capítulo 3 - Colocando os pingos nos is

Acordei assustada ouvindo alguém gritar com o Nel, levantei minha cabeça e olhei para a direção da voz um pouco confusa, vi uma moça, alta, loira dos cabelos compridos, olhos azuis e um vestido florido gritando e chorando com meu amigo, estava tão sonolenta que não consegui entender direito o que ela estava falando, olhei para Nel que estava com uma pessoa expressão apavorada no rosto tentando de alguma forma acalma-la e explicar o que ela estava vendo mas, não estava adiantando muito pelo fato dela estar muito nervosa, ela saiu correndo e Nel foi atrás dela, dizendo para eu ficar calma que ele iria resolver tudo. Me sentei na cama sem entender nada, demorei bastante para lembrar o que estava fazendo na casa do meu amigo. Resolvi levantar e fazer minhas higienes pessoais, troquei de roupa coloquei um short jeans, uma blusinha branca e uma rasteirinha, fui até a varanda do quarto e fiquei feliz com o dia lindo que estava fazendo, o sol estava brilhando, o clima muito agradável, senti um pouco de desconforto nas minhas partes íntimas e me lembre da noite anterior, respirei fundo, sai do quarto e fui atrás de Nel para ver o que estava acontecendo e principalmente quem era a doida que ficou gritando com ele.

Procurei por toda a casa e não o achei em lugar nenhum, perguntei para uma das ajudantes se ela o tinha visto e ela apontou para a porta, caminhei até a entrada da casa e o encontrei lá, tentando acalmar a moça que chorava muito, de longe consegui escutar ele falar seu nome; Rebeca. E foi nesse momento que minha mente clareou, entendi tudo, aquela era a mulher por quem meu amigo estava apaixonado e ela nos encontrou dormindo na mesma cama, sem dúvida alguma no lugar dela também estaria irritadíssima e com raiva dele e de mim. Fiquei pensando em alguma forma de ajudá-lo e tentar conquistar o coração dela, afinal de contas ela era a namorada do meu amigo queria de todo coração que nós duas também fossemos amigas. Tomei um pouco de coragem e caminhei lentamente em direção aos dois, ele me olhou com olhar tão triste e naquele olhar eu entendi que ele não tinha conseguido avançar em nada.

- Oi... É Rebeca né? Me chamo Cristina, mas pode me chamar de Cris, olha eu sei que não deve ser fácil para você entender mas, não aconteceu nada do que você está pensando entre nós dois, no seu lugar eu também pensaria o pior – falo com calma - Mas, quero que saiba que o Nel é como um irmão para mim não existe maldade na nossa amizade, eu tive uma noite difícil ontem e pedi socorro pro meu melhor amigo, e ele como sempre foi a pessoa mais maravilhosa do mundo e cuidou de mim como um irmão de verdade, nós ficamos praticamente a madrugada toda conversando sobre o que aconteceu comigo e principalmente sobre você, ele confessou que está caidinho por você... – falo com um pequeno sorriso - por favor não vá embora, vamos conversar e nós te explicamos tudo com todos os detalhes, tenho certeza que você entenderá

— Ele me falou sobre você também Cristina, mas ver vocês dois deitados naquela cama e você ainda usando as roupas dele... Olha não sei o que pensar – diz ela chorando – Ele me falou muito sobre a amizade de vocês, mas eu não imaginava que você é tão bonita

- Há Rebeca por favor vamos entrar e conversar, aqui no portão não é um lugar adequado para gente se entender – falo com esperança

- Eu não sei, acho que já vi o suficiente – diz Rebeca triste

- Eu sei muito bem o que você viu, mas eu gostaria de explicar o que você não viu, por favor, vamos conversar? – Peço com um pequeno sorriso

Ela olhou para Nel e depois para mim, mesmo contrariada resolveu entrar, Nel tentou pegar em sua mão, mas ela não deixou. Nós subimos para o quarto dele e ela ficou encostada na parede como um bicho acuado e dava para perceber que ela estava se segurando para não chorar olhando para a cama. Pedi para o Nel nos deixar sozinhas e me abri com ela, contei como conheci o Nel, como conheci a galera e praticamente tudo que aconteceu com o Leo na noite anterior, chorei bastante lembrando dos detalhes, ela também chorou e no final me abraçou sendo solidária com a minha dor.

- Sinto muito Cristina, nenhuma mulher deveria passar isso – diz Rebeca segurando minha mão

- O Leo é uma pessoa maravilhosa, acho que foi a bebida sei lá... – Respondo tentando encontrar uma justificativa para a atitude dele

- Cristina nem bêbado ele deveria ter feito isso – Diz Receba um pouco triste

- Eu sei... Só não consigo acreditar que ele fez por maldade – Falo triste

Nós ficamos um tempo conversando e quando eu senti que ela estava mais calma, chamei Nel e deixei os dois conversando e se acertando. Fechei a porta do quarto e desci para o andar de baixo olhei para o piano de caldas na sala e dei um pequeno sorriso, me arrisquei a tocar algumas notas, depois desisti fui até a área da piscina, sentei na beirada, tirei minha rasteirinha e coloquei os pés na água, fiz uma oração bem baixinho pedindo para Deus para eles se entenderem e principalmente para ela gostar de mim. Comecei a ouvir uma gritaria vindo do portão e sorri pois, sabia quem eram os responsáveis, Ferrugem e Bebê como sempre chegaram se jogando na piscina, e as meninas sentaram ao meu lado me enchendo de perguntas.

- Cris... Conta tudoooo – Diz Monica animada batendo palmas

- Você gostou? Ele foi gentil? – Pergunta Maia sorrindo

- É... Não foi nada do que imaginei ou sonhei... Ele... – não consegui terminar a frase e comecei a chorar

Elas ficaram confusas, Ferrugem e Bebe saíram correndo da piscina para saber o que estava acontecendo. Contei tudo para os meus amigos, as meninas começaram a chorar se sentindo culpadas porque tinham ajudado Leo com todos os detalhes.

- Eu vou matar aquele desgraçado – Diz Ferrugem sério

- Se ele aparecer na minha frente eu vou encher ele de porrada – Diz Bebe furioso

- Não acredito que ele teve coragem de fazer uma coisa dessas – Diz Monica chorando – ele nos procurou e nós o ajudamos com todos os detalhes ele nos prometeu que seria gentil

No mesmo instante Leo apareceu com cara de cachorro que caiu mudança

- E aí gente.... Tudo bem? Cris, será que nós podemos conversar? – Diz Leo triste com as mãos no bolso

- Você vai conversar sim! Com a minha mão seu filho da puta! – Diz Bebe dando um soco no rosto de Leo

Ferrugem não perdeu tempo e foi para cima dele ajudando Bebe, dando socos e chutes e ele em momento nenhum se defendeu, com muita dificuldade eu e as meninas conseguimos controlar os dois raivosos

- É bom você desaparecer porque eu ainda nem comecei a te bater – Diz Bebe irritado

- Eu sei.... Eu vacilei – diz Leo caído no chão, secando o sangue da boca

- Vacilou? Meu irmão, você está maluco? Você cometeu um crime! – Diz Ferrugem irritado tentando ir para cima dele novamente

- Calma Ferrugem! – Grita Nel chamando a atenção de todos

Ele apareceu de mãos dadas com Rebeca, falou algo no ouvido dela que sorriu e depois olhou para as meninas

- Maia você já conheceu a Rebeca, por favor apresente a Monica a ela e fiquem aqui fazendo companhia para Cris, nós três vamos entrar e ter uma conversa séria de homens para moleque – diz Nel sério olhando para Léo

- Eu quero conversar com a Cris - Diz Léo olhando para Nel

- Primeiro você vai conversar com a gente – Diz Nel sério estendendo a mão para ajudar Leo a se levantar – E acredite eu só não fui até a delegacia te denunciar em consideração aos nossos anos de amizade e principalmente porque essa atitude precisa ser tomada pela Cris e vou respeitar o que ela decidir

Léo se levantou com a ajuda de Nel, me olhou com uma cara de choro e acompanhou os meninos

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