Louise

Alguns dias se passaram desde a traição do Julian. A construção da escola está a todo vapor, os cidadãos e pais de algumas crianças tem nós ajudado.

Meus pais continuam querendo arranjar um casamento para mim, mesmo contra a minha vontade, não acho que serei capaz de amar novamente.

Acordo pela manhã, abro as cortinas do meu quarto e vejo o o sol que está nascendo no horizonte. Troquei de roupa e sai para caminhar nas áreas verdes da província. Depois de algumas horas de passeio vejo um homem que está sentado perto de uma figueira e pela sua cara está passando mau,então decido ir ajudar.

-O senhor precisa de ajuda?

Ele levanta seu rosto pálido e me olha nos olhos.Os traços do seu rosto são bem definidos e harmoniosos, parece até que foi esculpido,é um homem muito lindo.

- Preciso de um pouco de água senhorita Louise.

Rapidamente entreguei a garrafa de água que eu tinha comigo e ele começou a beber. Logo a cor do seu rosto voltou ao normal, mas ele tossia as vezes.

- O senhor me conhece? Percebi que o senhor me chamou pelo nome.

- Quem nessa província não conhece a razão da felicidade das crianças da província?

- E o Senhor como se chama?

- Gabriel, me chamo Gabriel.

- Desculpa, mas seu rosto não me é estranho, mas não consigo lembrar de você. O Senhor mora aqui faz muito tempo?

- Não Senhorita, mas minha felicidade se encontra aqui e até eu conquistá-la não irei embora.

- Entendo Senhor. O Senhor já se sente bem?

- Sim obrigado pela água.( falou entregando a garrafa)

- O Senhor pode ficar com ela. Se o Senhor quiser posso te acompanhar até sua casa, só por precaução.( falei preocupada com ele)

- Tá tudo bem senhorita Louise. Meu amigo já deve está chegando e posso ir com ele. Ali está ele. ( apontou para um homem que estava um pouco longe) Até breve Senhorita. ( Falou se levantando)

- Até breve Senhor Gabriel.

Depois do episódio com o Senhor Gabriel resolvi voltar para casa. No café da manhã com a família toda reunida, recebi a notícia que minha irmã mas nova havia sido pedida em casamento. Meus pais estava radiantes de felicidade, minha irmã mais ainda e eu me alegrei com a felicidade dela. Agora eu poderia ajudá-la nos preparativos e sairia da monotonia, pois como a escola estava sendo construída tivemos que pausar as aulas.

Não demorou muito para que meu momento de felicidade passasse, pois a minha mãe começou a me acusar de não ter sido boa o suficiente para o Julian, a discussão foi tão intensa que meu pai até ameaçou de não me deixar mais dar aulas para as crianças. Minha mãe fez questão de dizer que eu não tinha tempo para o Julian por causa das aulas e meu pai deu ouvidos

Fui para o meu quarto, tranquei a porta e chorei, queria que toda aquela dor saísse do meu peito. A dor da traição ainda doía e com as palavras dos meus pais comecei a pensar se eu realmente não fui a culpada por ele ter me traído. Acho que não fui boa suficiente para o Julian.

As lágrimas ainda caem do meu rosto e eu me encolho no chão frio, ouço batidas na porta e minha irmã me chama. Resolvi abrir a porta do quarto para ela . Em seguida sou envolvida em um abraço apertado e choramos juntas.

- Você está bem? (ela me pergunta ) me perdoa eu não queria que meu casamento causasse toda essa confusão para você.

- Você não tem culpa irmã. Eu é que não sou tão bonita e atraente, você ouviu tudo o que nossa mãe disse.

- Não fala isso Louise, nada disso é verdade. Muitos garotos da província querem namorar você, você que tem receio.

-Ariana, minha irmã, depois do que aconteceu com o Julian, meus pais mudaram comigo, parece que não me amam mais. Todos os dias a mamãe da um jeitinho de falar que não fui boa para o Julian, que sou sem graça, que não sou atraente e eu já tomei minha decisão. Ariana, eu vou sair de casa, vou fugir.

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