MISTÉRIOS Livro 1
20 de novembro
Na manhã fria de quinta-feira o céu explodiu numa chuva fina de confeite branco e rapidamente a neve macia se esparramou pelas ruas de Amsterdam, era inverno. Istela Wallace olhou o clima pela janela, estava furiosa e ao mesmo tempo preocupada, andava de um lado para outro e decidida a sair pediu que todos se apressassem, Daniel Wallace Snstones, Pedrone Morris e David Mattos seguiram para Markem, direto pro Arás, lá era um lugar especial onde se costumava passar o natal em família, um lugar esplêndido, onde se podia manter contato com a natureza, era uma casa de campo muito sofisticada, com diversas suítes voltadas para o mar. Aquela aldeia de pescadores era o lugar ideal para fugir da correria da cidade, mas coisas misteriosas vinham ocorrendo e Istela queria verificar isso de perto, enfrentando quem fosse necessário e o que fosse preciso. Istela Wallace era filha única de Horacion Zuntel e se casou muito jovem com o riquíssimo Donville Loren Snstones, não o amava, na verdade ela nunca o amou, seu grande amor da adolescência era Pedrone Morris que ao saber do seu casamento arranjado partiu para longe. Mas após a morte inesperada e misteriosa de Donville, Pedrone pôde retornar para sua amada, como se nada tivesse acontecido. Daniel era o segundo filho do casal e David o homem de confiança da família. Dianna Valtoline era sua primeira filha, morava em Volendam um vilarejo de pescadores a poucos km de Markem, uma cidade pequena, tranquila, as casas eram feitas de madeiras caramelizadas, construídas por volta do século XVII. Ate parecia um cenário de contos de fadas, que começavam a escurecer por causa do inverno. Ela se casou com Quércio Valtoline após a morte do seu pai e tinha arrependimento profundo disso, em tão pouco tempo tinha transformado sua vida num inferno. Naquela noite Dianna e Quércio brigaram, sua vida se tornou assim, de brigas e discussões. Ela estilhaçou uma porcelana de vidro na testa dele e saiu correndo antes de ver o sangue escorrer, montou na sua Honda e fugiu como louca. Naquele momento desejou abraçar seu pai Donville, mas seus pensamentos retrocederam e ela ainda com lágrimas nos olhos pode balbuciar: - ‘’Seu pai morreu, ele morreu e ninguém pode te ajudar.’’ Seu pai estava morto e ela não tinha em quem se refugiar, precisava de abrigo, de consolo. O vento frio batia em seu rosto pálido e dos seus grandes olhos acinzentados as lágrimas desciam uma após outra, estava triste e com medo. Depois de percorrer alguns km percebeu que estava em Markem, ao longe se via a imensidão das águas, o mar era tranquilo, mas a noite era fria, escura e naquele momento assustadora. Ela precisava de um lugar tranquilo e seguiu rumo ao Aras, aproximou-se do casarão devagarzinho, tudo estava quieto, mas preocupou-se ao ver as luzes acesas, seguiu em direção à praia precisava ficar sozinha e lá seria o lugar ideal. Seu coração estava disparado e em seus olhos ainda tinham lágrimas, caminhou abatida voltando seus pensamentos a tudo que lhe havia acontecido naquele dia e chorou novamente. Sentou-se desconsolada a olhar o movimento das águas, quieta, silenciosa... Durante muito tempo ela ficou ali chorando baixinho, sentia uma profunda dor no peito e um arrependimento que lhe deixava infeliz, mas alguém quebrou seu silêncio.
- Dianna, que surpresa, o que faz aqui? Ela olhou-o admirada, fazia tanto tempo que não o via, até parecia uma eternidade.
- Eu... Abalada ela não conseguiu dizer nenhuma palavra com coerência.
- Você está chorando, o que aconteceu? Ela ficou imóvel, seu coração quase explodiu dentro do peito, o simples toque de David a fazia suspirar, causava-lhe sensações fazendo ela se perder em seus pensamentos, mas agora tinha certeza o que isso significava e se sentia obrigada a evita-lo. Mas ele insistia agora bem próximo a ela. - Fale-me o que houve, estou preocupado, porque está aqui, o que aconteceu? Ela sentiu uma profunda vontade de abraça-lo, de se consolar com ele, mas sabia que não podia e achava que não tinha o direito, agora estava casada com Quércio e pensava que ele a odiava por isso, mas não entendia por que estava ali se preocupando com ela, perguntando, querendo saber. Pensava ela. “Será por causa do seu pai, fazia isso por obrigação.” Agora era tarde demais, ela estava aos soluços, ele acariciou-a outra vez secando suas lágrimas, abraçou-a carinhosamente depois deixou que seus lábios tocassem nos dela, de forma dócil a envolveu com um beijo quente e demorado. Aquele momento era maravilhoso tanto para um como para o outro, ela o amava e ele sabia disso, mas a realidade sempre estava à sua frente. Rapidamente soltou-se dos braços dele, ela sentia frio e calor ao mesmo tempo, estava suando e tremendo, correu entrando no casarão e se deparou com Manone, que soltou um grito ao vê-la.
- Ai Dindin, que susto!
- Desculpe, pensei que a casa estivesse vazia, encontrei com David na praia, quem estar aqui alem de nós?
- Sua mãe e Pedronne, eles estão na fazenda Bravos e Daniel já está dormindo.
- O que houve para estarem aqui tão cedo?
- Um incêndio minha querida, disseram que foi ocasional, alguns animais não sobreviveram, e toda a produção se perdeu.
- Meu Deus! E o prejuízo foi muito grande?
- Sim minha querida, demais, sua mãe está furiosa.
- Então foi por isso que ela veio antes do dia?
- Não, não foi só por isso, tem algo mais grave acontecendo, acho que este ano a família se reunirá mais cedo, e você, porque estar aqui?
- Quércio me obriga a fazer coisas que não quero você sabe.
- Hum sei, vamos arrumar seu quarto porque a Marisha não está muito bem e eu mandei que fosse descansar. Ela sorriu e a acompanhou. Manone Santos era a governanta que cuidava da casa, já morava com os Snstones há anos. Ela era uma mulher alta, corpulenta, de meia-idade, os cabelos escuros, usava óculos e tinham feições alongadas, amáveis, lembrava uma ovelha.
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Comments
Amanda
Mistério 🤔🤭😂
2022-12-31
1
LadySillver34
muito bom mesmo,
2022-11-16
1
Marta Moriá
Gostei dos comentários também 😊
2022-08-06
2