5 - Tenho medo

Continuamos ali por mais um tempo, sem nos beijar. Quando ele disse que sabia sobre minha “condição” fiquei um pouco envergonhada e evitei o seu olhar. Acho que já estava acostumado com meus acessos de timidez extrema, porque não disse nada.

Nesse intervalo de tempo ele acabou dormindo e já tinha anoitecido. Então me levantei com cuidado, deixando-o sozinho, e fui para o meu quarto.

Chegando ao meu quarto, Paty estava lá. Achei estranho que não tinha ido para o quarto de Beto e a indaguei sobre:

– Hey Paty, o que está fazendo aqui? Vai lá curtir com o seu “daddy”!

– Conversei com o Beto sobre o que aconteceu e ele só sabia defender o amigo, dizendo que você era a irresponsável e ainda bem que o Juan estava lá! Eu sei que ele te salvou e realmente sou grata, porém não me causou uma boa impressão, amiga. Por favor fique longe dele!

Se Paty soubesse que já ficamos bem pertinho e que eu quero repetir, ela iria ficar louca! Achei melhor não contar nada.

– Agora você e o Beto estão brigados por minha culpa? – perguntei triste por ter causado algum problema entre eles.

– Não! Eu relevei e decidi que iria passar mais tempo aqui com você. Até porquê são nossas férias e temos que curtir juntas, não é?!– exclamou me abraçando.

...

Paty me chamou para sairmos, então nos arrumamos e ela me ajudou. Dessa vez, fiquei bem mais apresentável.

Eu estava com um vestido branco bem levinho com mangas caindo sobre os ombros e um leve decote. Apesar dos meus seios não serem grandes eu me sentia sexy. Na barra do vestido tinha umas rendinhas formando um leve franzido e meus cabelos estavam soltos e ondulados. No rosto, um rímel preto, para destacar meus olhos, na boca um batom vermelho goiaba, que fazia um belo contraste na minha pele e um blush levemente terracota que me deixava fofa. Nos pés, calcei uma sandália com tiras trançadas e sem salto. Me senti linda, tudo graças a Paty.

Já Paty, estava estonteante, com um vestido preto florido e de alcinha com um leve decote. Não era colado mas levemente se moldava ao seu corpo destacando suas curvas. O cabelo estava solto e cacheado. De maquiagem, usava um rímel e um gloss, ela não precisava de muito para ficar linda. Nos pés, calçou uma sandália simples de fivela, com uma tira entre os dedos e por cima pedrarias decorando.

Fomos para um barzinho que ficava próximo. Tinha uma banda tocando música ao vivo e o lugar estava cheio. Muitas pessoas estavam dançando, outras em mesas conversando e rindo e outras conversando na bancada do bar.

Entramos e pedimos ao garçom uma mesa e ele disse que estavam todas ocupadas, mas que poderíamos esperar desocupar no bar.

O bar era circular e tinham uns três bartenders fazendo os drinks. Eles usavam umas camisetas floridas, com os botões abertos até a metade, deixando expostos os seus peitorais musculosos. Todos eram sorridentes, faziam malabarismo com as garrafas e dançavam super animados. Uma bela visão.

Um deles tinha um visual bem praiano com o cabelo ondulado, castanho e queimado de sol nas pontas. Tinha a pele super bronzeada e o sorriso super simpático. Ele se aproximou e perguntou o que queríamos beber. Paty pediu um drink e eu disse que só queria um suco. Ele rapidamente preparou o drink de Paty e disse que era cortesia da casa. Com certeza estava flertando na cara dura. Depois preparou o meu suco, que óbvio, não seria cortesia.

A partir daí quase sempre éramos abordadas, aliás, Paty era. Estranhamente ela estava dando atenção aos caras que apareciam. Tinha coisa errada aí…

Em algum momento, estávamos conversando com dois amigos e eles eram bem legais, bons de papo. Beto apareceu do nada e já foi passando o braço em volta da cintura de Paty olhando para os rapazes com um olhar possessivo. Paty revirou os olhos e eu percebi que realmente tinha coisa errada, provavelmente eles brigaram.

Os rapazes percebendo o clima disseram que iriam dar uma volta, que tinha sido bom nos conhecer e antes que eles desaparecessem na multidão, senti uns braços envolvendo a minha cintura. Virei a cabeça para ver quem estava me abraçando e era Juan, que logo me deu um selinho na frente de todo mundo. Fiquei envergonhada e feliz ao mesmo tempo. Olhei para Paty e acho que poderia ver raios saindo de seus olhos. Beto interrompeu antes que ela dissesse alguma coisa:

– Calma aí, mocinha! Eu conversei com o Juan e ele tem uma coisa a dizer, não é?– disse lançando um olhar a Juan.

– Ok, ok! Paty e Selina me desculpem por ter sido um idiota em ter pedido pra não contar sobre o ocorrido. Isso nunca mais vai se repetir! Satisfeitas?!

– Viu am... Gatinha. – disse Beto tentando disfarçar que quase chamou Paty de amor – Eu conversei com ele, como você queria. Vamos ficar bem?– ele confirmou tudo com essa atitude, eles tinham brigado e Paty estava me escondendo.

Ele, Beto, a abraçou e ela deu um sorriso amolecendo. Enquanto eles estavam entretidos, Juan chegou a boca bem perto do meu ouvido e perguntou:

– Vamos dançar?

– Mas eu não sei dançar – respondi.

– Não precisa saber. É só me acompanhar – disse, me puxando pelo braço.

Fomos para a pista onde estavam várias pessoas dançando e eu o deixei me levar. Nos divertimos muito, até nos pisões que eu dei no pé dele.

Nós dois ali na pista de dança, parecia uma cena tirada de novela. Dançávamos e em muitas vezes ele me puxava para perto do corpo dele e nos beijávamos. Eu estava muito feliz e excitada.

Quando a banda fez um intervalo, ele chegou em meu ouvido e perguntou:

– Você confia em mim?

Eu fiz que sim com a cabeça e então ele pegou a minha mão e fomos saindo daquele lugar.

Fomos andando e em vários momentos parávamos e ele me beijava. Continuamos andando e eu sabia para onde ele estava me levando. Dessa vez, eu não estava nem um pouco bêbada, apenas envolvida pelos encantos daquele homem.

Chegamos ao quarto de Juan, ele fechou a porta e me envolveu nos seus braços em um beijo quente e gostoso. Ele foi dando passos para trás sem me soltar até sentar na cama, me fazendo ficar sentada em seu colo de frente para ele, com as pernas em volta do seu quadril. Estávamos tão colados que eu conseguia sentir sua er*ção.

Sua mão foi até a minhas costas e foi descendo o zíper do meu vestido e após isso ele passou as costas da mão levemente e lentamente sobre meus ombros, fazendo a manga do meu vestido cair, expondo lentamente meus seios. Ele parou de me beijar a boca e foi beijando meu pescoço descendo para meus ombros e estava muito bom, porém neste momento eu o interrompi:

– Aahh– soltei um gemido – eu não estou preparada… Sabe, preparada para perder hoje…

Ele me olhou nos olhos, deu aquele sorriso de matar e disse:

– Selina, eu sei muitas maneiras de te dar prazer sem tirar sua virgindade.

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