Capítulo 4

Nathalia: — Será que a gente pode conversar agora? — Questionou, já sem paciência.

Luan: — Claro, minha vida. — Foi para cima dela, com tentativa de beijo (O que foi falho).

Nathalia: — Eu estou grávida, Luan. — Não fez nenhum suspense, pois estava com uma raiva tremenda. Apenas queria que o pai soubesse.

Luan: — Que? — Questionou com uma palavra curta, porque estava surpreso. — Como assim "grávida"?

Nathalia: — Como assim o que, Luan? — Usou um tom nitidamente ignorante.

Luan: — Que merda você tá falando? Tá louca da cabeça?! — Insinuou, batendo dois dedos na testa da noiva.

Nathalia: — Tira a mão de mim! — Bateu na mão do rapaz. — Eu tô falando sério com você.

Luan: — Eu não vou assumir essa coisa, Nathalia. — Apontou para a barriga.

Luan: — Esse filho não é meu e eu não vou deixar de viver a minha vida pra cuidar de uma criança imunda! — Alterou o tom de voz.

Nathalia: — Como assim?! Você tá achando que é simples assim? Falar que não vai cuidar e pronto? — Falou com muita ignorância e nervoso na voz.

Luan: — Olha, eu pago 400 reais por mês quando essa criança nascer.

Luan: — Mas assumir essa merda, eu não vou.

Nathalia estava sem acreditar. Ela o encarou por alguns segundos, completamente perplexa com a capacidade de ridicularidade desse moleque. Os olhos dela foram manejando.

Nathalia: — Tá bem, Luan.

Nathalia: — Preciso que você registre o seu nome no cartório quando ele nascer.

Nathalia: — E faz um favor de ao menos cumprir com a sua palavra da pensão.

Nathalia: — Seu imundo! Eu odeio você.

Eric estava no carro, absorto em uma partida no celular, quando Nathalia entrou e fechou a porta com força. Ele não a olhou imediatamente, mas percebeu sua presença.

Eric: — E aí, meu anjo. Como foi?

A voz dela saiu trêmula, quase um sussurro, carregada de tristeza e raiva.

Nathalia: — Vamos embora. Eu não quero voltar aqui nunca mais!

Ele levantou os olhos do celular e notou as lágrimas escorrendo pelo rosto dela. Sua expressão mudou imediatamente para uma de preocupação genuína.

Eric: — Oh Deus, o que aconteceu, meu anjo? Você está bem? Como foi lá dentro? — Ele largou o celular e se inclinou para abraçá-la, tentando transmitir conforto.

Nathalia: — Por favor, Eric, vamos embora.

Eric: — Tudo bem, pequena. Mas depois você vai me explicar o que aconteceu. Tente se acalmar, tá? Não gosto de ver você chorando.

Ele deu partida no carro, e, durante todo o caminho de volta para a casa dele, segurou firme uma das mãos dela. Era o jeito dele de dizer que ela não estava sozinha. Eric sempre foi carinhoso e protetor, especialmente com Nathalia, que agora estava visivelmente abalada.

Ao chegarem, ele estacionou o carro e a guiou até o sofá da sala. Pegou um copo d’água e o entregou com calma, sentando-se ao lado dela.

Eric: — Agora me conta, pequena. O que aconteceu?

Nathalia respirou fundo, tentando controlar o choro que insistia em voltar.

Nathalia: — Ele disse que não vai assumir o bebê. Disse que não quer ser pai. — Sua voz falhou. — A única coisa que ele vai fazer é pagar 400 reais por mês como pensão quando o bebê nascer.

Os olhos de Eric se estreitaram, sua mandíbula ficou tensa, e ele parecia conter a raiva.

Eric: — Que desgraçado... Eu sinto muito, meu anjo. — Ele suspirou, tentando esconder o desprezo por Luan. — Olha, eu estou aqui para o que você precisar. Vou cuidar de você, te acompanhar durante toda a gravidez, e te apoiar em tudo. Você não está sozinha, entendeu? — Segurou uma das mãos dela, transmitindo confiança nas palavras e no olhar sincero.

Nathalia olhou para ele, as lágrimas já secando, mas com o coração ainda apertado.

Nathalia: — Muito obrigada, Eric. — Deu um sorriso orgulhoso.

Eric: — Tá bem. Amigos servem para isso.

Nathalia: — Falando em amigos, lá tinha uma guria deitada com ele na cama.

Eric: — Na moral?

Nathalia: — Na moral. — Afirmou.

Nathalia: — Ele me disse que ela foi expulsa de casa, mas não acredito que tenha sido isso mesmo.

Eric: — Todo mundo sabia do seu chifre, né? Nem dá para negar.

Eric: — Agora, volte para a cama e descanse. Você precisa dormir.

Nathalia: — Eu não posso, tenho que trabalhar.

Eric: — Esqueça isso hoje. Vou avisar a Michele que você não vai.

Nathalia: — Obrigada mesmo, Eric. Você é uma pessoa incrível.

Ele deu um pequeno sorriso, acompanhando-a até o quarto. Arrumou a cama para ela, ajudando-a a se deitar com cuidado. Depois, saiu em silêncio para ligar para Michele.

Ligação on 📲

Eric: — Bom dia, Michele.

Michele: — Bom dia, Eric. O que houve?

Eric: — A Nathalia não está nada bem hoje. Ela não vai poder ir trabalhar. Por favor, tente entender o lado dela. Talvez amanhã ela já esteja melhor.

Michele: — Ah... Tudo bem, Eric. Obrigada por avisar.

Eric: — Obrigado pela compreensão. Até mais.

Ele desligou a ligação e respirou fundo, pensando em tudo que precisaria fazer para apoiar Nathalia nos dias difíceis que viriam.

Continua...

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Revisado 🌷

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