Eduardo entrou no seu apartamento com o semblante triste, diferente de minutos atrás. Jogouse no sofá e cobriu o rosto com o braço esquerdo, parecia querer esconder a sua fraqueza ao chorar. Sentiu o seu coração traidor vibrar de agonia ao pensar em Maria Fernanda sendo feliz e tendo uma família com outro homem. Ele sentiu o grunhido perto do seu rosto e acariciou a cabeça do golden retriever.
— Ei, amigão, encontrei com ela novamente e não foi nada fácil. — O cachorro latiu, parecendo entender o que Eduardo falava.
Thor, como se chamava o cachorro, estava com Eduardo há quatro anos. Eles se conheceram numa madrugada fria. Thor tinha sido atropelado por um inconsequente que dirigia em alta velocidade. A sorte do cachorro — que na época era apenas um filhote — foi não ter ficado com sequelas. O inconsequente responsável pelo atropelamento acabou adotando-o.
— Isso não vai ficar assim, Thor. Ela colocou o meu nome naquela menina para me atingir. Deu meu nome a filha de outro.
O golden retriever latiu outra vez. Era Thor que ouvia Eduardo nos momentos de bebedeira.
— Ela está tão diferente. A minha ferinha… Ela não é mais a minha ferinha. — Eduardo colocou o braço novamente nos olhos, escondendo as lágrimas de raiva.
A campainha tocou, mas ele não precisou abrir a porta, pois Sergio a destrancou por fora.
— Está melhor, irmão?
— Vá embora daqui. Não quero olhar para a sua cara.
— Agora eu sou o culpado? Você faz a merda toda e eu sou o culpado? — Sergio alisou a cabeça de Thor e se jogou no outro sofá. — Ela está linda. Eu nunca teria a deixado ir.
— Cala a porra da sua boca, seu puto desgraçado! A Suelen também está uma gata e bem o meu tipo.
— Eu te deixaria sem dentes antes disso!
— Preciso fazer alguma coisa, Sergio. — Eduardo levantou, pegou duas garrafas de vodka e voltou para o sofá.
— O que tem em mente? — Sergio recebeu uma garrafa.
— Por enquanto, vou esfriar a cabeça. — Ele virou a garrafa na boca.
Em pouco mais de uma hora, depois de tomar todas, Eduardo estava no chão da sala, encostado ao sofá, e Sergio jogado no sofá à frente.
— Somos dois desgraçados, Edu. Eu tenho vergonha da gente. Elas estão dançando na nossa cara e nós aqui, idiotas babando por elas. — A voz de Sergio saiu débil pela quantidade de bebida alcoólica ingerida, mas ele ainda estava em melhor condição em comparação ao amigo.
— Você é o único idiota que está babando aqui. Eu sou Eduardo Moedeiros Neto. Tenho a mulher que eu quero, na hora que quero. Nunca vou me rebaixar para uma mulher. — Eduardo tentou alcançar uma garrafa no meio do tapete, mas teve preguiça e voltou a encostar-se ao sofá. — Você viu a menina que ela teve com aquele cara?
— Edu, aquele cara é o dono da Império, certo?
— Aquele imbecil mesmo. Um moleque de vinte e poucos anos querendo me enfrentar. Vou… vou acabar com ele. Só preciso pegar o carro.
— A Império veio de uma ilha na China, não foi? — Sergio, que estava deitado, sentou-se no sofá.
— Eu não sou obrigado a saber disso.
— Aquele cara é taiwanês, não é isso?
— Se me fizer outra pergunta, eu acabo com você, seu desgraçado.
— Olha só, Edu. Aquela menina é loirinha. O dono da Império é chinês de Taiwan. Ele não pode ter uma filha loira dos olhos azuis. A não ser que, por uma mínima possibilidade genética, a mãe também fosse loira. Eu não entendo muito dessas coisas, mas acho que deve ser por aí…
Mas a Maria Fernanda não é loira. — Eduardo ligou as coisas — Ela pintou o cabelo por isso. Safada, desgraçada, gostosa e linda. — Embalado pela bebedeira, Eduardo começou a chorar.
— Consegue me entender, Edu? A menina pode ser sua. Se eu fosse você, corria atrás das possibilidades.
— Eu preciso de uma prova. Aquela menina é muito pequena pra ser minha filha, mas preciso de um teste de DNA. — Eduardo continuou chorando no meio da embriaguez.
— Sim, mas como vai fazer para tirar a prova? Vai chegar lá e pedir um pouquinho de sangue dela ou vai colocar a justiça na frente?
— Por que fui conhecer um amigo tão idiota na infância e hoje ele ainda está na minha frente? — Continuou chorando, muito tonto.
— Então fale sua maneira inteligente!
— Vamos entrar na casa dela à surdina e roubar algum material para o teste. Você vai me ajudar.
***
Na noite do dia seguinte, Eduardo estava no carro juntamente com Sergio e Thor. Eles esperavam a hora em que Maria Fernanda e Suelen saíssem do prédio para subir e entrar na casa as escondidas. Sergio já tinha subornado o porteiro do luxuoso prédio. O homem se vendeu ao ver algumas notas de cem reais em mãos.
— Porteiro ladrão, desgraçado. Eu deveria ter quebrado a cara dele e depois arrombado a porta. Iria conseguir do mesmo jeito — Eduardo resmungou.
— Quem é aquele cara com a Suelen? — perguntou Sergio, enciumado.
— Deve ser namorado ou marido…
— Não, a Suelen não está casada, Edu.
— Por que não? Quer dizer que a Maria Fernanda se juntou com um homem e a Suelen não pode?
— Não, não pode. Ela ainda me ama. Eu vi nos olhos dela.
Você acredita mesmo que a Suelen ainda está solteira? E que ela te ama? — Eduardo sorriu irônico, mas assim que viu Maria Fernanda beijando Thiago e entrando no carro dele com Dudinha, seu sorriso irônico se transformou em um olhar seco de ódio.
— Não estou vendo ninguém beijando a morena, mas a loira… — Sergio o provocou.
— Thor, você vai ficar aqui. Qualquer coisa você avisa, garotão. Eu conto com você. — Eduardo fez um carinho no pelo do cachorro. — Se algum deles voltar, você dá três latidas. Vou deixar o celular ligado aqui no banco. — Colocou o celular, que estava com ligação ativa em viva-voz para Sergio, perto do cachorro, que grunhiu parecendo entender o plano.
— Vamos lá, Edu. Operação DNA a caminho. — Sergio pegou uma caixa de ferramentas no banco traseiro do carro e os dois caminharam para dentro do prédio.
Foram exatos quinze minutos até os homens conseguirem passar pela porta sem nenhum vestígio de arrombamento. Eduardo pegou uma foto de Nanda sobre um dos móveis e analisou com o olhar seco.
— Eu gostei do cabelo dela assim! — Sergio o provocou. — Está moderno.
— Cale a boca!
— Nada mal aqui, hein, Edu?
— Procure o quarto. Não está aqui pra olhar a decoração. — Eduardo seguiu na direção do corredor.
Eduardo abriu a porta de um quarto totalmente rosa e repleto de ursos, mas ali não tinha escova alguma, então continuou à procura. Logo depois, encontrou o quarto que julgou ser de Maria Fernanda, por achar algumas roupas de criança espalhada sobre a cama e fotos das duas por toda a parte. O que mais chamou sua atenção foi encontrar sobre uma poltrona um velho conhecido seu, o ursinho que tinha dado a mulher anos atrás.
— Ela guardou isso? — falou sozinho, sorrindo e cheirando o urso.
— Encontrou alguma coisa, cara? — Sergio entrou no quarto comendo uma maçã.
Você… você está louco? Está comendo! Quando eu te falei que podia comer aqui?
— Encontrou ou não? — Sergio mordeu a maçã, despreocupado.
— Sabe esse urso? Eu dei para a Maria Fernanda uns nove anos atrás.
— Olha que fofo! Uma prova de amor que resistiu ao tempo — Sergio desdenhou e deu mais uma mordida na maçã.
— Da próxima vez, eu deixo você no carro e trago o Thor. — Entrou no banheiro do quarto e saiu antes de Sergio terminar de devorar a maçã. — Encontrei. Vamos! — Estava com a pequena escova rosa nas mãos.
Os dois chegaram ao carro e encontraram Thor olhando fixamente pela janela.
— Bom garoto! — Sergio alisou a cabeça do cachorro.
***
Dezoito dias foi o tempo para o resultado ficar pronto. Eduardo estava encerrando uma reunião quando Irene, sua secretária de confiança, chegou com o envelope.
— Aqui, senhor.
— Eu posso saber do que se trata? — Viviane, que era diretora administrativa da empresa, puxou o envelope das mãos de Irene antes que Eduardo o alcançasse.
— Assunto particular. — Eduardo puxou o envelope de volta.
— Desde quando tem assuntos particulares que eu não sei?
— Vivi, minha linda, vai pra sua casa, coloque o melhor vestido que tiver no seu armário, pois eu vou te levar pra jantar hoje. — Eduardo sabia como dobrar Viviane.
— Tem alguma relação com esse negócio particular aí? — A loira apontou para o envelope.
— Vou te fazer uma surpresa.
— Você sabe que eu amo surpresas, meu gato. — A mulher grudou no colarinho da camisa de
Eduardo e o agarrou. Logo em seguida saiu
serpenteando os quadris.
— Irene, vá até uma joalheria e compre um colar e brincos.
— Vou sair de novo? Tenho muito trabalho a fazer, senhor. Por que não manda o Jorge?
— O Jorge não é mais de confiança, querida Irene. Você deveria se sentir orgulhosa de ter a minha confiança.
— Eu sei, doutor, já vou indo.
Eduardo esperou Irene entrar no elevador, então correu para a sala de Sergio.
— O exame, Sergio. — Jogou o envelope sobre a mesa do amigo. — Abra. — Afrouxou o nó da gravata e sentou na poltrona.
Sergio rasgou o envelope, analisou os papéis e então começou a gargalhar.
— E aí? Sou o pai ou não?
— Parabéns, Eduardo Moedeiros, você acaba de se tornar o papai de uma garotinha. Olha que lindo! — Sergio debochou
— É o quê? — Eduardo puxou o exame das mãos do amigo e correu os olhos até comprovar que Sergio estava certo. — Ela já saiu daqui grávida e mentiu naquele hospital. — Eduardo ficou atônito, andando de um lado para outro na sala.
— Se entrar na justiça sairá perdendo. Um pai dificilmente ganha a guarda de uma filha. — Sergio pegou o exame de volta e deu outra olhada.
— Maria Fernanda não deveria ter mentido para mim! Vou fazê-la se arrepender amargamente disso! Vou dar um jeito de tirar a menina dela. Isso não vai ficar assim.
***
Naquela mesma noite, Maria Fernanda estava jantando com Thiago em um restaurante italiano muito conhecido na cidade. Estavam felizes. Suelen tinha ficado com a pequena para assim dar mais privacidade ao casal.
Thiago já tinha avistado Eduardo em uma das mesas distantes. Eduardo e Viviane tinham escolhido justamente aquele restaurante. Realmente parecia que por algum propósito eles sempre acabavam se esbarrando pela cidade.
— O que foi, Thiago? Algum problema? — Maria Fernanda percebeu a contrariedade no rosto do namorado.
— Aquele cara está ali à frente com a mulher. Estão olhando para cá. Eu não estou gostando nada disso! Não suporto ter ele te olhando com essa possessividade.
Maria Fernanda olhou por cima de seu ombro e se arrependeu em seguida. Seu olhar se encontrou com o de Eduardo e foi estranho. Ele estava seco e vazio, não estava emanando ódio.
— Vou ao toilette, depois vamos a outro restaurante, Thiago.
— Eu vou retirando o carro.
Nanda entrou no banheiro e, em cinco segundos, Eduardo entrou atrás.
— Meninas, vocês podem nos dar licença por alguns minutos? — Eduardo deu o seu melhor sorriso para as duas senhoras que aparentavam ser da alta sociedade.
— Sim, meu jovem. — Uma das senhoras lançou um olhar insinuante.
— Ele está no toilette errado, portanto ele sai. Saia daqui! — Maria Fernanda ordenou.
— Não, bobinha! Eu já fui jovem e cometi muitas loucuras naquela época, inclusive nos banheiros de restaurantes. É tudo muito excitante. — A velhinha simulou garras de tigresa com as unhas. — Entendo perfeitamente vocês dois. Podem brincar à vontade. — Deu um tapa na bunda de Eduardo e as duas saíram com risinhos abafados com as mãos.
Eduardo aproveitou para trancar a porta, certificando-se de que ninguém entraria.
— Agora somos você e eu, querida esposa.
— Abra essa porta! — Maria Fernanda usou um tom de voz calmo e frio. Ela realmente pretendia usar o banheiro.
— Eu não vou abrir até você ouvir tudo que estou guardando desde que descobri que aquela menina é minha filha — falou sem rodeios.
Maria Fernanda sentiu o chão sumir debaixo
de seus pés. Ela encostou as costas na larga pia e assimilou o peso das palavras de Eduardo.
— Você não vai se aproximar da minha filha. — A voz dela saiu arrastada.
— Você pensou que esconderia isso de mim até quando? A menina não tem nada de você. É uma cópia perfeita minha! — gritou, sentindo-se com a razão.
Nanda temia a possibilidade de Eduardo querer usar Dudinha para atingi-la, mas quando ouviu as palavras dele, sua raiva formou um sorriso irônico.
— Então minha filha é uma cópia perfeita sua e por isso acredita ser o pai? Desde quando começou a confiar tão fácil em mim? — Ela tentou confundi-lo, não sabendo ela que as certezas da paternidade estavam sendo baseadas em um exame e não na aparência de Dudinha.
— Não tente me confundir, porque eu sinto que ela é minha. — Eduardo camuflou a verdade sobre o exame e percebeu Nanda ficar furiosa.
— Fique longe dela! — Ela percebeu não ter mais jeito — Você nunca foi pai. Nunca quis ser pai! Você lembra o que me falou naquele dia no hospital? Eu lembro perfeitamente da frase “não querer ter responsabilidade de pai e que a escolha seria apenas minha.” Então eu escolhi. Ela é apenas minha filha!
Eduardo lembrava perfeitamente de suas palavras e, mesmo tendo consciência, jamais daria razão para a mulher à sua frente.
— Eu me lembro muito bem de você dizendo que eu não seria pai, que não tinha do que me preocupar. Você mentiu pra mim! Mentiu e permitiu que uma filha minha fosse criada por outro homem. — Ele estava transtornado. — Me acusa das piores coisas, mas você é ainda pior. Você negou a um pai o direito de cuidar de sua filha!
— Isso já é demais. — Ela sorriu, tomada pela raiva. — Você se acha no direito de jogar isso na minha cara? Queria saber que era pai? — O grito dela o fez dar um passo atrás. — E isso seria o suficiente? Acha mesmo que deixaria minha filha saber que tem um pai que a despreza, que acha a condição social e os negócios superiores a ela?
Maria Fernanda sentiu que sua voz demonstraria fraqueza quando se lembrou do episódio do hospital. Ela se virou na pia e respirou fundo. Eduardo não falou nada. Afinal o que ele poderia falar naquele momento?
— Só eu e a Suelen sabemos tudo o que passamos durante o período da gravidez. A Dudinha nasceu prematura, os médicos falaram que ela não sobreviveria. Eu acordava todos os dias durante aquele primeiro ano acreditando no milagre, que ela conseguiria sair daquele hospital. Eu só tive a ajuda dos meus amigos. Eles foram os únicos que estavam comigo no pior momento. O pai estava construindo um império e não queria responsabilidade com uma filha.
Eduardo empurrou o nó que se formou em sua garganta e enxugou rápido uma lágrima que desceu, pois seu coração insistiu em chamá-lo de egoísta e inconsequente.
— Eu não poderia imaginar que tudo isso aconteceria, Maria Fernanda.
— Eu também não poderia imaginar que com seis meses ela fosse diagnosticada com osteomielite e tivesse o osso de sua perninha infeccionado, eu não poderia imaginar que ela sofreria várias paradas cardíacas. — A voz de Maria Fernanda estava embargada e algumas lágrimas escorreram de seus olhos ao lembrar de todo sofrimento que sua filha tinha passado antes de completar um ano de vida. — Eu também não poderia imaginar nada disso, mas escolhi pela vida dela.
— Isso não te dava o direito de dar minha filha pra outro homem ser o pai! — Eduardo estava derrotado ante as armas que a mulher possuía.
— Você assumiria? — Ela virou para encarálo e ele recuou outro passo com o grito. — A escolha foi dela. Isso aconteceu porque sentia falta da figura do pai. Eu agradeço muito aos céus por ter colocado o Thiago e o Giovane na vida dela. O pai a rejeitou, mas ela ganhou dois pais maravilhosos que a amam como verdadeira filha.
Eduardo virou para a porta. Seu intuito era não encará-la. Ele fechou os olhos e esperou outra lágrima cair. Negou-se a fazer aquilo na frente dela.
— Eu quero minha filha de volta — falou firme.
— Você quer o quê?
— Eu quero me apresentar como pai e ter contato com ela. — Voltou a olhá-la e Maria Fernanda viu os olhos molhados.
— Quero seu ego nocivo bem longe da minha cria. Não vou permitir você iludindo minha menina…
— Ela é minha e tenho direitos. — Ele a interrompeu.
— Eu conheço perfeitamente o sujeito vazio que você é. Você só iludiria a Dudinha com promessas e depois a largaria, abandonada com o coração destruído.
— Nunca te prometi nada. Você se iludiu. Eu sempre deixei as coisas bem claras pra você. Não queria compromisso com ninguém. Você que morria de amores pelo sujeito vazio e tentava colocar essa porra na minha cabeça.
— Abre essa porta! — Nanda teve um lapso de constrangimento. — Rejeitou minha filha, mas teve um filho com a Viviane. Deve ter planejado essa criança para abocanhar a parte da herança daquela mulher! Você usa as pessoas para benefício próprio e não pensa nas consequências que causa.
— De que filho está falando? Eu não tenho filho nenhum com a Viviane.
— Com quem quer que seja. Você deve ter usado muitas mulheres depois de mim.
Ele lembrou o dia do reencontro, também recordou de estar com Viviane e o sobrinho. Sorriu nervoso ao entender o pensamento de Nanda.
— Você está falando do Lipe? O Luiz Felipe é filho da Luíza. Eu nunca teria um filho com a Viviane. Se eu não quero ter um filho, ela jamais agiria pelas minhas costas. Estou com ela até hoje justamente por isso. — Eduardo nem sabia o que estava falando.
— Então sejam felizes juntos com os propósitos vazios de vocês. Abra essa porta agora, porque eu tenho um noivo me esperando lá fora.
— Noivo?
— Abra a porta.
— Maria Fernanda, você não pode ter um noivo sendo casada. — Ele passou as mãos nos cabelos, nervoso.
— Me dê a chave agora!
Eduardo se contraiu com a firmeza da mulher e pegou de volta a chave do bolso, colocando-a na fechadura.
Três moças curiosas, que estavam com o ouvido na porta, quase caíram para dentro do banheiro.
— Me desculpem. Estava trancada contra minha vontade — Maria Fernanda se explicou.
— Seu nome é Maria Fernanda, não é? — Uma das moças perguntou, pois tinha ouvido durante todo o tempo em que esteve com o ouvido na porta.
— Só Nanda.
— Então, Nanda. Ouvimos tudo atrás da porta! Estamos indignadas.
— Era só o que me faltava! Um bando de enxeridas cuidando da vida dos outros! — Eduardo confrontou as meninas afoitas a sua frente.
Elas, com posse de suas bolsas, começaram a atacar o homem, que tentou se esquivar de todas as formas.
— Com licença, meninas, fiquem à vontade. — Maria Fernanda se retirou.
Ainda no final do corredor, ela ouviu os gritos de Eduardo, que levava bolsadas das moças enfurecidas. Maria Fernanda encontrou com Thiago no meio do restaurante. Depois de retirar o carro, ele estranhou a demora e cogitou a possibilidade de Eduardo estar envolvido.
— O que aconteceu, Fernanda?
— Ele descobriu da Dudinha e agora quer minha filha. — A namorada não conseguiu controlar o choro quando estava nos braços de quem a acolhia. Thiago a abraçou e encaminhou para fora do restaurante.
Viviane estava por perto e acabou ouvindo tudo. Aquilo a deixou indignada.
Thiago encostou a namorada na porta de seu carro e enxugou as lágrimas dos olhos dela. Ele estava beijando Nanda quando Eduardo, indignado, puxou-o pelo ombro. O homem estava todo desalinhado por consequência da surra que tinha tomado minutos antes.
— Se você pensa que vai ficar com minha filha está muito enganado! Eu sou o pai e tenho meus direitos. — Não esperou terminar sua fala e deflagrou um soco em cheio no rosto de Thiago, que se bateu em Maria Fernanda.
— Você está bem? — Embora Thiago estivesse com o nariz sangrando, preocupou-se com a namorada.
— Você está sangrando, Thiago.
O taiwanês conferiu o sangue, sorriu, beijou a testa de Nanda, olhou para trás e devolveu o soco em Eduardo, que estava distraído vendo o cuidado dele com Maria Fernanda.
— Chega, Thiago. Vamos. — Ela entrou no carro puxando Thiago. Saíram dali antes que fossem expulsos pelos seguranças do restaurante que já vinham se aproximando.
Eduardo limpou o sangue da boca e olhou para uma gritaria que vinha se aproximando.
— Isso só pode ser brincadeira — murmurou.
As três moças que tinham o atacado estavam correndo em sua direção com as bolsas nas mãos. Encurralado, ele correu pelo estacionamento, sendo seguido por elas até encontrar seu carro e sair dali o mais rápido possível.
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Comments
Dora Silva
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2024-06-23
2
Jainemaria fraga santos
Foi pouco, tinha que ter apanhado mais.
2024-03-02
0
Vera lucia Da silva
Kkkkkk oh surra bem dada
2023-10-14
5