma pegar lava bem as roupas, então continue com ele. É melhor do que experimentar e estragar suas roupas.

O sujeito rira por debaixo da máscara, balançando a cabeça enquanto pegava uma garrafa do amaciante.

― Tem razão! Por que raios iriamos para o desconhecido? Pode ser perigoso.

Ayla não olhara mais para o sujeito mascarado. Segurando o amaciante em suas mãos, ela suspirava em imaginar que naquilo ele estava certo. O caminho desconhecido era realmente perigoso, e ela sentira na pele isso.

Não que fosse completamente culpa sua o que acontecera. Não imaginava que deveria pensar no lado ruim de pessoas tão amáveis em sua volta. Mas não saber disso e agir de acordo com sua vontade lhe custara o preço.

O preço de sua liberdade.

Agora não poderia ir mais ao mercado? Por temer encontrar aquelas garotas, e ouvir suas vozes com palavras horrendas? Até isso deveria sacrificar?

Até quando aguentaria aquilo? Qual seria o seu limite?

― Talvez eu devesse apenas ir para outro lugar, onde ninguém me conheça...

O pensamento a pegara de surpresa, e chegara a rir de si mesma por tê-lo admitido com tamanha facilidade. Balançando a cabeça e respirando fundo, virou-se para sair do corredor. Só que seus pés pareciam ter criado raízes no chão.

Elas ainda estariam lá?

Teriam continuado a falar algo para sua mãe e irmã?

O que faria?

Não queria voltar. Simplesmente não queria. Só de saber que elas estavam lá, ou então que sua família poderia ter escutado algo que não deveria, fazia surgir dentro de si a imensa sede de fugir. Fugir para bem longe.

Coração acelerava na medida que o pavor aumentava.

Pelos céus, o que faria?

― Diga-me entre viver em um mundo onde tudo conhece mas ninguém a reconhece, ou permanecer no mundo onde tudo desconhece e todos a reconhecem, qual escolheria?

A voz do sujeito mascarado estava próxima demais. Soava como se estivesse em seu ouvido, apoiado em seu ombro em suas costas. Não se sentira confortável com aquela sensação, o suor escorria em seu rosto ainda coberto pelo capuz.

Quem era aquele sujeito?

O que queria de si?

Por que estava perguntando aquelas coisas? Mal conseguia pensar direito, não conseguiria ponderar uma charada daquelas.

― Né... Me diga a sua resposta.

Sem se virar. Sem pensar muito à respeito. Apenas desejando ir para perto de sua mãe o mais depressa o possível.

Um estrondo a fizera congelar no lugar, ou seriam os gritos que vieram logo em seguida? Ayla abraçava o amaciante contra o peito, olhando em volta em notar pessoas correndo desesperadas pelo corredor.

Já não sentira a presença do sujeito mascarado, e constatou sua ausência ao olhar para trás encontrando um corredor deserto.

― Todo mundo reunido aqui! Se alguém tentar alguma gracinha é bala na cabeça.

Encolhendo os ombros, Ayla não sabia o que fazer. Os gritos no mercado se resumiam à vozes masculinas dos assaltantes.

Onde estava sua mãe? E sua irmã? Estavam em perigo? Certamente, assim como todos os demais naquele mercado.

Em pleno desespero a garota sapateara quando uma das vozes parecia se aproximar do corredor em que estava. Na ponta do corredor de onde viera, tinha um maquinário repleto de caixas deixadas por um dos funcionários. Maquinário grande o suficiente para Ayla se agachar e esconder-se.

Encolhida atrás do maquinário e a estante, a garota tremia de pavor. Tentava enlouquecidamente evitar qualquer suspiro, ou outro som que denunciasse seu esconderijo. Também focara seus ouvidos nas vozes dos assaltantes para medir suas distancias.

Pareciam andar para lá e para cá, ordenando algo aos funcionários ou ameaçando algum cliente. Jugando que as vozes estavam mais distantes, Ayla esticara um pouco da cabeça e espiara o corredor da padaria e do caixa, onde haviam reunidos os clientes.

Reconhecera sua mãe, sendo amparada pela irmã mais velha. Estavam perto da padaria, mais à frente. Fazendo um ligeiro sinal, Ayla sorria levemente quando fora notada pela irmã mais velha, que apenas sussurrara algo discretamente no ouvido da mãe.

A senhora de cabelos acinzentados erguera os olhos para encontrar a filha caçula, e parecia sorrir aliviada em tê-la visto.

Porém a troca de olhares fora interrompida quando Ayla se encolhera em seu esconderijo ao ouvir as vozes dos assaltantes ficar mais alta e próxima.

― Quero todo o dinheiro e celular, podem passando aí! E se alguém fizer gracinha... Já sabem.

Certo, ela estava com o celular! Poderia ligar para a polícia, não é mesmo?

Quando pegara o aparelho em mãos e digitara o número da polícia, um alarme soara em todo o mercado. Alto e estridente, o som obrigava todos a tamparem os ouvidos. Desajeitada na hora de cobrir os ouvidos, Ayla deixara o celular cair no chão, fazendo barulho.

― Quem foi? Quem foi? Foi você? ― Berrava o assaltante, tendo em seguida o grito de uma mulher ― Foi você quem chamou os fardinha?

Antes que desse conta, ela o recolhera rapidamente. Imaginava que o alarme de segurança do mercado teria sido alto o suficiente para que seu pequeno acidente não fosse notado. Porém, não tinha visão do que acontecia atrás de seu esconderijo.

Com os dedos trêmulos tentando desbloquear a tela do celular, o desespero dera espaço para o pavor quando vira um par de botas pararem em sua frente.

Lentamente Ayla erguera a cabeça, tendo uma arma apontada em sua direção sendo segurada por um homem alto de máscara de tecido preta. Não conseguira dizer uma palavra sequer, sua mente simplesmente ficara em branco. Mas gemera quando seu braço fora brutalmente segurado a forçando a se levantar e sair do seu esconderijo.

― Temos uma escondida aqui, chefe!

― Ah, então foi você? Que malandrinha!

― N-Não fui eu, senhor, eu juro. E-Eu nem sei o que está acontecendo.

― E isso aí na sua mão, hein? ― O chefe da quadrilha, um homem de ombros largos e forte, arrancara o celular das mãos da menina e olhara a tela ― Ah, estava chamando a polícia? Que ousada.

― É um e-engano.

― Soltem ela! ― Ayla, assim como os dois assaltantes, viraram-se para onde a irmã mais velha gritava. Seu cenho cerrado mascarando o medo deixara a caçula em prantos. ― Ela não fez nada de errado, é apenas uma criança.

Os assaltantes riam ao dar suas respostas, mas Ayla tampouco dera atenção. Seus ouvidos não pareciam ser capazes de acompanhar o bate boca que se seguiu. Talvez fosse por conta da sirene que ainda tocava, ou então dos berros dos assaltantes mandando alguém ficar quieto, ou então das sirenes vinda do lado de fora.

Tudo parecia um caos caminhando em câmera lenta.

Mesmo quando fora jogada para os braços de sua irmã e mãe, Ayla não conseguia compreender a situação direito. Principalmente ao ver a arma sendo apontada para sua irmã.

Por que estava sentindo tanto medo em seu aniversário? Não deveria ser uma data feliz? Se não fosse por ser seu aniversário, sua família estaria em casa à salvo, e não sendo vitimas de um assalto.

Até que ponto a sua presença iria causar tantos desastres na vida das outras pessoas?

― Os fardinhas estão tentando entrar! Fudeu, fudeu de vez!

― Cale a boca, maldito! ― O chamado chefe virou-se novamente para irmã de Ayla, e a puxara pelo braço ― Será você mesmo o presentinho para os fardinhas.

Sua irmã estava em perigo por ter salvado-a. Para tê-la perto de sua mãe e garantir sua segurança. Então... Por qual motivo ela não estava sendo protegida naquele momento? Não seria em momentos como esses que um anjo ou herói deveria aparecer?

Afinal, isso existia?

Um pensamento viera até Ayla.

― “Vou te enviar um fantasma para assombrar seus sonhos!”

Se não viriam, então ela mesma seria o anjo.

Mesmo tremendo, com seu corpo pesado, e carregando nas costas o peso da imprudência, Ayla levantou-se e se jogou no braço do assaltante segurando a arma. Debatera-se na tentativa de fazê-lo soltar a maldita, e seu plano era ela ter em posse a arma e virar o jogo.

Aguentaria as represálias, desde que sua família ficasse à salvo.

Mas ao invés de ouvir o som da arma caindo ao chão, ela ouvira dois disparos.

E então, algo aquecera o seu corpo.

Os gritos e o desespero, agora também nos assaltantes, simplesmente não pareciam ser claros o suficiente para que Ayla compreendesse o que havia acontecido. E quando piscara, estava enxergando o mundo de outra posição.

Ora essa, havia caído? Por quê?

Sua mãe e irmã estavam chorando enquanto falavam consigo, mas não conseguira discernir com exatidão suas palavras. Movendo os dedos, percebera estar pressionando o peito com toda a força que conseguia, mas erguera os dedos lambuzados de carmesim.

O que era aquilo?

― Ah, veja só que desfecho mais triste. ― Ayla olhara para algo atrás de sua mãe, encontrando o mesmo sujeito mascarado do amaciante. ― Mas sabe... Você ainda não deu uma resposta.

Ironicamente Ayla apenas imaginara estar sonhando.

Resposta? Que resposta estava devendo?

― Devo clarear a sua mente?

O sujeito mascarado não se movera, porém Ayla lembrara-se da pergunta feita no corredor dos amaciantes antes que o assalto começasse.

Ah... Certo. Aquela pergunta estranha. Faria diferença alguma delas? Principalmente naquele momento? Justo no instante que se amaldiçoava por estar fazendo aniversário em um assalto, dando uma recordação tão amarga para sua família?

Pelos céus, seus olhos pesavam. Seu corpo doía, mas não havia voz para gritar. Queria dormir.

Mas estava devendo uma resposta, não é mesmo? Oh sim, deveria responder. O sujeito mascarado era assustador, realmente, mas a sua resposta lhe trouxera um pensamento engraçado.

Certamente ela preferia viver em um lugar que ninguém a reconhecesse. Assim não teria de perder sua liberdade, muito menos expor sua amada mãe e irmã mais velha à um assalto.

É... Não ser reconhecida poderia ser uma boa.

― Ah, entendo. ― O sujeito mascarado erguera a sua máscara, porém tudo o que Ayla enxergara fora uma esfera dourada brilhar para si ― Naquele lugar é lua cheia, deve dar para o gasto.

Sentira uma imensa necessidade de fechar os olhos e dormir. E então os sons se tornaram nítidos uma última vez.

― Fique comigo, Ayla! Não durma!

“Desculpe, minha irmã, mas parece que fiquei acordada demais jogando e agora estou realmente cansada. Prometo acordar ao som do primeiro alarme para tomarmos café da manhã juntas.”

Um vento suave lhe tocava a face como um toque gentil de uma mãe. Apertando os olhos e os abrindo lentamente, a garota estranhara a escuridão em sua volta e o frio que lhe arrepiava a pele.

― Está acordada? Tome cuidado, levanta-se devagar.. isso assim...

Uma voz doce e suave lhe cercava, assim como um toque gélido quase inexistente. Estando sentada sobre algo úmido, a garota voltara a fechar os olhos os coçando antes de averiguar onde estava.

O que havia acontecido?

Puxando o ar para dentro de seus pulmões, não sentira dor.

Deveria?

Em um estalar, lembrara-se do assalto. Imediatamente a garota tateara o próprio peito sem sentir absolutamente nada, nem um buraquinho, nem sangue, nem...

Não fora baleada?

Ora essa!

Olhando em volta a garota percebera árvores altas lhe cercando junto da escuridão da noite. De cenho cerrado, virou-se para a sua direita onde ainda sentia o toque gélido em seu braço, e ali encontrara alguém.

― O-Onde estou?

― Não se lembra de como veio parar aqui? ― A garota negava com a cabeça, e o rapaz ainda escondido nas sombras da noite pareceu suspirar ― Estamos na entrada do internato.

― Internato?

― Sim. Falls School. Você não é a aluna transferida? ― E então, a lua cheia saíra de trás das nuvens iluminando o rosto do sujeito desconhecido. Ayla arregalava os olhos em reconhecer os cabelos platinados e compridos, junto dos olhos brilhantes. ― Estava à sua espera, senhorita.

Capítulos
1 Evento 0
2 Uma garota que gosta de jogos
3 Fatídico assalto no mercado
4 Encontrando o popular
5 Sonhando com o grande ministro
6 Rota do professor desbloqueado
7 Vilão fantasma encontrado! O primeiro olhar
8 Carta do Grande Ministro e o buraco
9 Conhecendo aquele que foi esquecido
10 Um presente do padrinho para Ayla
11 Aparição assustadora do fantasma
12 Conversa franca com o popular
13 Silêncio dos assustados, voz dos encorajados
14 Encontro artístico com o esquecido
15 Fantasmas barulhentos e cabeçudos
16 Primeiro evento, eclipse lunar
17 Uma nova rota desbloqueada
18 Hora de escolher uma peça de teatro!
19 Lágrimas passadas e conforto amável
20 Café da manhã com o esquecido
21 O fantasma da sala de música
22 Recebendo visitas dos paqueras
23 Valsa silenciosa com o fantasma
24 Bilhetes sinceros entre os relutantes
25 Primeiro ensaio da peça teatral
26 O seu nome é Erica
27 Tempestade dos mascarados
28 Mudança de plano do fantasma
29 Primeiro ato - O sumiço de Daniel
30 Segundo ato - Apaixonada
31 Terceiro ato - Fim do segundo evento
32 Peças de xadrez do Grande Ministro
33 Uma decisão egoísta e doce
34 Fim do festival escolar
35 Montando estratégia com a protagonista
36 Memórias do garoto esquecido
37 Corredor silencioso, salas cheias
38 Em busca de Levi no mar dos possuídos
39 Presidente do grêmio e a terceira cabine
40 A composição do fantasma listrado
41 Determinação e escolha da garota covarde
42 Laboratório de ciências desativado e selado
43 O corpo sofre com as feridas
44 Permaneça em minha rota
45 Reunião com o diretor
46 Preocupações, decisões e novidades
47 Como namorar um fantasma
48 Sensações prazerosas
49 Ponto de partida
50 Matéria do jornal
51 Um acordo com o diretor
52 As catacumbas secretas
53 Impossível
54 História do fantasma
55 Final de arco
56 Novos rumores
57 Palavras enigmáticas
58 Reunindo informações
59 Fantasma da Quadra
60 Piquenique noturno
61 Beijo sabor chocolate
62 O pavor de Rafael
63 Um plano diabólico e gostoso
64 Uma revelação chocante
65 Alma arrependida
66 Capela subterrânea
67 Foice dourada
68 O rosto do assassino
69 Destruindo o vírus mascarado
70 A liberdade dos amaldiçoados
71 Fantasmas apaixonados de Falls School
Capítulos

Atualizado até capítulo 71

1
Evento 0
2
Uma garota que gosta de jogos
3
Fatídico assalto no mercado
4
Encontrando o popular
5
Sonhando com o grande ministro
6
Rota do professor desbloqueado
7
Vilão fantasma encontrado! O primeiro olhar
8
Carta do Grande Ministro e o buraco
9
Conhecendo aquele que foi esquecido
10
Um presente do padrinho para Ayla
11
Aparição assustadora do fantasma
12
Conversa franca com o popular
13
Silêncio dos assustados, voz dos encorajados
14
Encontro artístico com o esquecido
15
Fantasmas barulhentos e cabeçudos
16
Primeiro evento, eclipse lunar
17
Uma nova rota desbloqueada
18
Hora de escolher uma peça de teatro!
19
Lágrimas passadas e conforto amável
20
Café da manhã com o esquecido
21
O fantasma da sala de música
22
Recebendo visitas dos paqueras
23
Valsa silenciosa com o fantasma
24
Bilhetes sinceros entre os relutantes
25
Primeiro ensaio da peça teatral
26
O seu nome é Erica
27
Tempestade dos mascarados
28
Mudança de plano do fantasma
29
Primeiro ato - O sumiço de Daniel
30
Segundo ato - Apaixonada
31
Terceiro ato - Fim do segundo evento
32
Peças de xadrez do Grande Ministro
33
Uma decisão egoísta e doce
34
Fim do festival escolar
35
Montando estratégia com a protagonista
36
Memórias do garoto esquecido
37
Corredor silencioso, salas cheias
38
Em busca de Levi no mar dos possuídos
39
Presidente do grêmio e a terceira cabine
40
A composição do fantasma listrado
41
Determinação e escolha da garota covarde
42
Laboratório de ciências desativado e selado
43
O corpo sofre com as feridas
44
Permaneça em minha rota
45
Reunião com o diretor
46
Preocupações, decisões e novidades
47
Como namorar um fantasma
48
Sensações prazerosas
49
Ponto de partida
50
Matéria do jornal
51
Um acordo com o diretor
52
As catacumbas secretas
53
Impossível
54
História do fantasma
55
Final de arco
56
Novos rumores
57
Palavras enigmáticas
58
Reunindo informações
59
Fantasma da Quadra
60
Piquenique noturno
61
Beijo sabor chocolate
62
O pavor de Rafael
63
Um plano diabólico e gostoso
64
Uma revelação chocante
65
Alma arrependida
66
Capela subterrânea
67
Foice dourada
68
O rosto do assassino
69
Destruindo o vírus mascarado
70
A liberdade dos amaldiçoados
71
Fantasmas apaixonados de Falls School

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