11 O dia perfeito

Enrico está sentado ao lado de Alice admirando sua simplicidade, seu coração meio acelerado, "o que há de tão especial em você que me deixa assim Alice?" pensa ele enquanto vê ela comer e dar algo na boca de Pietro, então fica sério.

— Ele vai engasgar.

— Não se preocupe amassei então virou uma papinha, ele já pode comer. Inclusive temos de conversar sobre a alimentação dele. — Alice fala tranquila.

— Certo, espere — Enrico pega Pietro no colo — Assim é mais fácil você dar a ele, e podemos conversar agora mesmo.

— Sim, grazie, podemos começar a dar papinhas de legumes, frutas pra você ficar forte né príncipe — ela diz e o menino ri.

— Pode passar a lista do que precisa para Maria providenciar. — Ele pega a colher da mão dela para alimentar o filho. — Coma você também.

Alice nem acredita no que está vivendo, parece mais um sonho, mesmo com a realidade lá fora e os problemas, pela primeira vez ela conseguia relaxar e iria aproveitar cada momento.

Ela está amando cuidar de Pietro e mesmo não entendendo o porque, mas desde o parque ela sempre pensava se o veria de novo, aquele sorrisinho meigo e tão puro. Enrico já era o oposto, sempre com um semblante duro, sério e parecia sempre preocupado e nervoso, mas hoje ele está sorrindo e tão relaxado " que homem lindo " definiu seus pensamentos. "Volta pra terra Alice, você não está aqui pra isso " ela se corrige e percebe o olhar frio de Enrico sobre si sentindo um frio na espinha.

Enrico nota Alice distraída, com certeza não ouviu uma palavra do que ele disse então ele fixa o olhar nela até que vê o seu olhar doce ficar nublado.

— Alice?

— Oh, desculpe não sei onde estou com a cabeça. — Claro que é nele, mas ela não ia dizer. — Quer que eu fique com Pietro?

— Não amasse mais fruta pra ele e pode me dar um Taralli? — ele pede abrindo a boca.

Alice fica sem graça mas pega o pequeno biscoito e põe na boca dele já se voltando pra Pietro que está babando.

— Iiih que babeira meu pequeno, você quer mais? — Pietro olhava pra colher e ela rapidamente pega outra fruta e amassa — bom menino vai crescer fortinho e ser que nem o papai.

Enrico não pôde segurar o riso, era uma cena e tanta, ele faz sinal pros biscoitos ela o dá novamente e pega um cacho de uva pra comer.

— Você gosta mesmo de uva — ele fala enquanto ela praticamente devorava o pequeno cacho.

Alice apenas acenou pois comia com tanto gosto e não ia falar de boca cheia.

Enrico riu alto.

— Coma mas sem pressa as uvas não vão fugir. — O celular dele toca — Preciso atender. — Enrico fala e a entrega Pietro.

Alice sente o rosto corar, ela nem percebeu que comia rápido até que ele falou e ela vê que não tinha uma uva mais em sua mão. Ela pega Pietro e o vê se afastando.

Pietro faz uma careta e um gemido e Alice já olha rindo pois sabia que era sinal de fralda cheia, pegando a bolsa vai até outro cômodo é um quarto lindo e aconchegante, ela coloca Pietro na cama e rapidamente o troca.

— Agora sim, príncipe cheirosinho.

Havia alguns brinquedos num cantinho, então ela pega tudo e senta no tapete com Pietro que já engatinhava espalhando tudo e rindo.

Enrico tinha que atender o telefone, era seu pai.

— Oi pai... como é? Vou descobrir quem fez isso. — Enrico fecha o pulso num instinto. — Já falou com Carlo? ...

— Sim filho providenciei. Agora vá e não saia da ilha até que eu mande. Qualquer novidade entro em contato.

Enrico desliga o telefone inconformado. Ele sempre foi discreto, ninguém sabia da sua vida pessoal a menos que ele mesmo quisesse.

O dia no parque, na praça, no restaurante ou o incidente do café? Ele não sabia mas queria respostas. Voltou para o chalé pois tinha que ainda hoje ir para a Ilha.

Enrico entra na pequena sala só restava a bagunça do que comeram e um silêncio que o faz ficar mais nervoso mas o som de uma risada o faz recobrar a consciência e ir até o quarto.

Alice brinca deitada com Pietro em sua barriga dando gritinhos e risos. Essa simples visão fez Enrico relaxar esquecendo de tudo por um breve momento. As palavras de Alice o despertaram.

— Meu anjinho. — Ela beija carinhosamrnte a testa de Pietro.

Mais tarde....

Alice está apreensiva, tudo ia bem até Enrico chegar na porta do quarto e a mandar arrumar Pietro.

-" Levante, vamos pra casa. Depressa".

E o que veio depois foi só "Alice faz isso, arrume isso, pegue aquilo, vá para o carro e entre no jatinho" que agora ela viaja pra não sabe onde. A voz fria e firme de Enrico a faz voltar sua atenção nele.

— Lembre-se, nada de fotos, finja que não tem redes sociais até que eu diga.

— Sem problemas. Posso fazer uma pergunta?

Enrico vê que ela estava tensa então ponderou.

— Diga.

— Onde estamos indo? — Ela fala olhando baixo.

— Para a ilha da família Morelli. — Alice ouve e fica atônita

— Ok. Espera, você tem uma ilha?

— Sim — ele responde seco e Alice resolve se calar.

Pietro estava agitado então Alice começa brincar com ele, deitando todos os bancos ao seu lado para ficar mais confortável.

Na ilha Enrico ajuda Alice a descer do jatinho segurando em seu braço, já no chão ele envolve sua cintura e a conduz até o carro, já era noite e o tempo estava mais frio.

Alice sente uma mão segurando firme em sua cintura e por alguns segundos paralisa, mas logo começa dar passos rápidos até o carro.

No caminho ela fica encantada com tanta beleza e então de repente ela se toca de que ele deveria ser muito poderoso e agora ela estava ali, uma falha e ele poderia acabar com ela certamente, muito pior do que foi no Brasil.

— Chegamos — Enrico avisa abrindo a porta pra ela.

Alice tão distraída nem percebe que já tinham parado.

— Grazie.

Enrico a conduz para dentro da mansão, já é noite e Alice nem repara em nada, parecia vim uma tempestade, um vento muito forte e ela só abraça Pietro deixando que Enrico a guiasse.

— Vamos lá pra cima ver os quartos. — subindo as escadas segurando na cintura de Alice, Enrico para no quarto de Pietro. — Aqui está o quarto do pequeno príncipe, você fica aqui com ele, pelo menos por hoje.

— Está bem, pode fechar a janela? Vou por ele no berço.

Depois de verem que o menino dormia profundamente eles vão para a cozinha.

— Está um temporal lá fora. Aqui é sempre assim? Não é perigoso? — Alice está bem nervosa.

— Não se preocupe, logo passa agora vamos ver o que tem pra comer, como viemos de urgência Regina não preparou nada e estou faminto. — Enrico diz ainda sério.

— Deixe que eu preparo pode ir descansar. — Alice quer e precisa ocupar a mente.

— Já descansei o suficiente, o que vai fazer? — Enrico fica curioso para ver ela em ação.

— Vamos ver o que temos aqui, nossa muita coisa, que tal uma lasagna? — ela sorri.

— Perfeito, agora me diga no que eu posso ajudar. — Enrico fala e Alice o olha intrigada — Estou com fome kk.

Eles riram e o clima na cozinha fica mais descontraído e aconchegante, os dois prepararam juntos a lasagna, enquanto assava Enrico a leva na adega, Alice não bebia, exceto vinho e no máximo uma taça algumas vezes eles voltam para a cozinha e ela vê um sorvete na geladeira, então sugeriu para sobremesa e ele aprova.

Enrico sobe para um banho e logo volta mandando que ela também fosse para relaxar mais e comerem bem e tranquilos.

Ao descer as escadas uma escuridão toma conta da enorme casa e Alice começa a tatear até encontrar o sofá.

Enrico observa Alice quando tudo se apaga, ele espera uns segundos, minutos e nada, então pega o celular e liga a lanterna vendo Alice sentando no sofá vai até lá.

— Deve ser devido a chuva, fique aqui já volto

Alice fecha os olhos e fica esperando, ela não sabia dizer se aquilo parecia um sonho ou pesadelo, nada fazia sentido então sente um toque em seu ombro.

— Já pode abrir os olhos — Enrico dizi calmo.

Alice fica boquiaberta, a mesa está linda, velas ao lado e lasagna no meio com 2 pratos servidos.

— Grazie, está lindo — ela diz sem graça.

Enrico apenas sorri e os dois saboream o delicioso jantar.

Minutos depois terminam de comer e Enrico senta ao lado dela escorando no sofá com a taça de vinho na mão.

Alice fica nervosa, não entende o que está acontecendo e sente seu corpo arrepiar com a aproximação dele.

Os dois se olham sob a fraca luz de vela e Enrico aproxima mais.

— Incantevole (encantadora)

Alice mal pode respirar, ele estava tão próximo e quase sussurrando a fazendo sentir um calafrio por todo o seu corpo.

Um raio estrala no céu e ela assusta tremendo, num instinto Enrico a abraça.

— Fique calma. — Ele beija seus cabelos

Alice fica aturdida naquele perfume e podia sentir os músculos rígidos. Outro raio a fez abraçá-lo e ele sorri sem que ela percebesse.