A moda clássica

Acordei com as energias recarregadas, estava pronta pra mais um dia, hoje era o dia de Enzo acompanhar Tella nas quimioterapias, estávamos indo nós dois, mas estávamos ficando muito cansados então resolvemos dividir os dias, dia sim dia não eu levo, o mesmo funciona com ele, se acontece algo de errado entramos em contato e o outro segue para o hospital, isso tem funcionado bem, Tella fica um tempo a sós com o pai e pode desenvolver melhor seu relacionamento com ele, da mesma forma em que Rico fica com Enzo os dias em que eu estou no hospital, as crianças já estão muito apegadas nele, ainda tenho um pouco de medo de ele abandonar elas, mas com o tempo eu percebi que não iria adiantar afastá-los, Enzo acabou entrando nas nossas vidas furtivamente, pra mim nossa relação continua restrita apenas ao nossos filhos, mas me sinto grato por tudo que ele tem feito por Tella, apesar de não poder perdoá-lo ou esquecer o que houve comigo alguns anos atrás. Estava de novo na sede da máfia, entrei em uma sala especial onde tínhamos alguns maquiadores profissionais, enquanto eles usavam tinta lavável para mudar a cor dos meus cabelos, outros iam usando maquiagem para modificar minhas feições faciais, quando acabou meu cabelo estava platinado o que me fazia parecer te uns 20 anos a mais, meu rosto estava levemente enrugado mostrando marcas da idade avançada, sorri de lado, tinha algumas lentes para esconder a cor dos meus olhos também, mas optei por não usar, já que meus olhos irritava facilmente, usei um sutiã com preenchimento e uma cinta para aumentar o tamanho do meu quadril um pouco, coloquei uma roupa de faxineira e pronto eu estava parecendo uma senhora da meia idade inocente, que trabalhava de doméstica, eu sorri confiante, usei um modificador de voz na gola do uniforme, minha voz estava um pouco mais rouca, me virei e meu irmão estava na porta.

__Não vai usar as lentes?

__Não, vamos ver se ela é inteligente.

Eu passei pelo irmão que resmungava sobre ir sozinha, ou sobre resolver as coisas de forma menos arriscadas, mas não fazia meu estilo, sempre gostei de brincar com fogo, a adrenalina do perigo e de correr altos riscos é o que me motivava e me dava garra pra ir tão longe, Susana tinha alguns cães, mas me recusei a usá-los como peça de tabuleiro, então eu iria fazer visita ao quarto da sua irmã Jéssica, talvez fosse mais fácil matar a vó dela que está em coma em uma cama no terceiro andar, mas não se chuta cachorro morto e eu não iria me rebaixar matando uma velha decrepta que já estava a beira da morte, então a querida Jéssica se tornaria meu alvo, não tenho culpa disso, ela invadiu meu espaço primeiro e ainda expôs minha pequena filha, ela precisa aprender a não lidar com mães superprotetoras. Cheguei na casa de Susana, era uma pequena residência que ela chama de "mansão Torres", entrei e entreguei meu cartão para o segurança, a minha equipe de tecnologia já tinha feito as informações rodarem no sistema da casa, uma vez que a empresa que fazia a segurança da Villa era minha eu não tive muita dificuldade em me infiltrar aqui, entrei e comecei a limpar e vasculhar a casa, quando escutei Susana falando ao telefone enquanto descia as escadas.

__Envie as fotos do filho de Helena a mansão da família Ricci, diga a senhora Ricci que seu filho continua em um caso com uma mãe solteira e que me sinto traída como noiva de Enzo.

Eu tranquei os dentes e segurei a vontade que eu estava de pegar a arma presa na minha coxa e acerta um tiro na cabeça dessa megera, eu respirei fundo e continue o que estava fazendo, ela parou e me olhou, eu desviei o olhar para baixo, ela franziu o cenho e me avaliou.

__Me mandaram uma velha porca como empregada?

__Em que posso ajudar senhora?

Eu podia sentir sua hostilidade enquanto ela me olhava, fiquei de cabeça baixa e esperei que ela saisse bufando de casa, assim que ela o fez, subi as escada e procurei o quarto de Jéssica Torres, como eu estava usando uma luva cor de pele não me preocupei em tocar nas coisas, abri um quarto e percebi que era de hóspedes, procurei mais uns três quartos até que achei o de Jéssica, ele havia um símbolo da justiça bem em cima da cabeceira da cama eu bufei com a ironia disso. olhei o livro que estava em cima da escrivaninha, o marcador de texto indicava que estava no meio do livro, eu sorri, hoje a querida Jéssica teria uma aula de história bem prática, peguei o kit escondido no meu bolso e coloquei luvas hospitalares e uma máscara, retirei a tampa do pote pequeno que estava no bolso e com um pincel pequeno depositei toda pasta transparente pelo livro e pela capa, espalhei em locais que necessitava de contato direto com a mão, abri o frigobar do quarto e espalhei pela boca da garrafa de água que estava lá, guardei tudo de volta no bolso do uniforme, me retirei do quarto segurando a ponta da maçaneta som um lenço, desci as escadas com ombros erguidos, passei pela porta da frente e olhei diretamente para a câmera de segurança na entrada, dei um sorriso satisfeito e afiado e fui embora.

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Três dias depois...

A cidade estava um caos, todos estavam a procura de uma senhora idosa de 50 anos chamada Joselena Eco, a possível empregada que envenenou Jéssica Torres a advogada criminal que estava noiva do promotor italiano Matteo Vicentino, na reportagem dizia que a irmã estava devastada e abalada, não imaginava quem poderia ter feito algo tão ruim com sua "irmãzinha", segundo a perícia médica o quarto da Srta. Torres estava impregnado arsênico, um veneno muito famoso no mundo inteiro.

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Oiiiii...

Referência histórica foi inspirada em "O Nome da Rosa" obra de Umberto Eco, tem o filme pra quem não gosta muito de clássicos, mas é muito bom super aconselho assistirem o filme ou ler a obra 🥰

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