Um presente peculiar.

Eu respirei fundo e olhei para os dois homens a minha frente, Vitto estava com a cabeça entre as mãos e o pai com a cabeça reclinada para trás, nenhum de nós saiu daqui durante esses dias todos, atrás de uma mínima pista sobre Lena, essa ligação de Susana me deu deu um leve desconforto, algo estava errado e muito errado.

__ Era Susana.

__ Ela disse algo sobre Lena?

__ Sim, mas não disse nada que pudesse entregar se eles estão realmente com ela.

Vitto levantou e socou a mesa, ele fez tanto isso durante esses dias os nos de seus dedos já estavam feridos, meu sogro que até então estava em silêncio se pronunciou.

__ O que ela disse?

__ Pra ir no jantar na minha casa hoje caso eu queira saber de Lena.

__ Eu vou junto.

__ Lógico que não, ela vai te reconhecer, eu vou e só volto quando achar sua irmã.

Meu sogro concordou então levantei e fui para casa, quando cheguei já senti o clima horrível de longe, barulho de vidro se quebrando e a voz irritante da minha mãe ecoando pela casa, meu pai permanecia em silêncio como sempre, meus pais discutiam muito até uma certa época, um dia meu pai decidiu que ia ignorar minha mãe para sempre e assim tem acontecido desde então, nunca me importei mesmo, sempre fiquei afastado no colégio interno de Roma, sou 6 anos mais velho que Helena, mas sei da existência dela desde que ela nasceu, esse é o maior segredo dos nossos avôs, Helena é a única mulher herdeira legítima da família Puzzo e eu sou o único herdeiro da família Ricci, antes de nascermos os avôs das duas família selaram um acordo entre as duas máfias, dois herdeiros um de cada família, teria que ter uma união matrimonial, por ventura não pode ser com nossos pais, então Helena e eu nos tornamos noivos desde que ela nasceu, apenas meu pai, o pai de Helena, Vitto e eu sabemos sobre isso, a princípio eu odiava Lena por ter nascido, odiava ter que me casar com uma pessoa que nunca conheci, prometi então que não me casaria com ninguém nunca, nunca fui atrás dela, apenas tinha as informações que Vittorio me passava sobre ela, mas depois de um tempo as informações pararam de vir, fiquei atordoado, mas não tive coragem de contar a Vitto o que tinha acontecido, seria uma catástrofe, eu tentaria reconquistar ela e pagar meu erro depois daquela noite, eu nunca tinha visto Helena antes daquela noite, quando ela me disse seu nome eu senti meu corpo gelar, talvez a droga que tinham me dado pouco antes tenha alguma participação sobre aquilo, mas ela era linda, tinha olhos verdes esmeralda, cabelos castanhos escuro, lábios carnudos e rosto com traços delicados, era uma mulher extremamente bonita, quando ela me beijou eu queria mais, a boca dela era macia, mesmo o cheiro forte de álcool não me fez querer parar o beijo, eu levei ela até que o médico chegasse com a medicação para nós dois, mas ela me beijou de novo e prendeu minha cintura com as pernas, naquele momento eu perdi todo controle do meu corpo, um fato que ela não sabe é que eu também perdi a minha virgindade naquela noite, me torturei muito ao longo dos anos e até hoje a culpa de ter feito aquilo com ela me assombra, sei que nada nunca vai justificar o fato de dormir com ela sob efeito de drogas, principalmente quando eu tinha mais consciência que ela, por isso se ela quiser me odiar, me bater, me processar ou qualquer coisa que seja pra aliviar a dor que causei nela aquele dia eu vou aceitar, eu me sentia aliviado por ser o noivo dela mesmo não gostando disso no começo, hoje Helena e meus filhos são as coisas mais valiosas da minha vida, eu iria no inferno por ela. Me arrumei e ainda faltava cinco minutos para Susana chegar, mas eu estava ansioso para saber, eu precisava de notícias, nem que seja apenas saber que ela está viva, se ela estiver vivia então eu posso ir atrás dela, Susana chegou, cumprimentou a todos, eu estava com nojo de ficar perto dela, mas se eu quisesse saber algo precisaria colaborar, nós nos sentamos, enquanto Susana e minha mãe conversavam eu e meu pai comíamos em silêncio, de repente algo na conversa me chamou a atenção e me fez virar a cabeça.

__ Senhora Ricci, aquela encomenda que me pediu esta lá fora esperando para depois do jantar.

Aquilo atiçou minha curiosidade, as duas sorriam maliciosamente e minha mãe me deu um olhar de vitória, me senti incomodado e comecei a ficar tenso enquanto as duas continuavam a conversa.

__ Srta. Torres, na Bélgica todos são mal educados e ficam conversando durante a refeição?

Meu pai disse olhando furiosamente para minha mãe e Susana, óbvio que meu pai sabia que eu nunca me casaria com Susana, a responsável de toda essa confusão era minha mãe, eu não disse nada apenas continuei minha refeição e deixei que o clima melhorasse, o resto do jantar foi em silêncio total, ninguém se atreveu a dar um pio depois que meu pai corrigiu Susana, nem mesmo minha mãe que gosta de causar e fazer cena, sentamos na sala, minha mãe ao lado do meu pai e a nojenta ao meu lado, essa mulher já estava me tirando a paciência, ela então se levantou.

__ Sra. Ricci, como eu disse eu tenho um presente para a senhora.

Ela se levantou e foi até o lado de fora e alguns barulhos de corrente me deixaram alerta, quando eu vi o que Susana trazia meu coração afundou e meu corpo ficou gelado e tremendo.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***